Jogos de poder informar

O essencial da notícia de ontem do Correio da Manhã, sobre o novo director da PJ do Porto, Almeida Pereira, é falsa.
Segundo o Público de hoje, pelas teclas de A.Arnaldo Mesquita, a PGR não está a investigar viagens de magistrados a convite e por conta do F.C.Porto e particularmente, do visado directamente pela notícia do Correio da Manhã.
Aliás, esta notícia, que no mínimo deveria ser tida como duvidosa, antes de se obter a necessária confirmação, continua a ser proclamada como verdadeira, pelo Correio da Manhã de hoje. Jornalistas ? Eduardo Dâmaso e Tânia Laranjo. Esta, uma nossa conhecida jornalista, vinda do Jornal de Notícias, com notícias erradas ( estão comentadas algures por aqui, nesta Loja, até com comentários da própria) e ainda no Público, com notícias erradas também, ( idem, aspas) .
Pelos vistos esta escola de jornalismo, tipo Laranjo, pegou de estaca em certos jornais de grande tiragem. Este tipo de notícias, vende. O quê, exactamente?
Não é a verdade, pela certa.
Numa coisa, porém, o jornal parece ter razão: a polémica entre a PGR e a PJ, com um ministro de permeio, está longe de terminar. Mas isso, nem é de agora. Já tem meses.

Publicado por josé 10:14:00  

11 Comments:

  1. portolaw said...
    José,

    apenas uma dúvida que surgiu agora, e transversal a todos estes temas: se o PGR achou por bem colocar equipas especiais, de fora da zona Norte, a investigar processos aqui centrados - Apito, Noites Brancas - porque não fez o mesmo, nomeando equipas especiais de fora de Lisboa, com o processo da licenciatura do engenheiro técnico e do processo Portucale?

    Alguém me sabe responder?
    Zé Luís said...
    José, se me permite, acabei de escrever isto no post anterior sobre o tema e que respigo por ir de encontro à pbservação do Público e deste blog que consulto diariamente:

    "Há mais no quadro do que aquilo que a vista jornalística alcança."?
    Pois há, josé, e dos comentários acima sobre a "verdade" ou "informações" veiculadas na Comunicação Social há duas coisas a reter:
    1) no frenesim informativo mais recente (da queda da ponte, à Casa Pia, Esmeralda, Maddie, Apito Dourado, etc.) a precipitação informativa não teve freio e, pior ainda, correcção de "tiro", paa não dizer até pedido de desculpas público por tanta asneira dita impunemente.
    2) se virtude tudo isto teve foi separar o trigo do joio e em praticamente todos os casos o triste Correio da Manhã, com uma nova linha editorial sempre pior que a antecessora ditada por outros directores, bem pode ser apelidado de jornal das mentiras a que, na parte desportiva, corresponde o Record, coincidentemente ou não ambos do grupo Cofina.
    Como adenda pode ainda concluir-se que para a maioria dos mentecaptos que ingerem tudo o que a Comunicação Social tão tipificada no tipo de "vender sabonetes como vender um presidente da República" tão tipificada por um arauto dos novos tempos da Liberdade de Informação e Expressão no advento das tv's privadas, (esses mentecaptos) ficam com o que menos certo (no mínimo) da informação é mas serve os seus interesses afectivos na matéria para fazerem as já célebres condenações públicas que todos sabemos.
    Sobre o novo boss da PJ do Porto não sei se deva chorar por ter um passado alegadamente promíscuo ainda sob eventual mas parece que não confirmada investigação interna que não se sabe a razão de nada revelar ao fim de tanto tempo, ou rir por ter já a culpa de ter alegadamente pedido protecção para uma testemunha Ana Salgado tão crucial como a irmã gémea Carolina e, ó céus, eventualmente solicitado a prisão de Carolina que é um poço de virtudes como está amplamente demonstrado na sua vertiginosa acrobacia digna de table dance.
    Mas gostei das diversas observações à isenção e credibilidade jornalística mais uma vez postas em causa e de que este senhor Eduardo Dâmaso começa a ser um protagonista decerto não acidental..."
    Zé Luís said...
    Ainda, e reforçando o portolaw, outra perplexidade:
    não sei se estará para acabar o tempo das boas graças do PGR, mas uma coisa definitivamente está morta e enterrada: a celeridade, competência, sagacidade investigativa da PJ de Lisba e até do Algarve.
    Porque o caso Maddie passou a ser gerido por gente da capital que foi mostrar saber mais que os agentes de Portimão mas o resutlado que sabemos foi antecipado por Alípio Ribeiro com o clamor que se sabe sobre a "precipitação em constituir arguidos" os McCann;
    Porque o paradigma de investigação interna sem conclusão nem previsão de fecho das diligências não está decerto nos vários casos públicos de que se soube o início mas não se vislumbra o fim;
    A famosa investigação ao canudo do Sócrates foi tão patética como idiota e a procuradora-adjunta de Lisboa convenceu tanto o público como o putativo engenheiro Pinto de Sousa;
    Veja-se antes da "Noite Branca" do Porto como em Lisboa já deslindaram quem mandou pelos ares o dono do bar Avião na madrugada de 2 de Dezembro de que não há a mínima informação publicada;
    E sobre a Noite Branca do Porto há muito tecido a deslindar que a procuradora Fazenda tem em mãos.
    Parece-me, em geral, que a competência própria decredtada em Lisboa continua a deixar mal o País. No Governo, na Justiça, nos projectos que só resvalam no Porto (Metro, túneis, pontes, Casa da Música), nos malfeitores que se acumulam a Norte para gáudio dos detractores como Saldanha Sanches.
    Mais lato do que perguntar se alguém acredita na Justia, é clamar porque Lisboa pensa ainda ter o rei na barriga e toda a massa crítica e inteligentsia concentrada para vilipendar o resto do País como se fossem todos os da província diminuídos funcionais, deserdados da sorte e... desempregados?
    Tou farto desta gente!!!
    josé said...
    Esta notícia do Correio da Manhã merece mais comentários, mas ficou assim, algo truncada, porque tive outra coisa para fazer.

    Mas agora, segue:

    A história que envolve as duas irmãs, bem como o procurador, não parece bem contada e inventa alguns factos, segundo depreendo da leitura de outras fontes.

    Ou seja,, continua o jornalismo tipo Laranjo: meia boa e força, desde que tenha direcção de golo...
    josé said...
    portolaw:

    A mim que sou leigo em jogos de poder, pareceu-me ( e parece-me)boa ideia, compor equipas de investigação, embora a lei seja estatutária e processual seja um pouco exigente relativamente a isenções e atribuições de distribuição de serviço.
    Não estamos no campo judicial onde o princípio do juiz natural é lei, mas ainda assim, se estendermos esta prática, então estaremos a obliterar completamente um certo espírito de prè-definição legal de competências.
    Enfim, um problema novo que o antigo PGR abordou com enorme cautela- e muito bem.

    Assim, quanto às equipas de Lisboa e Porto.
    Parece-me bem que o Ministério Público se entreajude na investigação, sem prima-donices de qualquer espécie.
    O objectivo do MP é contribuir para a aplicação correcta da justiça, exercendo a acção penal com objectividade e isenção.
    Seja pessoal de Lisboa a investigar no Porto, seja o contrário, o que conta é a eficácia na investigação.
    E ninguém deveria melindrar-se por isso.
    Até deveria agradecer a ajuda...

    O problema é que nestas coisas, é preciso agir com cuidado e convovar as pessoas para reuniões preparatórias.
    A falta de tacto, nestes assuntos de primas-donas, em que alguns magistrados se julgam acima e outros ainda mais acima é um problema grave.
    Nem sei como se resolve.
    portolaw said...
    josé,

    estou completamente de acordo com o princípio de constituição das equipas especiais e de entreajuda entre magistrados,

    mas se o princípio só tem aplicação formal, e serve a prática apenas para o PGR mostrar poder, sem curar da boa descoberta da verdade...então temos que as equipas especiais, e os motivos que levam à sua constituição, são mais um problema, que porventura merecerá, também, investigação.

    e como aqui já disse, a História fará justiça a Souto Moura, e olvidará outros "artistas", como meros acidentes de percurso neste nosso pequeno rectângulo
    Unknown said...
    Deve-se ter presente os seguintes pontos prévias para a construção da notícia do correio da manhã:
    1º- O «bufo» de Tânia Laranjo, na PJ do Porto, é o seu actual (demissionário) Sub Director, Artur Pereira, daí o desespero do CM que vai deixar de ter «bufadelas» de fonte importante do interior da PJ do Porto;
    2º- Eduardo Damaso está desesperado em defender a sua «passionária», Maria José Morgado e queria ver o seu grande amigi Teófilo Santiago, à frente da PJ do Porto. Assim iria ter frequentes e rentáveis títulos para vender mais papel.
    Voilá...
    antonio said...
    Um pequeno esclarecimento. Sonae=FCP=Publico=JNoticias=DNoticias.
    Só por mero acaso, estes dois lobbys noticiosos, foram softs nos comentários à nomeação do novo Director da PJ do Porto. Porquê?
    Não interessa. O que interessa é que somos todos amigos.
    ferreira said...
    Pois se parece ser verdade que "a PGR não está a investigar viagens de magistrados" o que é mais verdade é que se não está deveria estar!
    Aliás estará a PGR a investigar alguma coisa, para além dos casos de pilha galinhas?
    Zé Luís said...
    O josé acha bem não existirem prima-donices na constituição de equipas de investigação.
    Muito bem seria se não viesse a comprovar-se que as primas e as donices são prioritariamente de Lisboa, isto é sujeitas ao velho ditame tuga do Lisboa manda, Porto trabalho...
    Isto é como achar-se escandaloso que Almeida Pereira possa ter viajado com o Porto - o que ele terá confirmado no Público o convite para a final da Taça UEFA de 2003 onde muitas personalidades e dignitários foram apoiar o Porto a Sevilha a convite do clube - como se noutros clubes nenhum magistrado ou dignitário não tenha viajado numa comitiva desportiva ao estrangeiro. Aliás, uma prática que nunca me agradou, pessoalmente, por estar sujeita a este tipo de escrutínio selectivo e, já agora, por eu saber que nos clubes estrangeiros não há nada que se pareça com convites institucionais.
    E achar-se que Almeida Pereira realizou o crime de aceitar um cargo eventual numa estrutura do futebol (CJ da FPF), um cargo que o próprio PGR já ocupou mas não interessa pôr no mesmo patamar de exigência.
    É a tal memória selectiva que distorce quem a evoca.
    De resto, o recente caso Bexiga demonstrou, precisamente, quem se achou acima do dever de lealdade e do respeito pela comunicação interna: as primas-donas de Lisboa.
    A eterna capital do Império sem sentido.
    Unknown said...
    “1. O pensamento nunca está de férias, a não ser o dos idiotas que o não têm e, por isso, jamais o põem em acção. Quem o tem está sempre atento e de vigia; não se distrai daquilo que o cerca.

    Daria para rir; se o assunto não fosse demasiado sério.

    Têm andado persistentemente a dividir o país em duas partes bem diferenciadas, em duas castas de intocáveis.

    A Norte moram os párias, os imorais, os vigaristas, os batoteiros, os trapaceiros, os malvados, os sujos, os espertos e desonestos; a Sul moram os nobres, os sérios, os santos, os limpos, os honrados, os puros e castos.

    Autarcas corruptos e cúmplices com o futebol só os há no Norte (exceptuando o actual Presidente da CMP); os do Sul não têm nada a ver com isso. O Norte é coutada de gente reles, rude, grosseira e má; o Sul é reserva de gente fina, educada, civilizada e de boas maneiras.

    Por isso há que ensinar e vergar o Norte, retirar-lhe importância e submetê-lo aos ditames da capital.

    Sim, é isso que jornais e estações de rádio e televisão não se cansam de apregoar aos quatro ventos, de há anos a esta parte. É essa a ladainha que não cessa de ser propagada pelos media.
    .
    E nós temos que aguentar, quietos e calados, esta afronta, caçoada e mangação, por não dispormos das mesmas armas, já que tudo está sediado em Lisboa.

    Levamos, anos a fio, com uma campanha de manipulação e intoxicação da opinião pública, que não tem outro intento a não ser o de nos tirar o mérito, diminuir, rebaixar e desmoralizar.
    .
    O mísero programa Os Donos da Bola de outrora é hoje substituído pelo condicionamento diário dos telejornais. A toda a hora temos que suportar o alarido feito pelos serventuários do poderio encarnado que enxameiam os media.

    Não passa um dia em que essas fontes de informação, dita credível e em segredo de justiça, não surjam como aliados das instituições e agentes desta; e não agitem e distorçam o processo do Apito Dourado, sempre com a mesma intenção: agredir, amedrontar e amesquinhar o Porto.

    E agora, perante o aparecimento de um dossier anónimo - rotulado de apito encarnado - têm o desplante de vir dizer que o mesmo visa acirrar as disputas e guerrilhas entre o Norte e o Sul !

    Os incendiários querem culpar outros pelo incêndio que eles atearam. Que grande lata !

    A razão e a experiência ensinam que não existem factos em si mesmo; eles adquirem existência, expressão e dimensão a partir das histórias que deles se fazem, das perspectivas e interesses de quem os relata e divulga.

    É por isso que há versões distintas, aumentadas e modificadas dos factos. Basta ver; p. ex. , o modo bem diverso como castelhanos e portugueses referem as batalhas travadas entre si.

    Também neste caso do apito dourado e do dossier anónimo é assim. As notícias, feitas nos media, sobre o primeiro não merecem mais crédito do que as notícias acerca do segundo.

    Todas são histórias contadas à medida das conveniências dos seus autores.

    Conheço os valores da cumplicidade e solidariedade. Isso não me obriga a ser fiador da moralidade daqueles que me são próximos, a tecer-lhes cantos e louvores.

    Mas obriga-me a não assistir; em silêncio e em atitude de oportunismo, a campanhas de destruição, ausentes dos sentidos da equidade, da ética e da justiça.

    Aos meus ouvidos soa iniludível e tonitruante a advertência de Miguel Torga, o maior dos transmontanos e um dos portugueses cimeiros: «MALDITO SEJA QUEM SE NEGA AOS SEUS, NAS HORAS MAIS APERTADAS !»

    2. Dizem que o SLB vai entrar num nova era. Que bom ! E que ainda não percebeu que o país mudou em 1974.

    Até agora tem tentado repor o regime anterior:

    Assim foi coerente na contratação do novo treinador. Sendo expressão do centralismo em Portugal, foi buscá-lo a Madrid, símbolo do centralismo da Espanha e, se adormecermos, da Ibéria.

    Para cúmulo despediu Fernando Santos de uma maneira bem reveladora da transparência que inunda aquelas paragens.

    Se isto sucedesse no FCP, teríamos mais uma cruzada mediática contra ele.

    Ao invés, o timoneiro encarnado continua a ser incensado como o génio da lâmpada, apesar de fundida e sem luz."

    J.O.Bento

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