O Zé Maria dos tribunais ...
... ou uma OPV sobre a Verdade
terça-feira, novembro 04, 2003
Há entrevistas que de tão ridículas que são devem ser recortadas e arquivadas. É o caso da mais recente do advogado de Carlos Silvino ao Correio da Manhã. O jornalista pergunta:
De que adianta a Carlos Silvino voltar a colaborar com a Justiça se for julgado e condenado no primeiro processo da Casa Pia?
Resposta - Há muita gente a rezar a Nossa Senhora de Fátima para que o meu cliente seja julgado e punido já, com uma pena elevada. A partir desse momento, ele, se calhar, não tem mais motivos para confiar na Justiça e para falar. Há muitas pessoas que, neste caso, ficariam muito favorecidas. Isso é objectivo de muita gente que diz que tem interesse na defesa das vítimas e não o tem. Há pessoas que querem é controlar as vítimas para conseguirem os menores danos possíveis. Há muita gente nervosa e como medo. Nada melhor do que o Carlos Silvino ser já julgado, para inviabilizar qualquer colaboração no processo.
Quem são essas pessoas?
Resposta: Não vou especificar. Os portugueses sabem bem quem são
Além de mais uma invocação do nome de Nossa Senhora de Fátima em vão (a santa já tinha empurrado a lama do Prestige para Espanha, lembram-se?), o advogado, com este tipo de respostas, contraria todos os apelos que ao mais alto nível têm sido feitos sobre o processo Casa Pia.
No fundo, José Maria Martins está- na qualidade de advogado com conhecimento e interesses no processo - a legitimar todo o tipo de boatos que inundam a sociedade portuguesa. É bem possível que haja pessoas com interesse em manter o senhor Silvino calado. Aliás, penso mesmo que Carlos Silvino poderá conhecer melhor que ninguém a história contemporânea de Portugal.
O que José Maria Martins não pode é usar a sua qualidade de advogado de um arguido para lançar uma espécie de private-message seja para quem for. Isto é, se o senhor Carlos Silvino tem algo a dizer que o diga. Se Carlos Silvino não quiser falar, então não fale. Simples !
Agora, fica muito mal ao seu advogado lançar a ideia de que sabe alguma coisa e com isso parecer estar a chantagear muita gente através de indirectas.
A defesa de um arguido é um acto de elevação e nobreza, passe o detalhe de ao longo deste processo isso não se ter notado muito. E não de pura traulitada mediática.
Assim, qualquer otário é advogado.
Publicado por Carlos 18:08:00
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