Adelino Salvado e a PJ que "mete medo"...

actualizado às 18.45

do JN de hoje...


O responsável máximo da Judiciária negou depois que a remodelação tenha algo a ver com a operação "Apito Dourado". Confrontado pelo JN com o facto de ter reforçado a sua confiança em Artur Oliveira quando este, há um ano, colocou o lugar à disposição, precisamente por se terem iniciado as investigações ao seu pai e irmão, Adelino Salvado disse que tal se ficou a dever ao "evoluir da posição intelectual de um homem honrado e sério, que foi diferente na fase inicial e na fase final". "Tratou-se de uma questão do foro pessoal", rematou.



Ainda no JN...

Este é um momento histórico e uma oportunidade de clarificar os passos dados para a consolidação da PJ. Trata-se de um corpo único, que mete medo a muita gente que não cumpre a lei e que, por isso, tem sido sujeita a sistemáticos ataques, manobras e deturpações da realidade(...). Porém, neste momento, entendo realçar que o progresso da PJ tem sido notável.

Estas declarações do director nacional da PJ são, sob qualquer prisma, espantosas!

Vejamos...

Segundo Adelino Salvado (AS), o director da PJ no Porto, Artur Oliveira (AO) demitiu-se, agora, porque a sua “posição intelectual” evoluiu...

Evoluiu de onde para onde? Analisando friamente os factos, nota-se que a evolução dessa “posição intelectual” se deu porque no início era uma coisa e agora é outra!

Magnífica lógica!

E qual seria a posição intelectual na fase inicial, ou seja, há um ano atrás, quando director Artur Oliveira colocou o lugar à disposição? Era certamente de demissão que então colocou nas mãos do director nacional e este não aceitou, sabendo no entanto do que se tratava e do género de processo que envolvia familiares do director Artur Oliveira.

Agora, nesta “fase final” qual seria a posição intelectual do director Artur Oliveira, perante o director nacional? Obviamente de demissão! Onde está a diferença?!

Estará porventura na posição intelectual do director Artur Oliveira ou na mudança de atitude do director nacional Adelino Salvado?!

Se a posição intelectual, de apresentar eventual demissão, é a mesma quem é que mudou? Foi Artur Oliveira ou Artur Salvado?

Ou foram os factos que mudaram e obrigaram Artur Oliveira a solicitar desta vez a demissão? E se foram os factos, esses factos e não outros, como compreender que Adelino Salvado não tenha pensado nessa eventualidade?

Será admissível que o director Adelino Salvado tenha aceitado manter como número dois na PJ alguém com uma espada de Dâmocles em cima da cabeça?!

Será crível tanta ingenuidade e incompetência antecipativa?!

Por outro lado, Adelino Salvado diz que a PJ “mete medo” a alguns que não respeitam as leis.

Uma polícia é para “meter medo?! Será essa a função da polícia ou será admissível que o seu director nacional a veja por esse prismade meter medo?

Ficamos à espera dos comentadores e defensores estrénuos das liberdades individuais - um António Barreto; um José Pacheco Pereira, um Vasco Graça Moura (altamente empenhado na campanha eleitoral...) se pronunciem sobre esta polícia que "mete medo"...



Se o simples ridículo chegasse, e deveria chegar, para demitir alguém, o director Adelino Salvado já estava de regresso ao posto de origem, mas ele parece estar bem preso ao lugar, como aliás a Ministra da Justiça, Celeste Cardona...

Para rematar é impossível não citar o DN de hoje, e Teófilo Santiago a quem aliás, e a João Massano, esta Venerável Loja presta a mais sentida homenagem...

Questionado pelo DN se a sua demissão estaria relacionada com o desenrolar da operação «Apito Dourado» e com o facto de a direcção nacional não ter sabido atempadamente da mesma, Teófilo Santiago respondeu: «Os resultados da directoria do Porto estão à vista e depois tirem-se as ilações que se quiser».


De facto está, mesmo, tudo à vista, e só não vê quem não quer. Resta saber durante quanto tempo mais se vai continuar a fingir... Porque os tempos da impunidade, e desfaçatez, absoluta já lá vão!

P.S. José Manuel Durão Barroso veio entretanto dizer que...

«Compete ao Governo nomear a direcção nacional da PJ. Tenho total confiança nela e os partidos políticos não devem imiscuir-se nas questões de funcionamento interno das polícias, senão teríamos as polícias partidarizadas», frisou.
«Quem responde perante o Parlamento pela PJ é o Governo, que deve dar explicações se for caso disso. Neste caso, já disse que temos plena confiança na PJ», acrescentou

Ora, o Primeiro Ministro devia ter consciência que é essa inusitada "confiança depositada na PJ e que aliás pelo menos desde meados da semana passada contagiou muitos e destacados militantes do PSD, nomeadamente do Norte, que levanta as mais sérias e fundadas das dúvidas.

À mulher de César não basta sê-lo, e em política, desgraçadamente em Portugal, normalmente quando "parece" a realidade costuma demonstrar que é sempre bem pior!

Publicado por Manuel 18:13:00  

2 Comments:

  1. zazie said...
    ":O))) é um texto de antologia- devem estar grudados com araldite seja qual for a "posição" ":O)))
    Luís Bonifácio said...
    A PJ "mete medo" ou "mete nojo"? Não se pode exterminar o Adelino "pinóquio" Salvado?

Post a Comment