As regras da sensatez
sexta-feira, outubro 31, 2008
Na Quadratura do Círculo discutiu-se há bocado, o assunto dos jornalistas-assessores de governos que se prestam ao trabalho que neste momento é apanágio da dupla Luís & Bernardo, inc.
Tanto Lobo Xavier como Pacheco Pereira, concordam no aspecto promíscuo e de falta de isenção desse tipo de jornalismo assessorial, criticando-o acerbamente. Pacheco Pereira até acha que a promiscuidade em Portugal é um assunto sério e preocupante, porque somos um pais pequeno e de escassez de lugares e bens, lançando uma nuvem de suspeita sobre os jornalistas -assessores que nem se sabem bem quem são...
A propósito deste assunto, nas revista Marianne da semana passada, um dos cronistas convidados, Edwy Plenel, da www.mediapart.fr, trata o caso do Nobel, a Paul Krugman, precisamente focado na presidência Bush, que Krugman sempre criticou.
Krugman, num livro intitulado A América derrapa, menciona o poder revolucionário que atribui a Bush, no sentido de ser detentor de um poder que mina a democracia pelo interior, porque está determinado a alterar-lhe as regras, em função de uma crença na virtude da justiça e do bem, encarnados nele próprio.
Plenel que foi director do Le Monde, cita cinco regras, apontadas por Krugman, para os jornalistas seguirem sempre, na relação dos media com o poder político, particularmente nesse caso que considera como um poder revolucionário, mesmo com um exagero semiótico:
1. Não julgar as propostas políticas em função dos objectivos proclamados.
2. Pôr as meninges a funcionar, para descobrir as verdadeiras intenções.
3. Não imaginar ou supor que as regras do jogo, são aquelas a que já estão habituados e são conhecidas.
4. Esperar que um poder revolucionário reaja à crítica pelo ataque.
5. Não imaginar que há limites ao que um poder revolucionário pode fazer.
Mutatis mutandis, é exactamente este o problema que temos actualmente, com este primeiro-ministro, Sócrates. Não são poucos a nomeá-lo, mas muito poucos o reconhecem verdadeiramente.
E no entanto, o paralelo, é flagrante: igorância, arrogância e poder executivo sem grandes freios., acompanhado de um convencimento obstinado em soluções criticadas. Estão aí, todos os sinais. Basta vê-los. Em França, Plenel, aponta directamente ao presidente bling bling, Sarkozy.
Aqui, não é preciso muito. O indivíduo que nos representa como primeiro-ministro, acaba de afirmar numa conferência no estrangeiro, em San Salvador que o pequeno computador Magalhães, é usado por todos os seus assessores que aliás nem precisam de outro. E que o aparelho é como o Tintin: destina-se aos jovens dos 7 aos 77.
O que diria Krugman, disto?
Tanto Lobo Xavier como Pacheco Pereira, concordam no aspecto promíscuo e de falta de isenção desse tipo de jornalismo assessorial, criticando-o acerbamente. Pacheco Pereira até acha que a promiscuidade em Portugal é um assunto sério e preocupante, porque somos um pais pequeno e de escassez de lugares e bens, lançando uma nuvem de suspeita sobre os jornalistas -assessores que nem se sabem bem quem são...
A propósito deste assunto, nas revista Marianne da semana passada, um dos cronistas convidados, Edwy Plenel, da www.mediapart.fr, trata o caso do Nobel, a Paul Krugman, precisamente focado na presidência Bush, que Krugman sempre criticou.
Krugman, num livro intitulado A América derrapa, menciona o poder revolucionário que atribui a Bush, no sentido de ser detentor de um poder que mina a democracia pelo interior, porque está determinado a alterar-lhe as regras, em função de uma crença na virtude da justiça e do bem, encarnados nele próprio.
Plenel que foi director do Le Monde, cita cinco regras, apontadas por Krugman, para os jornalistas seguirem sempre, na relação dos media com o poder político, particularmente nesse caso que considera como um poder revolucionário, mesmo com um exagero semiótico:
1. Não julgar as propostas políticas em função dos objectivos proclamados.
2. Pôr as meninges a funcionar, para descobrir as verdadeiras intenções.
3. Não imaginar ou supor que as regras do jogo, são aquelas a que já estão habituados e são conhecidas.
4. Esperar que um poder revolucionário reaja à crítica pelo ataque.
5. Não imaginar que há limites ao que um poder revolucionário pode fazer.
Mutatis mutandis, é exactamente este o problema que temos actualmente, com este primeiro-ministro, Sócrates. Não são poucos a nomeá-lo, mas muito poucos o reconhecem verdadeiramente.
E no entanto, o paralelo, é flagrante: igorância, arrogância e poder executivo sem grandes freios., acompanhado de um convencimento obstinado em soluções criticadas. Estão aí, todos os sinais. Basta vê-los. Em França, Plenel, aponta directamente ao presidente bling bling, Sarkozy.
Aqui, não é preciso muito. O indivíduo que nos representa como primeiro-ministro, acaba de afirmar numa conferência no estrangeiro, em San Salvador que o pequeno computador Magalhães, é usado por todos os seus assessores que aliás nem precisam de outro. E que o aparelho é como o Tintin: destina-se aos jovens dos 7 aos 77.
O que diria Krugman, disto?
Publicado por josé 00:04:00
8 Comments:
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A todas as perguntas dos jornalistas brasileiros era servida uma resposta falaciosa e oca,o que os fazia sorrir de sarcasmo.
Agora parece que se vai mais longe,um PM trampolineiro que vai para a América do sul fazer de mascate,vender quinquilharias.
Para cúmulo o aparelho nem é português,sendo mesmo produzido noutros países daquele continente.
Até onde irá a desfaçatez destes filhos de uma...revolução?
Uma nação quase milenar entregue a um vendedor de marroquinarias.
Sem dúvida que o nosso Obama é ainda pior que o outro!
Digo eu!?