Paul Krugman, Nobel


Num domínio- a Economia- em que a volatilidade das opiniões seguras, é maior que a das acções em bolsa, o prémio Nobel deste ano, foi atribuido a Paul Krugman.



Paul Krugman, é colunista do NYTimes, um jornal a sério, e tem sido adversário do neoconismo dos últimos anos e por arrastamento do neo-liberalismo derrotado pelos últimos acontecimentos mundiais.

O paralelismo só se encontra com a derrota do comunismo, no final dos anos 80, do séc. passado, embora a muitos ainda custe aceitar a derrota, cada vez mais fragorosa e implacável.



Paul Krugman, tem sido também, um dos gurus daqueles que se perderam do comunismo e andam a tentar encontrar o espaço, vital ( é mesmo isso) , para intervir com o mesmo afã neófito com que o faziam no tempo do socialismo de classe.

Ideologicamente perdidos, lêem-no como uma das últimas tábuas de salvação, onde se agarram para argumentar contra esse neo-liberalismo que execram.

Sem se darem conta que o socialismo que acalentam, não é o modelo que Krugman defende...

Publicado por josé 12:22:00  

17 Comments:

  1. zazie said...
    Pois é, ele é muito bom. E o conservadorismo vai regressar porque o neoliberalismo é mais um marxismo.
    GBT said...
    Não é com Krugman que atacam o liberalismo. Não sei bem o que é o neo-liberalismo, mas Krugman é de tradição liberal, seja a nível económico, seja social.
    Aliás o nome do seu blog é "The Conscience of a Liberal" - link: http://krugman.blogs.nytimes.com/.
    Krugman sempre defendeu o comércio livre global e a liberdade económica. O que ele combateu foi o "neo-conservadorismo" que é totalmente distinto do liberalismo, não só a nível social como económico. Aliás o neo-con por vezes defende políticas proteccionistas e de protecção/compadrio com o "big business" à semelhança de alguma esquerda. Não vejo como podem os defensores desta esquerda apoiar-se nele. A única coisa que têm em comum é o combate à administração Bush.
    josé said...
    Estamos a falar do mesmo: neo-liberalismo equivale a neoconismo.

    Krugman, foi contra a intervenção no Iraque, combateu estes neoconeiros que puseram isto em pantanas e agora deram-lhe o reconhecimento.

    Já foi citado por aqui duas vezes, pelo menos, em anos passados.

    Precisamente por causa dos seus argumentos anti-neoconistas.
    josé said...
    A esquerda a que me refiro é a do Vital Moreira, um citador de Krugman, para o que lhe interessa.

    Que não para o resto, claro. A não ser que a cambalhota já seja de tal modo rotunda que se torne uma recambalhota.

    O que não seria de admirar, aliás.
    GBT said...
    OK, estamos entendidos. Como Liberal (no sentido clássico do termo) fico desconfortável quando se confunde liberalismo com "conservadorismo", "neo-conservadorismo", etc. Nada de mais diferente!
    Quanto a "neo-liberal" não sei o que é, mas associá-lo ao neo-con não me parece fazer sentido. A administração Bush foi muito pouco "liberal", muito menos do que a administração Clinton. E nem sequer faz sentido falar de "neo-liberalismo" num País como Portugal, onde nem sequer o "liberal clássico" foi alguma vez praticado.
    josé said...
    Pois é. Estes conceitos não estão bem definidos e demarcados.

    Mas também o liberalismo antigo que seja, mas nem tanto assim, provindo de Adam Smith, tem fronteiras de terra de ninguém, onde se misturam conceitos herdados do marxismo que é posterior.
    O liberalismo actual já integra inúmeros elementos de intervencionismo que nega a mão invisível e o laissez faire. Logo, onde está a fronteira?
    Tanto mais que agora, com a intervenção do Estado em unidades financeiras, apresenta-se em todo o esplendor, a colectivização desse sector?

    Ou não será assim?

    Barack Obama é liberal, certo? Liberal no sentido europeu.
    E Sarkozy?

    A revista que melhor tem entendido estes fenómenos, marcando a diferença entre o neo liberalismo, associando-o aos neocons, é a francesa Marianne.

    Por aí vou.
    zazie said...
    E o neo-conservadorismo é trostskismo intervencionista. Os conservadores nunca o defenderam
    josé said...
    Sócrates, economicamente, o que representa? Não pergunto o que é, porque teria que dar a resposta que é muito desagradável.

    Pergunto apenas o que e quem representa.

    Será o socialismo, a social-democracia, o liberalismo, o neo-liberalismo ou uma mistura confusa de tudo isso que o Vital Moreira anda por aí a tentar ludibriar, apresentando medidas avulsas como sendo a prova do que lhe interessa provar?

    Em resumo: este Governo tem alguma coisa a ver com a Esquerda intervencionista? Até que ponto?
    E o desmantelamento do Estado social, defendido pelos mesmos, significa o quê? Uma concessão ao liberalismo? Em nome do equilíbrio de contas orçamentais?
    E os princípios programáticos onde ficam?

    Na gaveta da seriedade?
    maloud said...
    Do seu ponto de vista, José, a atribuição do Nobel a Paul Krugman deve-se também a estas últimas semanas alucinantes?
    GBT said...
    Para mim, o melhor exemplo de pensamento Liberal é representado por Milton Friedman. Um componente importante deste pensamento é a liberdade de escolha - "being Free to Chose". E não só no sentido económico, mas no sentido de liberdade pura e simples, o chamado "libertarianism". Uma implicação importante deste pensamento é que o Estado não se deve meter nas nossas vidas, desde que não estejamos a prejudicar terceiros. Muito diferente das tendências modernas do politicamente correcto, e também do conservadorismo. Tanto um como outro tentam controlar o nosso comportamento.
    Sobre o "libertarianism" de Friedman ver esta entrevista com o próprio no youtube:
    http://www.youtube.com/watch?v=0PaN9M4WwHw
    josé said...
    Se calhar. Mas talvez não. O estudo que mereceu a distinção, é anterior.

    No entanto, estas semanas alucinantes, ensinam uma coisa:

    Na economia, ninguém é mestre. Ninguém mesmo.

    Há dias era o descalabro. Dias?! Que digo eu? Horas!

    Agora, perante a recuperação bolsista, regressa a esperança em que tudo isto seja mais um pesadelo.

    Ninguém, absolutamente ninguém sabe dizer o que vai acontecer. A não ser aqueles que acertam por acaso.

    E no entanto, houve pessoas que alertaram para o fenómeno e mesmo assim, a maioria confiou que nada iria suceder.

    O Silva Lopes, é perito neste tipo de análises. Sabe sempre tudo: a posteriori...aahahaha!

    É o melhor exemplo do dito de João Pinto: prognósticos sabe-os fazer no fim. Sempre foi assim.

    É considerado um mestre de economistas. Para mim, é mais um bluff.

    E acho que ele mesmo sabe que é.
    josé said...
    Aqui há um pouco menos de 10 anos, a Economist publicou uma sondagem que tinha feito dez anos antes, para saber qual a evolução de vários factores económicos dundamentais.
    Perguntou a pessoas, discriminando grupos profissionais. Perguntou a professores, teóricos, industriais e trabalhadores simples.
    Sabe qual foi o grupo que esteve mais próximo da verdade, depois de conhecido o prognóstico?

    Os varredores de Londres.

    Não é anedota.
    josé said...
    A minha ideia sobre os economistas, é parecida com esta

    Curiosa, acima de tudo.
    O livro citado, tem uma pequena introdução que desmente o título...
    maloud said...
    Deve ter sido graças à minha ignorância crassa, que, por enquanto, a minha mãe sobreviveu nada mal :}
    maloud said...
    Não consigo ler o seu link. Abre como a caixa de comentários sem possibilidade de o maximizar.
    Mas já agora sobre o Silva Lopes. Foi uma entrevista que ele deu ao programa económico da SICN aqui há uns meses, que me fez seguir com redobrada atenção as poupanças maternas. E para ser justa, até porque já lho agradeci, os comentários da Zazie no Blasfémias. Desmontou aquela treta toda.
    josé said...
    Tem razão, o link não abre bem, mas permite copiar para quem quiser ler.

    Mesmo assim, o Silva Lopes tem-se mantido no topo estes últimos 35 anos. Sempre como mestre deles todos.

    Depois é isto que vemos. E em Portugal, quanto a isso menos mal, porque somos pobrezinhos.

    COmo no tempo de Salazar...
    maloud said...
    Cada um sabe de si. Mais que no tempo do Salazar, mas isso são contas de outro rosário. E sem pingo de saudade.

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