O caso Freeport
sábado, outubro 04, 2008
O "caso Freeport", um processo de investigação criminal, iniciado em Fevereiro de 2005, com base em informações policiais recolhidas no ano anterior, é hoje notícia no Sol que escreve assim na primeira página:
"Autoridades inglesas descobrem transferências em dinheiro para personalidades portuguesas".
E ainda adianta que as "autoridades inglesas propuseram à PGR a criação de uma equipa conjunta para investigar o caso Freeport."
Na página sete, o jornal noticia que houve "fluxos financeiros" que vieram de Inglaterra , da Freeport, para Portugal, designadamente, para um escritório de advogados em Lisboa. O jornal acrescenta que "é preciso apurar as razões-lícitas ou ilícitas- dessas transferências de dinheiro".
O jornal, adianta ainda que "os ingleses transmitiram que têm indícios do envolvimento de um político português no caso".
Obviamente, é esta última revelação que se torna importante na notícia, porque senão o jornal, nem daria importância a uma investigação que decorre há mais de três anos, sem resultados visíveis, publicamente.
E torna-se também importante, agora, para perceber a atitude das "autoridades portuguesas", mormente a PGR. No caso Maddie, apesar de tudo, os ingleses foram bem recebidos, na colaboração prestada.
E neste caso, como vai ser?
É que o assunto já teve resultados, para outras pessoas que passaram no mesmo, incidentalmente.
Que o diga o ex-inspector da PJ, José Torrão que apanhou com um processo por violação de segredo de justiça e foi condenado...
Esta história, aliás, foi contada pela revista Visão, no seu número de 23 a 29 Junho 2005, de que se juntam cópias da capa e do artigo, então assinado por Paulo Pena, Ricardo Fonseca e também Rui Costa Pinto.
A revista, resumia assim, os factos:
Em 1999, o promotor imobiliário RJ McKinnay pede um parecer sobre a viabilidade de um complexo comercial, nos terrenos da antiga fabrica Firestone, em Alcochete.
Em Março de 2002, é aprovado em conselho de Ministros, o DL que altera os limites da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo.
Em Junho desse ano, associações ambientalistas entregam uma queixa à Comissão Europeia contra a alteração dos limites da ZPE e a consequente viabilização do empreendimento.
Em Setembro, o DL é suspenso e a C.M. Alcochete começa a emitir as licenças de construção.
Em Setembro de 2004 é inaugurado o Freeport.
Em Fevereiro de 2005, a PJ apreende documentação na CMAlcochete e nos escritórios da Freeport Leisure e noutras empresas.
Pela leitura das duas colunas expostas, ( que se podem ler, clicando na imagem) do texto principal, percebe-se o essencial, depois disso:
No começo do processo, em Fevereiro de 2005, em plena campanha eleitoral, alguém terá "apimentado" um documento oficial, de modo apócrifo, no sentido de comprometer de algum modo, o então candidato José Sócrates, no processo.
O semanário Independente, de Inês Serra Lopes, deu o espavento à coisa e assim se criou um escândalo político, à moda portuguesa, e que nunca deu nada a não ser a vitória do PS, com maioria absoluta. A jornalista foi também acusada de violação de segredo de justiça, mas acabou absolvida...
Na época, como se refere, a PGR, em comunicado, esclareceu que "os elementos recolhidos até ao momento permitem avaliar que não existe nenhuma suspeita de cometimento, por parte do engº José Sócrates, de qualquer ilícito criminal".
"Autoridades inglesas descobrem transferências em dinheiro para personalidades portuguesas".
E ainda adianta que as "autoridades inglesas propuseram à PGR a criação de uma equipa conjunta para investigar o caso Freeport."
Na página sete, o jornal noticia que houve "fluxos financeiros" que vieram de Inglaterra , da Freeport, para Portugal, designadamente, para um escritório de advogados em Lisboa. O jornal acrescenta que "é preciso apurar as razões-lícitas ou ilícitas- dessas transferências de dinheiro".
O jornal, adianta ainda que "os ingleses transmitiram que têm indícios do envolvimento de um político português no caso".
Obviamente, é esta última revelação que se torna importante na notícia, porque senão o jornal, nem daria importância a uma investigação que decorre há mais de três anos, sem resultados visíveis, publicamente.
E torna-se também importante, agora, para perceber a atitude das "autoridades portuguesas", mormente a PGR. No caso Maddie, apesar de tudo, os ingleses foram bem recebidos, na colaboração prestada.
E neste caso, como vai ser?
É que o assunto já teve resultados, para outras pessoas que passaram no mesmo, incidentalmente.
Que o diga o ex-inspector da PJ, José Torrão que apanhou com um processo por violação de segredo de justiça e foi condenado...
Esta história, aliás, foi contada pela revista Visão, no seu número de 23 a 29 Junho 2005, de que se juntam cópias da capa e do artigo, então assinado por Paulo Pena, Ricardo Fonseca e também Rui Costa Pinto.
A revista, resumia assim, os factos:
Em 1999, o promotor imobiliário RJ McKinnay pede um parecer sobre a viabilidade de um complexo comercial, nos terrenos da antiga fabrica Firestone, em Alcochete.
Em Março de 2002, é aprovado em conselho de Ministros, o DL que altera os limites da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo.
Em Junho desse ano, associações ambientalistas entregam uma queixa à Comissão Europeia contra a alteração dos limites da ZPE e a consequente viabilização do empreendimento.
Em Setembro, o DL é suspenso e a C.M. Alcochete começa a emitir as licenças de construção.
Em Setembro de 2004 é inaugurado o Freeport.
Em Fevereiro de 2005, a PJ apreende documentação na CMAlcochete e nos escritórios da Freeport Leisure e noutras empresas.
Pela leitura das duas colunas expostas, ( que se podem ler, clicando na imagem) do texto principal, percebe-se o essencial, depois disso:
No começo do processo, em Fevereiro de 2005, em plena campanha eleitoral, alguém terá "apimentado" um documento oficial, de modo apócrifo, no sentido de comprometer de algum modo, o então candidato José Sócrates, no processo.
O semanário Independente, de Inês Serra Lopes, deu o espavento à coisa e assim se criou um escândalo político, à moda portuguesa, e que nunca deu nada a não ser a vitória do PS, com maioria absoluta. A jornalista foi também acusada de violação de segredo de justiça, mas acabou absolvida...
Na época, como se refere, a PGR, em comunicado, esclareceu que "os elementos recolhidos até ao momento permitem avaliar que não existe nenhuma suspeita de cometimento, por parte do engº José Sócrates, de qualquer ilícito criminal".
Como se pode ler, no parágrafo do texto, a seguir a "falsificação do documento", o jornalista, professor de jornalismo, Mário Mesquita, escrevia então no Público, algo curioso:
"Os actores destes eventos ( ou pseudo-eventos consoante os casos) não são, em regra, jornalistas, mas elementos de equipas especializadas em contra-informações que trabalham junto dos partidos ou dos grupos de pressão. Aos jornalistas fica reservada a decisão de lhes dar voz ou de limitar as vias de disseminação do boato".
Ele lá saberia o que queria dizer com os tais elementos das equipas especializadas em contra-informações, mas por mim, só me ocorreu pensar nos profissionais da coisa, ou seja, os assessores que recebem do erário público para dourar a imagem de quem governa.
Não foi isso que se disse deste caso, então?
"Os actores destes eventos ( ou pseudo-eventos consoante os casos) não são, em regra, jornalistas, mas elementos de equipas especializadas em contra-informações que trabalham junto dos partidos ou dos grupos de pressão. Aos jornalistas fica reservada a decisão de lhes dar voz ou de limitar as vias de disseminação do boato".
Ele lá saberia o que queria dizer com os tais elementos das equipas especializadas em contra-informações, mas por mim, só me ocorreu pensar nos profissionais da coisa, ou seja, os assessores que recebem do erário público para dourar a imagem de quem governa.
Não foi isso que se disse deste caso, então?
Publicado por josé 18:20:00
13 Comments:
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Julgo que não referiu no texto algo que ouvi ontem numa rádio. Os ingleses já pediram ajuda à PGR há vários meses e continuam sem resposta.
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Talvez Vale e Azevedo ainda venha a ser utilizado como moeda de troca... quem sabe.
Acho que o pedido vai para mais de dois meses.
Acha mesmo que os ingleses vão usar o Vale como moeda de troca ccz?
É que a noticia fala de envolvimento da Realeza ...
todos.
http://pedronunesnomundo.wordpress.com/2008/10/05/cenas-de-uma-avaliacao-i/
Acordem, vigaristas !!! Portugal é um país cada vez mais atrasado !!!
Se tens algum recentimento histórico, temos pena! É certo que muitos de nós adormeceram à sombra de um passado rico (em história e não só), mas era bom que as coisas mudassem, a classe politica portuguesa é um VERGONHA, a dança das cadeiras é uma VERGONHA, o tráfico de influências....enfim!
E digam a esse senhor Wagner, que se têm tantos problemas com Portugal, não sei porque estamos a ser invadidos por Brasileiros?
è de Pensar.
Patria amada mais que quantas...
Abraço
Pois é, o autoritário sócrates pensou que se safava bem desta novela, mas será que se vai safar ?
E os amiguinhos dele, e são tantos !
Ah ! E a Cândida ALmeida, a pobrezinha, já se perdeu com tanta coisa que disse que nem quis apareecer hoje frente à Manuela Moura Guedes.
Amigos, esperemos para ver ...
Pois é, o autoritário sócrates pensou que se safava bem desta novela, mas será que se vai safar ?
E os amiguinhos dele, e são tantos !
Ah ! E a Cândida ALmeida, a pobrezinha, já se perdeu com tanta coisa que disse que nem quis apareecer hoje frente à Manuela Moura Guedes.
Amigos, esperemos para ver ...
O negócio em questão, recentemente anunciado, entre a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino sobre a venda de cerca de 10% do capital da Cimpor à CGD por um valor 25% acima do valor de mercado, é apenas mais um capitulo da afronta a que os contribuintes portugueses e povo em geral continuam sujeitos.
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Exmos senhores,
O negócio recentemente anunciado entre a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino, no que concerne à venda de 10% do capital da Cimpor à CGD, é patentemente ruinoso, injusto e, dir-se-ia, mesmo uma afronta ao povo em geral, e aos investidores em particular.
Não é concebível que para evitar dificuldades financeiras de um especulador, o maior banco do Estado (a CGD) vá ao ponto de lhe comprar os seus investimentos falhados 25% acima do valor de mercado, quando na realidade e perante essas mesmas dificuldades, este especulador ou qualquer outro ver-se-ia sempre forçado a vender essas mesmas posições ao preço de mercado ou abaixo deste.
A diferença entre aquilo que a CGD pagou por esta posição e o preço de mercado, foi uma dádiva pura e simples, de mais de 64 milhões de euros, a este especulador, que se podem considerar retirados directamente dos bolsos do povo português para o bolso do especulador.
Acresce que, não satisfeita, a CGD ainda concedeu uma opção de compra ao especulador, de forma a que se a Cimpor eventualmente valorizasse, o especulador poderia nela reentrar (tornar a comprar) sem risco. Isto é perfeitamente absurdo. A CGD colocou-se assim na posição de assumir todo o risco do investimento por vez do especulador e, ainda pior, desde logo entregou mais de 64 milhões ao especulador, pelo privilégio de fazer um negócio que ninguém aceitaria fazer de livre vontade.
Esta aberração ocorre no mesmo momento em que milhares de investidores se vêem a braços com perdas para as quais ninguém se apresta a suavizar pagando acima do mercado. Ocorre ainda no momento em que Portugal está a entrar numa crise profunda, em que centenas de milhar de pessoas perderão o emprego e, no entanto, é ao especulador que a CGD decide entregar dezenas de milhões de euros. Será isto certo? Obviamente não é.
A ser permitido, este negócio representa a morte da meritocracia neste país. Pensamos que as consequências de sequer se considerar este tipo de negócio, estão a ser subavaliadas pelas instituições.
Pedimos firmemente que, dentro do possível, sejam feitos todos os esforços para determinar a nulidade deste acto pirata sobre o povo deste país.
Atenciosamente, um grupo de cidadãos preocupado,
http://www.ipetitions.com/petition/CGD/index.html
Este homem tem os ditos cujos pretos e no sitio:
http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/mariocrespoentrevista/2009/3/mario-crespo-entrevista.htm