Paul Krugman, Nobel
segunda-feira, outubro 13, 2008
Num domínio- a Economia- em que a volatilidade das opiniões seguras, é maior que a das acções em bolsa, o prémio Nobel deste ano, foi atribuido a Paul Krugman.
Paul Krugman, é colunista do NYTimes, um jornal a sério, e tem sido adversário do neoconismo dos últimos anos e por arrastamento do neo-liberalismo derrotado pelos últimos acontecimentos mundiais.
O paralelismo só se encontra com a derrota do comunismo, no final dos anos 80, do séc. passado, embora a muitos ainda custe aceitar a derrota, cada vez mais fragorosa e implacável.
Paul Krugman, tem sido também, um dos gurus daqueles que se perderam do comunismo e andam a tentar encontrar o espaço, vital ( é mesmo isso) , para intervir com o mesmo afã neófito com que o faziam no tempo do socialismo de classe.
Ideologicamente perdidos, lêem-no como uma das últimas tábuas de salvação, onde se agarram para argumentar contra esse neo-liberalismo que execram.
Sem se darem conta que o socialismo que acalentam, não é o modelo que Krugman defende...
Publicado por josé 12:22:00
17 Comments:
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Aliás o nome do seu blog é "The Conscience of a Liberal" - link: http://krugman.blogs.nytimes.com/.
Krugman sempre defendeu o comércio livre global e a liberdade económica. O que ele combateu foi o "neo-conservadorismo" que é totalmente distinto do liberalismo, não só a nível social como económico. Aliás o neo-con por vezes defende políticas proteccionistas e de protecção/compadrio com o "big business" à semelhança de alguma esquerda. Não vejo como podem os defensores desta esquerda apoiar-se nele. A única coisa que têm em comum é o combate à administração Bush.
Krugman, foi contra a intervenção no Iraque, combateu estes neoconeiros que puseram isto em pantanas e agora deram-lhe o reconhecimento.
Já foi citado por aqui duas vezes, pelo menos, em anos passados.
Precisamente por causa dos seus argumentos anti-neoconistas.
Que não para o resto, claro. A não ser que a cambalhota já seja de tal modo rotunda que se torne uma recambalhota.
O que não seria de admirar, aliás.
Quanto a "neo-liberal" não sei o que é, mas associá-lo ao neo-con não me parece fazer sentido. A administração Bush foi muito pouco "liberal", muito menos do que a administração Clinton. E nem sequer faz sentido falar de "neo-liberalismo" num País como Portugal, onde nem sequer o "liberal clássico" foi alguma vez praticado.
Mas também o liberalismo antigo que seja, mas nem tanto assim, provindo de Adam Smith, tem fronteiras de terra de ninguém, onde se misturam conceitos herdados do marxismo que é posterior.
O liberalismo actual já integra inúmeros elementos de intervencionismo que nega a mão invisível e o laissez faire. Logo, onde está a fronteira?
Tanto mais que agora, com a intervenção do Estado em unidades financeiras, apresenta-se em todo o esplendor, a colectivização desse sector?
Ou não será assim?
Barack Obama é liberal, certo? Liberal no sentido europeu.
E Sarkozy?
A revista que melhor tem entendido estes fenómenos, marcando a diferença entre o neo liberalismo, associando-o aos neocons, é a francesa Marianne.
Por aí vou.
Pergunto apenas o que e quem representa.
Será o socialismo, a social-democracia, o liberalismo, o neo-liberalismo ou uma mistura confusa de tudo isso que o Vital Moreira anda por aí a tentar ludibriar, apresentando medidas avulsas como sendo a prova do que lhe interessa provar?
Em resumo: este Governo tem alguma coisa a ver com a Esquerda intervencionista? Até que ponto?
E o desmantelamento do Estado social, defendido pelos mesmos, significa o quê? Uma concessão ao liberalismo? Em nome do equilíbrio de contas orçamentais?
E os princípios programáticos onde ficam?
Na gaveta da seriedade?
Sobre o "libertarianism" de Friedman ver esta entrevista com o próprio no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=0PaN9M4WwHw
No entanto, estas semanas alucinantes, ensinam uma coisa:
Na economia, ninguém é mestre. Ninguém mesmo.
Há dias era o descalabro. Dias?! Que digo eu? Horas!
Agora, perante a recuperação bolsista, regressa a esperança em que tudo isto seja mais um pesadelo.
Ninguém, absolutamente ninguém sabe dizer o que vai acontecer. A não ser aqueles que acertam por acaso.
E no entanto, houve pessoas que alertaram para o fenómeno e mesmo assim, a maioria confiou que nada iria suceder.
O Silva Lopes, é perito neste tipo de análises. Sabe sempre tudo: a posteriori...aahahaha!
É o melhor exemplo do dito de João Pinto: prognósticos sabe-os fazer no fim. Sempre foi assim.
É considerado um mestre de economistas. Para mim, é mais um bluff.
E acho que ele mesmo sabe que é.
Perguntou a pessoas, discriminando grupos profissionais. Perguntou a professores, teóricos, industriais e trabalhadores simples.
Sabe qual foi o grupo que esteve mais próximo da verdade, depois de conhecido o prognóstico?
Os varredores de Londres.
Não é anedota.
Curiosa, acima de tudo.
O livro citado, tem uma pequena introdução que desmente o título...
Mas já agora sobre o Silva Lopes. Foi uma entrevista que ele deu ao programa económico da SICN aqui há uns meses, que me fez seguir com redobrada atenção as poupanças maternas. E para ser justa, até porque já lho agradeci, os comentários da Zazie no Blasfémias. Desmontou aquela treta toda.
Mesmo assim, o Silva Lopes tem-se mantido no topo estes últimos 35 anos. Sempre como mestre deles todos.
Depois é isto que vemos. E em Portugal, quanto a isso menos mal, porque somos pobrezinhos.
COmo no tempo de Salazar...