Um povo de gritos

A senhora que aparece na imagem, em protesto veemente e de gritos, contra a ministra da Educação e a política do governo socialista, é mulher de António Costa, antigo ministro do mesmo governo, putativo nº 2 do partido e candidato futuro a um cargo de relevo em executivos de pendor socialista. Aí a vemos a protestar contra a política que supostamente o próprio marido, ajudou a aplicar.
António Costa fez parte da equipa que elaborou o programa do Governo, incluindo o da Educação que agora a própria mulher contesta.
Que se pode dizer disto? Que António Costa e a mulher não aceitam a política de Educação deste governo? Que aquele aceita e esta não? Ainda há uma terceira hipótese:
A de que... se nem em casa, o antigo ministro Costa, consegue convencer a própria mulher da bondade e acerto destas políticas educativas, poderão vir todos os ministros e mais o primeiro deles, para a tv, tentar explicar ao povo a excelência da avaliação proposta para os professores, o estatuto da carreira e a modificação operada que será tudo em vão. Como de facto, parece ser.
Aliás, não foi a própria ministra, Maria de Lurdes, quem declarou publicamente que compreendia as razões dos protestos dos professores?
Um dia destes, ainda a veremos numa manifestação contra as suas próprias políticas...de estatísticas e quadros sinópticos, com matriz ISCTE.

Publicado por josé 11:37:00  

9 Comments:

  1. Laoconte said...
    Melhor, a incoerência e a indisciplina são o que nos destacam em tudo.
    Em defesa da Escola Publica said...
    Certamente a Senhora é comunista (ou pior...) e tem de se dizer isto em público...
    Petra said...
    Senhor José: qual é o espanto?
    Carlos Medina Ribeiro said...
    A ex-mulher do Sarkosy não era publicamente contra ele em termos políticos?

    Não vejo por que motivo, num assunto específico, as mulheres têm de estar de acordo com os maridos - só faltava essa!
    josé said...
    A então mulher do Sarko, manifestou-se alguma vez publicamente e aos gritos contra alguma política concreta do marido, enquanto político?

    E o que sucedeu afinal, à então mulher, do então marido?

    Apaixonou-se por outro, segundo consta...

    Mas compreendo e até prefiro assim. A hipocrisia é sempre um recurso de conveniência.

    Prefiro a frontalidade. Que costuma ter consequências, porque não se pode estar de bem com deus e o diabo, ao mesmo tempo.
    Embora haja alguns mestres dessa arte zen de estar na política.
    OSCAR ALHINHOS said...
    INFELIZMENTE ESTAMOS NO TEMPO DOS POLÍTICOS COMO O SARCOZY, BERLUSCONI, SANTANA, SÓCRATES, ETC...

    Falando aqui de Portugal, como tenho saudades de um Salgado Zenha, Sá Carneiro, Amaro da Costa e outros....

    Se calhar estou a ficar velho...
    antonioscampos said...
    José, este seu post parece uma capa do 24 Horas!
    A mulher de António Costa tem a opinião que bem entende e o direito de a exprimir livremente.
    O matrimónio não diminui direitos de cidadania.
    zazie said...
    Lá vem o politicamente correcto...

    Estas alminhas ficaram papagaias todas iguais

    E então? qual é a descoberta? que as mulheres têm direitos iguais?

    E se, em vez do ministro ser homem fosse mulher e o marido é que fosse para a manif?
    também era o problema de género, seus totós?
    zazie said...
    Anda para aí meio mundo da "blogosfera no feminino e outro tanto de homens soja com essa boutade. Que é tudo direitos.
    Os palonços nem percebem que a questão não é de direitos- é de entendimento da bondade de uma reforma.

    Ora se nem aos próprios se consegue vendê-la, vai-se dizer que é tudo por oportunismo e por serem calões?

    E acaso as figuras públicas não costumam ter cuidados extra nestas exposições?

    É que não se tratou de pensar ou discordar teoricamente- veio para a rua para demitir uma ministra, par do marido

    ":O))))

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