"Sinais dos Tempos" ou apenas "Pagodes Chineses"
terça-feira, junho 22, 2004
Seria fácil pegar num dos últimos relatórios de execução orçamental da DGO, e conjugado com os resultados de conjuntura do INE e do Banco de Portugal, e chegar à conclusão que, de facto, a tão ansiada, mil vezes proclamada por espíritos Delgados deste país, retoma está finalmente à porta. O que não sabe bem e não convém muito dizer, não vá o povo ficar triste, agora que ainda por cima a selecção ganha e alguns ministros falam por detrás dos patrocinadores oficiais do certame, talvez na secreta esperança, que esse mesmo certame, lhe dê imunidade às palavras por vezes pouco acertadas que vociferam.
Como dizia acima, o que não sabe bem é se estes sinais são provocados pelo certame ou não. Uma coisa sabe-se de certeza a economia portuguesa continua a padecer dos mesmos problemas estruturais que sempre padeceu. Uma oferta interna incapaz de satisfazer a procura interna sempre que esta acelera, e consequente aumento do défice comercial.
Também na parte da execução orçamental surgem agora no PSD, alguns recados à política orçamental do governo da coligação, e as revisões do PEC. Que o PEC tinha obrigatoriamente que ser revisto era um facto, ainda que surgissem várias correntes. Não como Pedro Santana Lopes, que defendeu em pleno convívio entre a Maçonaria, uma revisão do PEC menos economicista e mais social.
E ele que deveria saber que a constituição europeia, dá plenos poderes aos chamados países grandes, ou se preferirem, os incumpridores, para controlarem o PEC.
Mas a retoma tem destas coisas - todos opinam assim que há sinais, como que se tentando recolher dividendos e todos se calam, ou quase todos, sempre que o vermelho domina uma qualquer folha de um indicador qualquer.
À beira do Verão, com o Europeu a durar até 4 de Julho, temo que a ressaca do euro apenas se sinta lá para Outubro. Até lá e à boa maneira portuguesa o país viverá em autogestão, primeiro com o Euro como pano de fundo a servir de encantamento aos eventuais protagonismos que os causídicos públicos deste país queiram assumir, depois e quando as bandeiras saírem das janelas estaremos no Verão, e nesta época, a Assembleia da República costuma premiar os deputados com 30 dias de férias. É a chamada governação aberta gerida na Praia dos Tomates.
Nada de novo, claro.
Publicado por António Duarte 12:50:00