Similis?

Há uns dias, numa reunião em Cortes, Leiria, O Bastonário da Ordem dos advogados, Marinho e Pinto, disse várias coisas sobre os juízes. A revista digital InVerbis, citou-o:

"Em muitos, o “que lhe falta em maturidade sobra-lhes em autoridade”, afirmou o bastonário, que acusa os magistrados de se comportarem como os agentes da “PIDE/DGS nos últimos tempos da ditadura”. “Não é nas leis que está o mal da administração da justiça” mas sim em quem as interpreta, defendeu. “Um bom magistrado faz boa Justiça mesmo com más leis e até sem ela” mas “com maus magistrados nunca se fará boa Justiça nem com leis divinas”, salientou Marinho e Pinto. "

Hoje ( ontem), o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, quarta figura institucional do Estado e por inerência presidente do CSM, órgão de gestão dos juízes, respondeu-lhe:

"Os últimos tempos têm assistido a afirmações inqualificáveis acerca dos juízes portugueses provindas de quem, afinal está demonstrando uma evidente falta de cultura que se suporia existir em quem é investido ou eleito em determinados cargos; porque cultura, na senda da velha tradição francesa, é aquilo que fica depois de se ter esquecido o que se aprendeu.

Um provérbio popular muito antigo diz que "tudo o que é demais é moléstia"; o que quer dizer que quando a moléstia se instala ela tem que ser debelada com firmeza por um aparelho imunitário são, sob pena de potenciar a decomposição do paciente."

Os mimos são de tomo, de ambos os lados: para o bastonário os juízes ( e magistrados em geral) , abusam da autoridade. Para a quarta figura do Estado, o bastonário é uma moléstia, em si mesmo. E um inculto. Se lhe tivesse chamado burgesso, os colegas, eventualmente, teriam que o julgar por ofensa à honra. E contudo, o significado do dicionário não engana: ignorante, grosseiro. O mesmo que...inculto.

quem aplauda. Francamente. Quarta figura do Estado, assim?

Publicado por josé 00:44:00  

2 Comments:

  1. Dr. Assur said...
    Caro José

    Gostámos da parte "daqueles que, talvez por engano, escolheram quem os representasse..."

    E dos comentários do Júdice:

    "Se lhe derem tempo, ele dá cabo da profissão e da Ordem dos Advogados".
    FH said...
    quem fala o que quer, ouve o que não quer

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