Gorada que foi, pelo menos por enquanto, a tentativa de correr literalmente com Souto Moura de Procurador Geral da República, estratégia que passava por um acordo prévio entre Belém e São Bento e com gran finale em Conselho de Estado, eis que coube, who else, a Manuel Alegre a tarefa de esvaziar o balão...
Assim foi o poeta Alegre, fazer a triste figura de pedir a Mota Amaral para este pedir a Sampaio para este convocar um Conselho de Estado pela razão de que, já não sei quantos, conselheiros de estado aparecem envolvidos no escândalo Casa Pia, ou pelo menos mencionados...
Ora como o ridículo em Portugal não mata, muito menos paga imposto, Alegre ainda teve tempo para se "solidarizar" com Mota Amaral por este ter aparecido na capa da Focus (revista do Senhor Jaques Rodrigues, à filha do qual in illo tempore o Herman deu um grande presente de casamento, vá lá saber-se porquê ...) ao lado do Cardeal e do Papa, perdão do Pai Soares.
Reza a revista que nos álbuns de fotos mostrados às testemunhas do processo Casa Pia estavam incluídas fotos destes três personagens.
À primeira, eu ainda julguei que a indignação da revista fosse por a foto de Sua Eminência Reverêndissima, o Cardeal Patriarca, não ser deste à paisana, o que manifestamente sabotava o efeito, mas não, o problema eram aqueles três estarem misturados no meio dos outros. Um insulto já se vê.
Qualquer alminha com QI pelo menos igual ao do Dr. Hermínio Loureiro, e que passe umas horas a ver televisão, sabe que se por absurdo se pusessem no tal álbum as fotos dos suspeitos no meio das fotos da lista de frequentadores do Casal Ventoso, existiria uma forte probabilidade de falsos positivos, já que a tendência óbvia, na incerteza, seria indicar os famosos, os que aparecem na TV, ou nas revistas.
Sendo que a única hipótese de evitar tal fenómeno é encher o álbum de fotos da Caras, da Olá, de tudo quanto é social e revista de TV e obviamente orgão de comunicação social.
Estando em causa peixe graúdo, mais uma vez, a única hipótese de evitar que esse peixe graúdo, seja pescado por engano, obviamente que a única hipótese inteligente é colocar as fotos desses peixinhos no meio de outras fotos de peixe ainda maior.
Em suma, os três personagens colocados na primeira página da Focus, deviam estar felizes e contentes por com a sua visibilidade e reconhecimento público terem inocentado uma série de gente e permitido apanhar uma série de eventuais criminosos.
Mas isto tudo era se Portugal fosse um País normal, o que manifestamente às vezes parece não ser, porque seguindo, por recursividade, o magnífico raciocínio do Dr. Alegre e de uma série de gente que já tinha idade para ter juízo, no dito álbum só podiam estar as fotos dos suspeitos e de alegres anónimos. Metaforicamente se a suspeito é loura, o resto do álbum deveria forçosamente ser constituído por morenas ...
Em suma bate-se no Ministério Público, e na Investigação, por estes fazerem só e apenas o trabalho de forma competente sóbria e profissional.
Como um disparate nunca vem só, eis que a Assunção Esteves vem propor uma revisão da Lei de Imprensa, e, se preciso, uma Revisão Constitucional, para acabar com a boataria.
Anunciamos em primeira mão, que até pelo conhecimento da matéria, o redactor da dita nova Lei da Imprensa será o Dr. Portas, que contará para o efeito com o apoio jurídico do regressado Dr. Cunha Rodrigues, seu companheiro doutros tempos.
Entretanto, e para animar o pagode, temos mais uma, fracota, campanha de enxovalhamento da Procuradoria Geral da República, mas já que querem transformar isto num reality show exige-se mais criatividade. Já todos vimos o filme, de agentes (pouco) secretos, atenderem um telefone, e logo a seguir irem a um caixote do lixo, a uma hora e data determinadas, levantar uns papeis, mas enfim... Enquanto audiência, exigimos mais !
Já no DN de hoje Jorge Coelho desenvolve uma interessante tese sobre o boato. "O boato atinge de tal forma uma credibilidade irrefutável que Goebbels, o criador da propaganda de Hitler, afirmava que só através de outro rumor é que se destrói um boato." diz-nos Coelho.
Este é o mesmo Coelho, que quando esteve no SIS, mais boatos mandou investigar, o mesmo coelho de quem Portas, prudente, tinha o telémovel da toca, mas enfim, como agora os boatos de outrora não servem para abafar estes boatos, talvez por serem os mesmos, eis o born again Coelho.
O último parágrafo ...
Uma nota final: estando eu inteiramente de acordo com o sentido global da intervenção do sr. Presidente da República, sinto que a «coisa» não vai ficar por aqui e vai ser necessária uma intervenção mais forte, a pôr na ordem o que tem que ser posto na ordem. Espero sinceramente, que eu esteja enganado neste presságio!
... é de facto lancinante. Se eu não conhece-se o Jorge poderia achar que era dedicado a Souto Moura.
Mas conheço-o, e o último parágrafo é o recado final para Ferro.
Coelho, o profissional, é o senhor que se segue.
E ninguém o pode acusar de falta de solidariedade ainda por cima... Ah, e ele não acredita na tese da cabala, lembram-se...
Publicado por Manuel 04:41:00
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