O relativismo do desvalor
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
O que segue, é de Mário Crespo, numa crónica do JN:
“O que era legítimo e aceitável fazer-se na altura seria impensável hoje. Por isto acho imoral estar-se a fazer juízos em 2008 e a procurar consequências políticas de comportamentos absolutamente generalizados há um quarto de século. Tanto mais que, pelo que li até agora, esses comportamentos não configuraram qualquer espécie de ilícito criminal. Eram tempos diferentes com leis diferentes e práticas diferentes.”
“Claro que é engraçado este jornalismo de ASAE numa eterna busca de um Watergate com migas à moda da Guarda. É engraçado mas não tem piada. Por tudo isto começam a repugnar-me estes autos de fé ruidosos, deslocados no tempo, cruéis e sobretudo inconsequentes.”
Se há jornalista que ultimamente tem dado destaque noticioso e televisivo a determinados “autos de fé” , apresentados por ele mesmo na praça pública televisiva, onde aplica sambenitos , devidamente credenciados de interesse público, a quem quer que apareça citado por Marinho e Pinto, Saldanha Sanches ou Maria José Morgado, é precisamente Mário Crespo.
Pegar nesta quase tragi-comédia do modo se ser português, avençando a qualidade do desenrasca como um valor intrínseco e a chico-espertice como modo de ser normal, é repescar as aventuras de Tintin e a figura do Oliveira da Figueira, agravada pela pinderiquice de um primeiro-ministro que não se enxerga.
“Claro que é engraçado este jornalismo de ASAE numa eterna busca de um Watergate com migas à moda da Guarda. É engraçado mas não tem piada. Por tudo isto começam a repugnar-me estes autos de fé ruidosos, deslocados no tempo, cruéis e sobretudo inconsequentes.”
Se há jornalista que ultimamente tem dado destaque noticioso e televisivo a determinados “autos de fé” , apresentados por ele mesmo na praça pública televisiva, onde aplica sambenitos , devidamente credenciados de interesse público, a quem quer que apareça citado por Marinho e Pinto, Saldanha Sanches ou Maria José Morgado, é precisamente Mário Crespo.
Pegar nesta quase tragi-comédia do modo se ser português, avençando a qualidade do desenrasca como um valor intrínseco e a chico-espertice como modo de ser normal, é repescar as aventuras de Tintin e a figura do Oliveira da Figueira, agravada pela pinderiquice de um primeiro-ministro que não se enxerga.
Salientar, ainda por cima erradamente, que as leis são diferentes e os costumes mudaram é, além do mais, não entender o país em que se vive e perpetuar o desvalor de actos, ética e legalmente errados. Em duas palavras: relativismo suspeito.
Publicado por josé 11:31:00
1 Comment:
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A única coisa que é lamentável é ver pessoas como o M. Crespo comprometerem a sua imagem pessoal publicamente para sair em tão primária defesa de uma maneira de estar na vida que não me parecia ser a sua.
Se M. C. foi sempre o que defende para Sócrates não parecia sê-lo. Já Sócrates além de ser, nem consegue que assim o não pareça ...