Os beneméritos

Em Janeiro de 2005, nesta loja, dava-se conta do aparecimento do “Eleven (onze em inglês). É o número de sócios, será o número da porta, foi o dia que se estreou só para os amigos, no mês de Novembro (11.º do ano). Os responsáveis querem também que os algarismos se identifiquem com as célebres duas colunas que Keil do Amaral projectou e que simbolizam todo o parque.E quem são os «onze»? José Miguel Júdice, José Bento dos Santos, Américo Amorim, o arquitecto João Correia (responsável pelo projecto do edifício, construído de raiz), Stefano Saviotti, Joachim Koerper ( chefe alemão de 51 anos, duas estrelas Michelin no seu restaurante Girasol, em Alicante), o banqueiro João Rendeiro e os empresários Nabil Aouad, José Marques da Silva, Hipólito Pires e Tiago Câmara Pestana.«É bastante exagerado falar de milionários. É antes um grupo de amigos interessados em gastronomia», esclarece Miguel Júdice (filho do actual [ então, em 2005] bastonário da Ordem dos Advogados). «Depois da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, tínhamos interesse num projecto de qualidade em Lisboa. Havia este terreno, que a câmara tinha posto a concurso e cuja concessão foi ganha pelo arq. João Correia, e vimos que precisávamos de sócios que nos ajudassem no investimento».

Depois da Quinta das Lágrimas e não só. Também há que referir o hotel Vila Monte no Algarve e o restaurante Terreiro do Paço, em Lisboa.

Conforme escrevia a Sábado, em 21 Janeiro 2005 ( de onde saiu a foto, cujo clique a aumenta), “Júdice foi o pivot do negócio no qual os 11 investiram mais de dois milhões de euros. Todos os sócios têm 9% do restaurante. Só o cozinheiro Joachim Koerper detém 10%".

O terreno pertence à Câmara Municipal de Lisboa, para quem reverterá ao fim de 20 anos de celebrações prandiais. Por enquanto, e segundo revelações recentes, os 11 magníficos pagam de renda, à mesma Câmara, a quantia de…500 euros por mês. Pelo terreno, onde foi implantado o edifício.
Uma espécie de contraprestação pelo uso do direito de superfície…onde está construído o edifício, de propriedade imobiliária, resolúvel...

Há quem garanta, ainda hoje, que a obra foi de benemerência e que a Câmara e a cidade só ficaram a ganhar. E ninguém se riu.


Publicado por josé 23:19:00  

3 Comments:

  1. rb said...
    O que mais me choca é que haja uma Câmara de Lisboa que conceda construir um restaurante, que é um verdadeiro mamarracho, ao que sei, de luxo, em pleno, e emblemático para a capital e país, Parque Eduardo VII.
    E queixam-se dos projectos do jovem Sócrates, para emigrantes, no nosso mais profundo interior.
    josé said...
    Ora aí,nisso, é que concordamos.
    Laoconte said...
    Eles comem mesmo tudo.

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