Luís Pacheco

Morreu Luís(z) Pacheco,um gajo já com certa idade e que escreveu livros. Estes, pouco me interessam a não ser pelo cuidado no uso das palavras e encadeamento das frases. Segundo o seu editor, que falou e falou, há pouco, num programa de homenagem, na tv, Luís(z) Pacheco era daquele tipo de pessoas, capaz de morder a mão que lhe dá de comer. Feitios. Teve oito filhos e ainda assim, acabou num lar de idosos. Terá cada um aquilo que merece? Não sei.

Numa pergunta directa, na reportagem da tv, Luíz(s) Pacheco, falou sobre aqueles que lhe perguntavam se tinha alguma coisa a dizer às novas gerações, àquelas que começavam. Tinha:

- Puta que os pariu!

Foi assim, Luiz(s) Pacheco.

Publicado por josé 23:59:00  

8 Comments:

  1. lusitânea said...
    Li algures que o tipo foi "dentro" mais do que uma vez, que gostava de rabinhos novos(nem uma cadela se safou),a sua prosa era "militante" na pedofilia, que o Dr Mário Soares lhe deu 600 contos(julgo que devem ter sido dos impostos) duma vez e 20$00 de outra.Gostava muito do PSLopes porque foi ele que "oficializou" um subsídio de "mérito" para além de também gostar de copos e mulheres, que lhe coube muito bem e finalmente não gostava da irmã do poeta alegra por forretice da irmã deste na compra da sua editora por um valor de m.
    Como diria o outro é menos um, mas ainda aí existem tantos...
    PS
    Ele confessou que os outros do antigamente eram muito melhores do que estes, o que se vai açiás tornando moda nas vésperas dos falecimentos...
    josé said...
    Achei curiosíssima a entrevista, a propósito do assunto Luís Pacheco, de Mário Soares, na tv.

    Disse que um dia que acabara de sair da cadeia (por causa da militância na oposição de compagnon de route do PCP) encontrou logo o Luís Pacheco na rua. Coincidência. Este pediu-lhe logo ali, dinheiro e como o Soares tinha, deu-lhe vinte escudos.
    Falou ainda a propósito de um livro em que o escritor descreve uma experiência homosexual ( ou pederasta até)que disse conhecer. Apesar da crueza de linguagem, achou bem. "Enarabar", "punheta", " magala", são termos que Mário Soares não enjeitou, no escritor...e nessa entrevista que ouvi.
    Tudo bem. Continua o grande mistério.
    zazie said...
    «Continua o grande mistério». De que é que v.s estão a falar? estou a leste...
    Laoconte said...
    Essa promiscuidade sexual dos velhos ps tem a ver com esse escândalo da casa?
    RC said...
    Este post sobre o Luiz Pacheco era provavelmente "aquilo que ele merecia".

    Mesmo assim (se calhar estou a ser tanso) acho que merecia ser recordado de outra forma.

    Admiro o "Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor". Ora este conceito de passear o esplendor (no início da década de 70) no zénite da choldra clerical, tem muita piada. Como é que é possível resistir a este contraste entre a libertinagem de Pacheco e a ordem retrógada instituída?

    Como é que possível resistir às críticas cáusticas a Fernando Namora pelos mesmos motivos que vos levaram já a criticar os fedorentos?

    E quanto à promiscuidade: "eu gosto. Porque me cheira a calor humano, me sobe em gosto de carne à boca, me penetra e tranquiliza, me lembra - e por que não ?! - coisas muito importantes (para mim, libertino se o permitem) como mamas, barrigas, pele, virilhas, axilas, umbigos como conchas, orelhas e seu tenro trincar, suor, óleos do corpo, trepidações de bicharada."

    Ele gostava de punhetas, magalas e de enrabanços...e quantos de nós não gostam também? E se calhar fazia bem assumirmos isso de vez em quando.

    Relativamente a "Se eu fosse deputado não punha lá os pés", "Quem é? Não o conheço." (relativamente a José Sócrates), "O Santana é um senhor. Gosta das noites. E bebe o seu copinho.", só tenho a dizer que me bombardeiam diariamente com um lixo demagógico nojento e que por muito discutíveis que estas vozes sejam fazem falta para nos deixarmos de brandos costumes e dizermos cara a cara o que pensamos.

    Prezo o inconformismo deste blog e é por isso que venho cá aprender mais qualquer coisa todos os dias. Apesar do vosso inconformismo perfeitamente sério que eu respeito muito, seduz-me a libertinagem do Pacheco e não queria passar sem dizer isto.
    josé said...
    E dizes bem, ó rcruz. E gosto da palavra inconformismo para classificar as prosas soltas deste blog.

    Quanto ao Luíz(s) Pacheco, estou como o outro: quem gostar que leia.
    Para mim, a literatura é uma espécie de sublimação: uma transformação do visível e uma mostra do invisível.

    Escrever sobre matérias escatológicas, essencialmente ligadas aos excrementos dos orifícios pode ser uma tarefa nobre, se exposta num manual de medicina.
    Escrever sobre a merda dos sentimentos que infernizam a vida de outros nossos semelhantes, não me parece nobre, do mesmo modo.
    Se a abjecção era o âmago do ser de Pacheco, como escritor, só tenho a dizer que prescindo da exposição, tal como prescindo de ser testemunha de uma pessoa que se senta numa sanita para fazer as necessidades fisiológicas.

    Não suporto esses cheiros alheios, esses trejeitos pessoais e esses esforços de evacuação. Estou agora a escrever no sentido figurado, muitas vezes associado ao real.

    Se a arte de Pacheco ficar pelo uso das palavras certas, talvez remedeie alguma atenção, associada ao tal inconformismo que me leva a gostar de marginais das artes, sempre que essa marginalidade mostra o génio criador e a sublimação de um ser.
    Se a amostra fica pelas excrescências, apenas, passo ao lado, rapidamente.
    josé said...
    Agora, entrando mais no âmago da questão:

    A vida de Pacheco, tal como ele mesmo a relatou, no programa de tv ( que vi duas vezes), é confrangedora.
    Ter filhos, implica responsabilidades maiores e uma delas é a capacidade de lhes dar aquilo que qualquer animal irracional, procura: comida e abrigo.

    Pacheco, confessadamente, negligenciou estes aspectos, em prol de qualquer coisa mal definida e que não pode atribuir-se à "Arte". A arte vale nada, perante a vida real e concreta de seres humanos acabados de nascer. Nada de nada. Nenhum quadro do Picasso ou até de Leonardo da Vinci ( sim, até mesmo esse, a Mona Lisa) vale uma vida de um pequeno bebé, infinitamente mais poderosa em todos os sentidos do que um pedaço de madeira pintado que dá a quem vê, a possibilidade de sonhar uma fantasia.

    Pacheco teve oito, voluntariamente, presume-se. Notoriamente, alguns deles passaram fome, porque é o mesmo quem o conta, com a história da recolha de bagas e caracóis.

    Não é moralmente admissível, seja em que sociedade ou latitude for, obrigar seres humanos indefesos, nossos filhos, a suportarem privações graves, por causa da maluqueira fantasiosa do "marginal romãntico".

    Nesse aspecto, "puta que o pariu!"
    RC said...
    Pronto...

    Dou a mão à palmatória. Essas também são as minhas pedras no sapato.

    Mesmo assim não vou deixar de o ler porque se gostasse de Elton John também não deixava de o ouvir depois de se ter baldado ao concerto no Casino.

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