sobre a solução final...
sábado, agosto 07, 2004
Portugal assiste incrédulo por estas horas a uma vaga de terrorismo - puro e duro - como não se via desde os tempos das FP-25.
É um novo tipo de terrorismo, de gabinete, sem cara, sem mortes nem explosões, uma nova forma de terrorismo perpretada por gente pretensamente respeitável e de colarinho branco mas capaz de por em causa todos os fundamentos do Estado de Direito. Falo claro está do "roubo" de algumas cassetes - instrumentos de trabalho, eufemismo notável - do Correio da Manhã.
Que fique bem claro, Octávio Lopes, o imbecil que gravava tudo e mais alguma coisa, aparentemente até as conversas ao vivo, não é um caso de polícia - é simplesmente um caso clínico, que se resolve retirando a carteira profissional à criatura, ponto final. Mas não é ele o pior da fita, é quanto muito o pateta que se tornou infinitamente útil.
As tais cassetes foram roubadas e deram origem a, muitas, dezenas de CDs e hoje já não se fala de outra coisa... Ana Gomes, essa mesma, ululando de felicidade, já pede extasiada a passagem das mesmas pela SIC. Nesses CDs aparece muita gente, muita mesma, são afinal muitas horas rigorosamente selecionadas - onde alguns só aparecem em conversas inócuas, para estarem lá, e outros aparecem para serem devorados, lentamente conmsumidos - magistrados, polícias, advogados, etc, uns a falar por vaidade, outros por interesse, outros por inocência, boa vontade e excesso de boa educação, outros ainda por simples burrice.
A primeira vítima parece ser Adelino Salvado, director nacional da PJ, a quem todos apontam a porta de saída. Estou à vontade, não gosto do Dr. Salvado, como não gosto do por estes dias sorridente na diáspora Artur Pereira, não gosto, e se a primeira medida do novo ministro da Justiça tivesse sido correr com Adelino Salvado e Artur Pereira, os inimigos amigos, seria o primeiro a bater palmas.
Mas agora - e por causa destas cassetes - Adelino Salvado não se pode demitir muito menos o seu pedido de demissão pode ser aceite. Adelino Salvado demitir-se agora é a prova cabal de que o crime e o terrorismo compensam, é a completa cedência a esta nova forma de terrorismo cínica, brutal e absolutamente anti-democrática.
É óbvio que há muitas ilações a tirar, a todos os níveis e por muita gente, mas primeiro há algo que tem de impreteerivelmente se feito e já, que é desmascarar quem pôs os sons a circular! E - caros leitores - não é preciso ser perito em aeronáutica, estrela de TV, ou ter farfalhudo bigode para se saber com absoluta precisão de onde, quem e porquê se iniciou o processo de merchandising das agora famosas cassetes.
O intuito é absolutamente claro, provar - numa lógica eugénica e de certa forma nazi - que se A e B não são bons tudo o resto também não o é, logo não tem idoneedade moral para julgar o que quer que seja e quem quer que seja.
Vai-se voltar a falar muito da cabala, a tal cabala que imbecilmente Ana Gomes ressuscitou, não percebendo os detalhes essencias ... Fala-se já em edições especiais de pasquins da praça com o best-off mas quem disser que ouvindo os sons se fica com o quadro completo está pura e simplesmente a mentir ou a delirar.
Em primeiro lugar porque nestas gravações não se comprova rigorosamente nenhuma cabala, apenas o intuito de vender papel, dê por onde der. Passem os dotes de analista político de aviário de um certo magistrado ou as pequenas grandes vaidades de outro magistrado deslumbrado que não teve carreira no mundo musical, nada indícia má-fé no decurso da investigação. NADA.
É claro que em conversas de 10, 15, 20m de duração será sempre possível pegar na pequena frase, que colada com outra, dará manchetes grandiloquentes... Mais uma vez terrorismo, puro e duro.
Estes são pois dias de grandes desafios, desafios para o Estado - que tem de encontrar rapidamente meios de desmascarar esta ameaça óbvia à sua própria existência - e particularmente para o novo Ministro da Justiça - José Pedro Aguiar-Branco - que pura e simplesmente não pode aceitar - agora- a demissão de Adelino Salvado, sobre pena de iniciar uma bola de nove de consequências imprevisiveis de que nem o CSM escapará. Se Aguia-Branco aceitar - ou estiver sequer à espera, como corre - uma demissão de Adelino Salvado, assistiremos à mais completa vitória do terrorismo em Portugal, à subjugação total do Estado de Direito, ao primado da anarquia, e teremos a prova cabal de que neste País de facto o crime compensa. Aguiar-Branco não pode, pura e simplesmente, ser - por inocência - cúmplice objectivo de uma farsa.
Uma farsa que visa pura e simplesmente destruir o Estado de Direito, destruindo os alicerces de todo o sistema judicial.
Falar do interesse público do conteúdo das cassetes é tão absurdo como discutir da bondade ou não de alguém atirado para um qualquer campo de concentração. Divulgar os conteúdos das cassetes é legitimar a lei da selva, é pactuar mais uma vez com o terrorismo.
Para terminar uma dica adicional para Ana Gomes - se ela parar um bocadinho para pensar, e ela às vezes, só às vezes, sabe fazê-lo, perceberá que esta "bomba atómica" foi lançada - em desepero de causa - com um único e só intuito - unir dois casos que com muita criatividade e esforço tinham sido separados... O caso de Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso por um lado versus os restantes arguidos por outro. Ao ressuscitar a tese da cabala, da forma que o fez, Ana Gomes, fez o jogo dos terroristas metendo de novo Ferro e Pedroso no mesmo saco dos outros... Não consta que Ferro e Pedroso lhe agradeçam...
Uma última palavra para as verdadeiras vítimas, as crianças e adolescentes abusadas, apesar do que um dia delas disse, num artigo infame, Moita Flores, que afirmou que nunca forma nem crianças nem adolescentes nem abusadas, apenas objectos...
para memória futura
Publicado por Manuel 17:45:00
Mas vamos lá ver. Só me interessam os factos. Roubaram ou não roubaram gravações a esse atrasado? e sabe-se qeum roubou?
Segundo: mas quem é que vai mandar para o ar ou impedir de ir para o ar uma cusquice? e que raio de importância é que isto tem a não ser a que lhe queiramos dar?
Palavra que não sei mas deve ser defeito meu que detesto suspenses com o diz que diz.
Quanto à Ana Gomes ela definiu-se bem: diz que se fartou de berrar e que incomodou muito com a berraria...
não tenha dúvidas. A mim incomoda-me sempre o histerismo...
Transformar o histerismo e as palpitações e urdiduras e tricas em factos é que é pior... já não é a dita efiminização de que se falava, é mais um sindroma de menopausa política ":O.
Será que vamos escutar os Srs. Ilustríssimos e Meritíssimos Magistrados e Juizes, Ilustres investigadores da PJ etc, se revelarem na sua esplendorosa miséria humana das suas vaidades.
Terá medo o Nélito, que o Povo que vos paga principescos Ordenados, veja que o seu dinheiro é empregue em gente vulgar / ordinária.
Esperemos pelos acontecimentos.
Vejo PÂNICO espalhado por muitos corredores e estarei na 1ª fila a assistir a tão degradante espectáculo dos agentes da nossa JUSTIÇA.
cadsf@mail.pt
Duvidador
Está na altura de "limpar a porcaria" que há na política e na sociedade portuguesa. Vamos a ver se alguém tem coragem de começar. Acho que estão TODOS comprometidos. Os bons não se querem meter no "lodaçal" que em que se transformou a sociedade portuguesa nos últimos 3 anos e, em resultado disso, temos Santana PM, e basta para ilustrar o medo que ser político inspira nas pessoas capazes.
Estou com a Ana Gomes!! Mas não quero tudo de uma vez!! Uma frase agora e outra amanhã, que demore 3 semanas a ser revelado um único parágrafo! Vamos ver o que acontece depois.
Ass: Marco Neves, socialista e não-anónimo!