Especial Euro'2004 (XXVII)
Ideias fortes para a final
sábado, julho 03, 2004
A um dia do final do Euro'2004, começa a ser tempo de fazer o balanço da maior prova que alguma vez se disputou em Portugal. É difícil garantir que se tratou, como tanta gente já repetiu, do melhor europeu de sempre. Mas uma coisa é certa: pudemos assistir a vários jogos de primeira água e nem a eliminação de todas as selecções históricas retira brilho ao percurso de portugueses e gregos. Se os grandes caíram foi porque alguém os derrotou. Dizer-se que a final é pouco apelativa e será disputada entre pequenos é completamente errado.
Primeiro foi a Espanha; depois a Itália; depois a Alemanha; mais tarde a Inglaterra; logo a seguir a França; seguidamente a Holanda; finalmente, a República Checa. Os principais favoritos foram caindo - e com toda a justiça. Só mesmo os checos saem com um sentimento de injustiça. Jogaram, de facto, mais do que os gregos e mereciam ser eles a estar na final, amanhã, diante de Portugal.
Quanto à nossa selecção, o balanço a fazer, aconteça o que acontecer amanhã, é extraordinariamente positivo. Portugal nunca tinha chegado a uma final de uma grande competição. Chega agora, e a praticar um futebol de encantar, misto de qualidade técnica com força colectiva, quilos de suor e muita, muita crença.
Nenhuma dúvida - Portugal merece estar na final. Assinou, frente à Inglaterra, a segunda melhor exibição de todo o Euro(só ultrapassada pela forma impressionante como a República Checa limpou a temível Dinamarca, merecendo o único 19 até agora).
A regularidade com que Portugal tem subido de jogo para jogo faz-nos crer que a nossa selecção fará, amanhã, uma grande exibição. É seguro apontar Portugal como favorito - neste momento, joga mais e melhor do que a Grécia. Mas manda a prudência não irmos além disto.
Para os mais distraídos, recordamos que a Grécia, neste Euro, já derrotou Portugal, França e República Checa, empatando com a Espanha. A equipa de Rehhaggel defende com uma frieza impressionante e dispõe de trunfos para o contra-ataque. Felizmente, não joga Karagounis, médio do Inter que apontou o primeiro golo do jogo inaugural, aproveitando a oferta de Paulo Ferreira.
Não prevejo uma grande final - o calculismo grego deve obrigar-nos a um jogo de paciência, mas nunca podemos ceder a posse de bola ao adversário. Importa pegar no jogo para evidenciar a nossa superioridade técnica. O poder de fogo de Maniche, os malabarismos de Ronaldo, o sentido de oportunidade de Pauleta e/ou Nuno Gomes, o génio de Deco, o poderio de Figo, ou até, quem sabe, a vontade enorme que Rui Costa irá certamente em terminar em beleza um percurso notável nas selecções, tudo isto são fortíssimas razões para acreditarmos no título europeu.
Publicado por André 17:42:00