Já estamos bem lixados!

No blog Causa Nossa, sente-se a falta de Vital. Moreira que anda na “estranja”, segundo outro adepto da causa, Luíz Nazaré.
Este, um gestor de topo, antes na Anacom, agora a terminar a passagem pelos CTT e que promete animar o blog da causa deles, durante o ano corrente, depois de ter falado num banco, nos Correios…com parceiros não definidos. Isto de bancos, deve andar mal e por isso, bloga-se, enquanto não surge vaga para outro lugar de administração, como é suposto adquirido, por quem não espera outra coisa...pois isso!
Nazaré, começou com dois tópicos de monta: o rali que ia a Dakar e não foi e o tabaco que não se pode fumar em lugares fechados. Assuntos candentes, prementes para um gestor de tops.
Luís Nazaré, portanto. Um gestor boy, porque nada permite supor que seja por outro modo. Vejamos o percurso e o poleiro actual, exemplar, deste tipo de avis rara, que poisam nas empresas públicas, de há dezenas de anos a esta parte.

Luís Nazaré, segundo reza o currículo não oficial, tem um curso de gestão, acompanhado de mestrado, pelo ISEG. Professor convidado deste estabelecimento de ensino, em cadeiras como Estratégia Empresarial e Gestão de Comunicações. Foi assessor de Guterres e presidente da ANACOM, entre 1998 e 2002. Chegou a ser do Secretariado Nacional do PS de Ferro Rodrigues.
Como presidente dos CTT, a vida, material, só pode correr bem.

Segundo o relatório do Tribunal de Contas, (pág. 43 do PDF) o presidente do conselho de Administração dos CTT, nos sete meses de 2005, após assumir o lugar, ganhou 117 584,52 euros, valor bruto que inclui ordenado base de 14 300, 00 euros, mais 17 484,62 de “encargos”.
Para fazer o quê, exactamente? Ora, está aqui tudo. Gestão. Secretaria. Representação internacional ( dos CTT…). Filatelia. Estratégia e Desenvolvimento ( o tal banco…). Comunicação ( blogs, por exemplo) e Assessoria de Imprensa.

O seu vice-presidente, Pedro Amadeu de Albuquerque Santos Coelho, esse, tem tarefas mais pesadas ( apesar da idade, já um pouco avançada ): Administração de Pessoal, Qualidade, Formação e Desenvolvimento sustentável ( !) , Obras Sociais e Provedoria.
Pedro Coelho, foi governante em 1976, pelo PS e na Secretaria das Pescas. Foi deputado pelo PS, em 1985. Candidato a conselheiro de Estado duas vezes pelo menos e segundo o Google ( em 1996 e 1999). Membro do Conselho Superior do Desporto, por mérito reconhecido pelo governo ( PS) e em 2000-2002. foi administrador, com mais dezoito bravos, da dificílima empresa Portugal Telecom, exemplo exímio do poema de Brecht , “como é difícil governar!”. Pedro Coelho, como vice de Nazaré, ganha uns pozinhos menos, mas ainda assim, em 2005 arrecadou nada menos do que 114 505, 05 euros. Uma bagatela, para 7 meses de trabalho.
Os restantes vogais ( Estanislau Costa, Marcos Batista e Raul Mascarenhas), ganharam um bocadinho menos, mas para cima dos 100 mil euros cada um, mas aguentam as restantes tarefas, de peso assinalável, tendo em conta os vencimentos e mordomias diversas. E quais são elas?
Ora, segundo o tribunal de Contas, ( pág. 53 do pdf) nada de especial:
Em primeiro lugar, as viaturazinhas, alugadas anualmente e pagas pela empresa, naturalmente. Cada um dos administradores tem direito à sua, adquirida em 2005. O PCA, o mesmo Nazaré que agora bloga, teve direito a um soberano Jaguar S-Type 3.0 Executive, que custa por ano em renda, -só em renda- , mais de 26 mil euros.
Os restantes, andam movidos a Mercedes Benz. A diesel que é mais económico, mas ainda assim, custa à empresa ( ao Estado), mais de 2 500 euros em gasóleo. Viagens de serviço certamente que as de lazer, não são para administradores com tantos afazeres. No fim do contrato, a opção de compra pelo utilizador é sempre uma possibilidade, a preço de amigo, geralmente 20% ou um pouco mais do preço de aquisição. Uma pechincha.
Outra benesse bem justificada é o pagamento do telefone. Cada administrador, tem um plafond de 150 euros por mês, para falar ao telelé. Para onde quiser e com quem quiser, a empresa paga.

E quem são os restantes administradores que fizeram o sacrifício de ficar nesta empresa de Correios, desde 2005 até agora ( a comissão é de três anos)?

Estanislau José Mara Costa é o primeiro vogal. O Google só lhe conhece dois amores: a Portugal Telecom, onde foi administrador, com ligações à Telesp e agora aos CTT. Amores do peito, certamente. Sem rivais.

Marcos Afonso Vaz Batista é o CMO dos CTT. Rapaz novo ( 40 anos), tem já um currículo assinalável: foi Marketing Manager da Avon Cosméticos S.A., Director Financeiro e de Marketing da empresa Área Dinâmica, Lda, Director Geral da Laveiro, Lda. Esteve desde 1996 ligado ao Grupo Águas de Portugal onde exerceu vários cargos, dos quais de destacam o de Director de Marketing e Comunicação do Grupo Águas de Portugal, SGPS, S.A. e de Administrador da empresa Águas de Moçambique.
Paralelamente, é ainda membro da Comissão Executiva do Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Sistemas de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais (ENEG) da APDA, para os anos de 2003 e 2005. Foi, igualmente, membro do Conselho Editorial de várias revistas do sector da Água e do Ambiente.

Finalmente, o último dos administradores, é Raul José Fonseca Mascarenhas, que ensina no ISEG, Gestão de sistemas de informação. Tem um mestrado em estatística. E mais não é preciso. Ou é?

Publicado por josé 17:25:00  

3 Comments:

  1. zazie said...
    Fónix! ó José, isto é assim lá fora? é possível, sem ser em África? E porque é que os portugueses nem dão pelo facto? como é que se aceita ou desconhece, tudo isto?

    Eu não entendo. Sinceramente que não entendo.
    CCz said...
    Caro José,

    Já reparou na mensagem que é transmitida aos quadros intermédios?
    Quantos quadros esforçados, conhecedores do negócio, com amor à camisola... podem aspirar a chegar ao topo?
    josé said...
    Humm...é perguntar ao Nazaré. O gajo sabe como chegou lá. É um génio, dos nossos.
    Palavra de honra: eu sei que o tipo pode ter a tentação de vir aqui espreitar.

    Pois bem: Luís! Explique aqui para a gente ficar a saber, como é que se atinge o topo. Como é que um tipo chega a CEO de uma empresa pública.

    Melhor ainda: escreva lá no blog da vossa causa.
    A sério.

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