A caminho de 4 de Novembro (XXXIII): relances do primeiro debate

Terminou há minutos o primeiro debate entre John McCain e Barack Obama. Foi no Mississipi, com a moderação de Jim Lehrer, da PBS.

Não houve um vencedor claro. Ambos os candidatos estiveram ao nível do que têm feito ao longo destes meses: McCain falou sobre segurança, a luta contra o terrorismo; Obama insistiu na mudança e na crítica ao legado de Bush.

O tema -- política internacional e segurança interna -- favorecia McCain. Mas o momento (na ressaca de uma semana terrível nos mercados financeiros) favorecia Obama.

Apesar da enorme audiência que o debate teve (terá sido o mais visto da história das democracias ocidentais), não nos parece que vá ter grande influência no resultado final: os democratas tenderão a achar que Obama ganhou; os republicanos que McCain esteve melhor. A questão está nos independentes.

Ainda é cedo para apontar números: as sondagens mais fiáveis só começarão a surgir amanhã. Por enquanto, o único dado que temos é o da pesquisa espontânea da MSN, que, em 91 mil respostas dadas pela internet nestes minutos, dão 49% para Obama, 37% para McCain, 6% a achar que foi empate e 8% sem saber o que dizer.

Mas insistimos: é muito relativo extrapolar estes números para o resultado final, até porque o método por internet favorece Obama, se assumirmos que tendencialmente terá um público mais jovem do que a média da população que irá votar a 4 de Novembro.

Para mais, há quatro anos, por exemplo, John Kerry venceu, nas sondagens, os três debates e, depois, nas urnas, teve menos três milhões de votos do que George W. Bush...

Se os debates se mostram, historicamente, mais decisivos quando um candidato comete uma gaffe monumental, este não terá sido um dos casos.

Nenhum dos dois disse um disparate ou uma enorme mentira, daquelas facilmente demonstráveis.

Obama esteve mais conciliador, disse muitas vezes «concordo com John...», mas esse é muito o sei estilo, sempre foi; McCain denotou maior acrimónia, pelo menos no registo, e tendeu a ser até um pouco paternalista, ao referir, mais do que uma vez, que Obama «não percebe» ou «não sabe», «não aprendeu...»

Atendendo ao facto de que Obama está à frente nas sondagens, não nos parece grande estratégia. Mas só os próximos dias responderão verdadeiramente à dúvida.

Publicado por André 04:07:00  

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