A política real

Alexandre Soares Santos, empresário da área comercial de distribuição de produtos, sobre Angola, citado anteontem no editorial do Público:

"Lá só há os muito ricos e os muito pobres, o dinheiro do petróleo fica só nas mãos de alguns. De estado de direito nem se pode falar e, para mais, não há estradas decentes, não há logística, não há garantia de que pudéssemos servir os clientes."

Ainda segundo notícias recentes, a Sonangol, apresta-se a tomar posições de influência estratégica, na Galp e no BCP.

Teremos assim, a breve trecho, os angolanos de José Eduardo dos Santos e família, a mandar em duas importantes empresas portuguesas?

O Portugal socialista de Sócrates, dá-se bem com estas coisas. E para justificar qualquer hipótese injustificável, segundo o Público, um membro do gabinete de Sócrates, até acrescenta sem qualquer pejo ideológico-moralista: " Não somos nós, antigos colonizadores, que podemos ir lá dar lições de moral sobre a democracia."

"Nós"?! "Antigos colonizadores"?

Então, esta gente que agora governa, assume-se como herdeira do colonialismo, ao ponto de lhe suportar as dores do fardo que outros carregaram? E aceita com todo o agrado, o estreitamente de relações económicas, que permitem já a intrusão do governo angolano, de um Estado que não tem sombra de Estado de direito ( através da Sonangol), em empresas da dimensão daquelas apontadas?

E que dirá Ana Gomes desta real politik? Só pode estar contra, naturalmente. Até porque José Lamego, está a favor...

Publicado por josé 11:53:00  

3 Comments:

  1. Laoconte said...
    No fundo, as iedologias são apenas pretextos para satisfazer os interesses.
    JC said...
    Já que fala em Angola e cita Ana Gomes, uma das frenéticas alimentadora da Causa Nossa (Nossa, deles, presumo), explique-me isto, por favor:

    "Louvor de Angola
    É certo que, como anota Fernanda Câncio, «não há eleições em Angola desde 1992».
    Mas mesmo sem discutir se isso basta para não gostar do governo e do presidente (sentimentos são sentimentos), conviria acrescentar que desde as eleições de 1992 houve um década de guerra civil, que deixou o País ainda mais destruído; que, apesar disso, o parlamento e os partidos (incluindo a Unita) continuaram a funcionar regularmente ao longo deste tempo; e sobretudo que neste momento decorre a campanha eleitoral para eleições parlamentares, que tudo indica não ficarão a dever nada à liberdade política e à lisura democrática, estando também previstas eleições presidenciais no próximo ano.
    Em matéria de liberdade política e de aposta democrática, prouvera que houvesse muitas angolas em África...
    [Publicado por Vital Moreira] [26.7.08]"

    Prouvera que sim!

    Vital Moreira a tentar fazer carreira na "stand up comedy"?
    lusitânea said...
    Depois de 34 anos de "amizades e cooperação" de milhares e milhares de visitas de figurões dos vários escalões do Estado Português o que é que temos nos PALOP?
    Estados de direito?
    Reciprocidade de tratamento?


    Por mim cada gajo desses que lá vai leva sempre o pacote da margarina e como se pode ver em Portugal de colonizadores passamos a colonizados e ainda pagamos para isso...

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