notas soltas
segunda-feira, julho 05, 2004
- A mais mediática justiceira deste País, Maria José Morgado, foi absolutamente humilhada por um acordão da Relação de Lisboa relativo ao caso Moderna. Humilhada não porque desta vez houvesse uma cabala (até porque a haver ela seria certamente parte integrante) mas porque subscreveu um recurso incompetentemente. Foi vexada porque quis defender uma investigação feita com os pés, talvez com o coração mas nunca com a cabeça.
Maria José Morgado tem muitas vezes razão naquilo que diz, mas não lhe basta ter razão, também é preciso que mostre no terreno que é capaz de fazer aquilo que parece exigir aos outros. Não mostrou, e já não é a primeira vez. Talvez ainda sirva como gurú espiritual, mas como operacional acabou. - O PS acusa o PSD de estar agarrado ao poder, não é que não seja verdade mas, se o PSD está agarrado ao poder, Ferro está agarrado a quê?
- Nunca como por estes dias se viu tanto o grande capital preocupado com a estabilidade. Falam tanto e com tão pouco acerto que parecem a antiga Câmara Corporativa.
- Há por aí uma linha de raciocínio muito interessante que defende a Lei da Rolha no PSD porque se ocorrerem antecipadas o PS pode ganhar. Não passa pela cabeça dessa gentinha que se o PS pode ganhar é porque este PSD consegue ser ainda pior?...
- Cavaco e o (aparelho do) do PSD seguem finalmente às claras caminhos separados e divergentes... Será curioso ver como reagem as bases a isto. A isso e ao tratamento Goebelliano que foi aplicado a Manuela Ferreira Leite, apenas a mais apludida no último Congresso, no rescaldo do último Conselho Nacional.
- Ferro Rodrigues, lider (!) do PS, apareceu ontem citado pelo El País. Quando questionado sobre as suas ideias para o País declarou apenas que as revelaria mais próximo de umas hipotéticas eleições. Mais palavras para quê?
- Pedro Santana Lopes não foi afinal a primeira escolha de Barroso para suceder a sí próprio. O primeiro foi Manuel Dias Loureiro que prefere obviamente na sombra auxiliar Santana Lopes... Curioso é que o mesmo Barroso que não sentiu necessidade de informar Manuela Ferreira Leite (imperativo), ou Cavaco (não necessariamente), tenha sentido necessidade de fazer saber ao GOL, a tempo e horas, da sua decisão, GOL este que rapidamente tratou de abençoar Pedro Santana Lopes.
- A febre da bola acabou. Nunca como por estes dias, se exceptuarmos a a causa de Timor, Portugal esteve tão unido por uma causa. Ver-se-á agora se o povo português tem o sentido cívico e de cidadania suficientes de se unir para dar uma lição de ética e responsabilidade a uma casta política que se acha inimputável.
Publicado por Manuel 13:54:00
1 Comment:
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- Manuel said...
3:39 da tarde, julho 05, 2004Eu não confundo Maria José Morgado com o Ministério Público como esta não se confunde com este aliás, nem de perto nem de longe...
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