O Benfica de Vieira

Luís Filipe Vieira ganhou, com 90 por cento dos votos, as eleições no Benfica. Dificilmente as coisas seriam de outra maneira. Vieira teve o apoio da inteligentsia benfiquista e reunindo um consenso que há meia dúzia de meses era de todo improvável, travou qualquer tipo de alternativa credível. Um projecto como o de Luís Tadeu nas eleições de 1999 (perdeu por uma unha negra para Vale e Azevedo) não teve, desta vez, espaço para avançar porque um homem que transmite tudo menos confiança como é Vieira acabou por conseguir capitalizar algum crédito.

Os anos até à queda de Vale e Azevedo foram demasiado maus e o mandato de Vilarinho, assumido politicamente a partir de certa altura por Vieira, foi um mandato de uma ligeira recuperação: o Benfica há uns anos era sexto no campeonato e agora luta pelo segundo; as dívidas foram estancadas; a ideia de um clube-caloteiro está a ser combatida.



É pouco para um clube habituado a ter que ganhar tudo e não ganha nada há dez anos? Claro que é. Mas entre mais uma aventura irresponsável semelhante à de Vale e Azevedo (Guerra Madaleno) e uma incógnita do tamanho do novo estádio da Luz (Jaime Antunes), os benfiquistas preferiram dar mais uma oportunidade ao homem que resolveu a inquietação de se construir um dos melhores estádios do mundo em um ano.

A vitória de Luís Filipe Vieira foi o primeiro sinal de sportinguização do Benfica: a águia caminha para o décimo ano sem ser campeão, mas os sócios já nem deitam os presidentes abaixo por isso. Mais oito anitos e igualam o recorde de jejum do leão.

Publicado por André 13:16:00  

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