Mais histórias do País do faz-de-conta
quarta-feira, fevereiro 25, 2004
O Público, pela pena de Cristina Ferreira, escreve hoje duas páginas exemplares do país do faz- de- conta e reveladoras do pântano de que falava Guterres. E a história é do tempo dele - ano 2000.
Protagonistas...
- António de Sousa,presidente da Caixa Geral de Depósitos.
- Fernando Sequeira, administrador, ligado, segundo o Público, ao grande, grande Pina Moura que neste caso é responsável pelas nomeações destes gestores geniais.
- Oliveira Cruz, administrador.
- Gracinda Raposo, directora de operações.
- Sales Caldeira, idem.
Beneficiário: Armando Martins e Marc Rich, um americano "amigo".
Esta história contada no Público, a um copista, só sugere a imagem do pântano guterreano.
O melhor é ler e deve notar-se que a reportagem publica, certamente, o que pode ser publicado...
Aqui fica uma pequena passagem...
Os 75 milhões de euros faziam parte de um crédito de 125 milhões de euros - assegurado por um consórcio bancário constituído pela própria CGD, que liderou a operação, Montepio Geral, Caixa Açoreana, Banif e BPN - destinado a financiar a aquisição da Imosal, sociedade que tinha como único activo o edifício Atrium Saldanha em Lisboa, por Armando Martins ao financeiro de origem norte-americana Marc Rich, célebre pelas suas relações com o ex-presidente dos Estados Unidos da América Bill Clinton. "
Este assunto, provavelmente, deveria merecer investigação criminal. Provavelmente, não vai merecer.
E a razão é muito prosaica, segundo o copista:
Não temos em Portugal, capacidade adequada de investigação, na PGR.
A PJ nem sequer cheira o assunto como deve ser. Por motivos que serão igualmente prosaicos. Basta ler as declarações do seu director, Adelino Salvado, ao Correio da Manhã de domingo, para perceber o que é óbvio para muita gente...
Pois precisam. Claro que precisam. E ainda precisam mais de vontade... de incomodar quem tem de ser incomodado.
O país é de todos; não tem de ser uma oligarquia de bloco central.
Aquele pequeno grupo desse bloco central que nos governa, à vez, e nos tem incomodado, a nós que votamos neles, é que são a fonte do incómodo geral.
Se não houvesse imprensa e, vá lá, uma certa rotatividade nos cargos,ainda era pior.
Publicado por josé 19:08:00