"O Homem que mordeu o cão" (versão 33 rotações)
quinta-feira, julho 22, 2004
Acordei esta manhã ao som de uma rádio onde todas as manhãs é suposto um Homem morder um cão. Bem sei que não fui único.
Infelizmente, o nosso país tem conhecido algumas histórias que dariam certamente boas rubricas desse programa humorístico nacional. Histórias onde ao contrário do habitual é o Homem que Morde o cão, contra todas as leis da natureza e da vivência de sociedade.
Se há algo que distingue uma sociedade, é exactamente a sua capacidade, nomeadamente a capacidade daqueles que emanam, leia-se políticos em , fazerem-se distinguir por entre os demais. Igualmente sintoma de uma sociedade livre é uma comunicação social que não se coibe de informar o que quer que seja não se sujeitando a pressões. Obviamente que uma sociedade civilizada requer o mais básico dos elementos, o pleno exercício dos direitos, liberdades, deveres e garantias.
Hoje, não há pessoa que seja que não questione a seriedade e a integridade da classe política. Hoje surgiram rumores de que as eleições autárquicas em Lisboa foram adulteradas, exactamente naquilo onde nunca poderia ser, no resultado final. Tudo o que se passou em torno da saída do governo, do novo governo,do pré-conhecimento de nomes,da tomada de posse, do diz que é e depois já não é, suscita por muito que sejamos imparciais , demasiados comentários depreciativos e dignos de um país de terceiro mundo.
Não falo aqui de política, de partidos, de ser de este ou daquele quadrante,mas sim de algo mais relevante que tudo isto. Veja-se por exemplo o caso do actual ministro do ambiente. Ainda a assinatura no Palácio da Ajuda estava fresca, já havia partidos que o acusavam de ser uma nulidade em termos de conhecimentos de ambiente. Dois dias depois o mesmo partido acusa agora de perceber demais. Mas que raio de política é esta? Que responsabilidade podemos incutir à classe política - toda - que pratica esta postura sem se importar com a coluna vertebral, gastando ainda por cima os nossos escassos recursos.
È exactamente esta uma das grandes reformas que Portugal carece, e que sem ela, muito dificilmente chegaremos a lugares de topo. Falo da reforma de mentalidades, da imparcialidade, e de estar na política para servir a política e o país e não o contrário, que infelizmente vai acontecendo com mais frequência do que seria desejável numa sociedade democrática.
Que os próximos tempos sejam manifestamente melhores.
Publicado por António Duarte 19:01:00
Como vemos, muitas vezes a realidade coincide com a fantasia.
E isto passou-se há meia dúzia de anos.
ainda hei-de escrever sobre isto no meu blog : http://desiludidos.blogspot.com
Continuem.
Um abraço