Mais histórias do País do faz-de-conta

O Público, pela pena de Cristina Ferreira, escreve hoje duas páginas exemplares do país do faz- de- conta e reveladoras do pântano de que falava Guterres. E a história é do tempo dele - ano 2000.


Protagonistas...

  • António de Sousa,presidente da Caixa Geral de Depósitos.
  • Fernando Sequeira, administrador, ligado, segundo o Público, ao grande, grande Pina Moura que neste caso é responsável pelas nomeações destes gestores geniais.
  • Oliveira Cruz, administrador.
  • Gracinda Raposo, directora de operações.
  • Sales Caldeira, idem.

Beneficiário: Armando Martins e Marc Rich, um americano "amigo".

Esta história contada no Público, a um copista, só sugere a imagem do pântano guterreano.


O melhor é ler e deve notar-se que a reportagem publica, certamente, o que pode ser publicado...

Aqui fica uma pequena passagem...

"A Caixa Geral de Depósitos (CGD) emprestou 75 milhões de euros ao promotor imobiliário Armando Martins, sem que o financiamento tivesse sido submetido previamente à decisão do Conselho de Administração (CA) ou sequer ao Conselho de Crédito (CC) como mandam as regras internas da instituição, revelam documentos a que o PÚBLICO teve acesso. Esta terá sido uma entre várias operações de crédito realizadas pelo banco público entre 2000 e Janeiro de 2002 que não constam das actas do CA nem dos registos do CC, situação que terá levado à saída de dois administradores da instituição, Almerindo Marques e Tomás Correia, em 2002 e 2003, respectivamente.

Os 75 milhões de euros faziam parte de um crédito de 125 milhões de euros - assegurado por um consórcio bancário constituído pela própria CGD, que liderou a operação, Montepio Geral, Caixa Açoreana, Banif e BPN - destinado a financiar a aquisição da Imosal, sociedade que tinha como único activo o edifício Atrium Saldanha em Lisboa, por Armando Martins ao financeiro de origem norte-americana Marc Rich, célebre pelas suas relações com o ex-presidente dos Estados Unidos da América Bill Clinton. "

Este assunto, provavelmente, deveria merecer investigação criminal. Provavelmente, não vai merecer.

E a razão é muito prosaica, segundo o copista:

Não temos em Portugal, capacidade adequada de investigação, na PGR.

A PJ nem sequer cheira o assunto como deve ser. Por motivos que serão igualmente prosaicos. Basta ler as declarações do seu director, Adelino Salvado, ao Correio da Manhã de domingo, para perceber o que é óbvio para muita gente...

"Onde ainda não conseguimos ter bastante rapidez é em tudo o que envolva perícias informáticas e de análise contabilística. Isso nota-se na criminalidade económica e financeira e na corrupção. Precisamos de mais especialistas, mais investigadores e mais pessoal de apoio."

Pois precisam. Claro que precisam. E ainda precisam mais de vontade... de incomodar quem tem de ser incomodado.

O país é de todos; não tem de ser uma oligarquia de bloco central.


Aquele pequeno grupo desse bloco central que nos governa, à vez, e nos tem incomodado, a nós que votamos neles, é que são a fonte do incómodo geral.

Se não houvesse imprensa e, vá lá, uma certa rotatividade nos cargos,ainda era pior.

Publicado por josé 19:08:00  

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