Observatório 2008: olha o choque da realidade, Fred
quarta-feira, novembro 21, 2007
Foi o último a entrar na corrida, mas prometia ser o mais forte opositor à liderança de Rudy Giuliani, no campo republicano.
Fred Dalton Thompson, 65 anos, senador pelo estado do Tennessee entre 1994 e 2002 (ocupou o lugar deixado vago por Al Gore quando este foi para a vice-presidente, durante as administrações Bill Clinton) já fez de Presidente dos EUA no grande ecrã e tenciona repetir a experiência… na vida real.
Numa corrida republicana absolutamente atípica – ainda sem uma clara disputa a dois, apenas com um front-runner regular, Giuliani, embora com vantagens pequenas – Fred Thompson aproveitou as ausências de Newt Gingrich, Condoleeza Rice e Jeb Bush (que até há uns meses eram apontados como possíveis candidatos da área mais conservadora do Partido Republicano) e, de forma inesperada, começou a posicionar-se.
Durante meses, a candidatura de Thompson viveu num limbo: ainda não era oficial, mas nas sondagens já tinha ultrapassado pretendentes como McCain ou Romney, apesar de estes já terem gasto rios de dinheiro no terreno.
Mas o choque da realidade tem sido demasiado duro para Fred: os tempos mais recentes têm dado razão aos seus principais críticos, que o acusam de ser demasiada pose e pouquíssima substância.
Fraco nos debates, Fred Thompson limita-se a repetir ideias gerais, algumas delas profundamente erradas, diga-se de passagem: que apoia a «guerra contra o terrorismo» do Presidente Bush; que quer ser a voz da América moral; que não terá contemplações para os «sacanas dos terroristas» que só têm um objectivo: fazer mal à sua pátria.
Mas as sondagens mostram que esta ideia maniqueísta e demasiado simplista, ainda que mantenha uma parte significativa de apoios na América profunda, não chegará, desta vez, para eleger um Presidente.
Como era de esperar, grande parte dos sectores que puseram Bush na Casa Branca estão, desta vez, com Fred Thompson (sobretudo os mais ligados aos Cristãos Evangélicos). Mas os números mostram que a maioria dos republicanos acordou, finalmente, para o erro em que caíram ao terem apoiado George W. Bush e preferem, agora, um candidato mais heterodoxo (ainda que demasiados flip-flops em temas como o aborto ou o acesso às armas) como Rudy Giuliani. Por outro lado, mesmo alguns sectores mais conservadores do GOP preferem virar-se ou para John McCain, um candidato sólido e consistente (apesar dos problemas que teve na sua campanha nos últimos mses), que respeitam, mesmo que não seja o conservador típico; ou, mesmo, para Mitt Romney, que embora tenha o ónus de ser mórmon, está a captar uma fatia importante dos eleitores conservadores tradicionais.
Fred Dalton Thompson, 65 anos, senador pelo estado do Tennessee entre 1994 e 2002 (ocupou o lugar deixado vago por Al Gore quando este foi para a vice-presidente, durante as administrações Bill Clinton) já fez de Presidente dos EUA no grande ecrã e tenciona repetir a experiência… na vida real.
Numa corrida republicana absolutamente atípica – ainda sem uma clara disputa a dois, apenas com um front-runner regular, Giuliani, embora com vantagens pequenas – Fred Thompson aproveitou as ausências de Newt Gingrich, Condoleeza Rice e Jeb Bush (que até há uns meses eram apontados como possíveis candidatos da área mais conservadora do Partido Republicano) e, de forma inesperada, começou a posicionar-se.
Durante meses, a candidatura de Thompson viveu num limbo: ainda não era oficial, mas nas sondagens já tinha ultrapassado pretendentes como McCain ou Romney, apesar de estes já terem gasto rios de dinheiro no terreno.
Mas o choque da realidade tem sido demasiado duro para Fred: os tempos mais recentes têm dado razão aos seus principais críticos, que o acusam de ser demasiada pose e pouquíssima substância.
Fraco nos debates, Fred Thompson limita-se a repetir ideias gerais, algumas delas profundamente erradas, diga-se de passagem: que apoia a «guerra contra o terrorismo» do Presidente Bush; que quer ser a voz da América moral; que não terá contemplações para os «sacanas dos terroristas» que só têm um objectivo: fazer mal à sua pátria.
Mas as sondagens mostram que esta ideia maniqueísta e demasiado simplista, ainda que mantenha uma parte significativa de apoios na América profunda, não chegará, desta vez, para eleger um Presidente.
Como era de esperar, grande parte dos sectores que puseram Bush na Casa Branca estão, desta vez, com Fred Thompson (sobretudo os mais ligados aos Cristãos Evangélicos). Mas os números mostram que a maioria dos republicanos acordou, finalmente, para o erro em que caíram ao terem apoiado George W. Bush e preferem, agora, um candidato mais heterodoxo (ainda que demasiados flip-flops em temas como o aborto ou o acesso às armas) como Rudy Giuliani. Por outro lado, mesmo alguns sectores mais conservadores do GOP preferem virar-se ou para John McCain, um candidato sólido e consistente (apesar dos problemas que teve na sua campanha nos últimos mses), que respeitam, mesmo que não seja o conservador típico; ou, mesmo, para Mitt Romney, que embora tenha o ónus de ser mórmon, está a captar uma fatia importante dos eleitores conservadores tradicionais.
O ar do tempo não está, pois, a beneficiar Fred Thompson. Não é de admirar: a vida real nem sempre é como no cinema.
Publicado por André 18:33:00
4 Comments:
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Acompanho o seu observatório.
Acho engraçado que com tanta informação continue a ignorar o candidato Ron Paul. Para alguem que aparenta estar tão informado sobre as primárias é assustador.
Cumprimentos,
obrigado pelo seu comentário.
Compreendo a crítica, mas gostaria de esclarecer que, há cerca de dois meses, balizei este observatório aos set nomes que se mantêm com (algumas) hipóteses de virem a obter a nomeação: Hillary Clinton, Barack Obama e John Edwards, do lado democrata; Rudy Giuliani, John McCain, Fred Thompson e Mitt Romney no campo republicano.
Como sabe, Ron Paul, apesar de ser um candidato com ideias interessantes e conseguir atrair muito eleitorado jovem (chega a ser um dos maiores fenómenos da internet nesta campanha), a verdade é que não consegue subir dos 2 ou 3 por cento nos números nacionais, pelo que não terá relevância para a batalha nacional.
Chamo a sua atenção, por exemplo, para o caso de Mike Huckabee, quinto classificado nas primárias republicanas que, neste momento, disputa o primeiro lugar no Iowa com Mitt Romney mas, mesmo assim, também não se integra na lista dos sete possíveis vencedores...
Obrigado pelo comentário,
cumprimentos
Obrigado pela resposta.
Compreendo a resposta. De facto se quiser olahr apenas para as national polls tradicionais e por telefone só vai encontrar Ron Paul perto ou nos dois dígitos em NH e em Iowa.
A minha percepção, talvez enviesada por ser um admirador das ideias de Ron Paul, é que essas polls vão se demonstrar erradas em larguíssima medida. Isto devido ao método usado negligenciar jovens e novos republicanos. Normalmente isto não é um problema grave nas sondagens mas se existir uma concentração grande de votos destes grupos de excluídos das amostras das sondagens em um candidato em particular a coisa muda de figura.
De qualquer forma veremos como correm Iowa e NH. Espero ter eu razão, como deve imaginar.
Um de vários links que pode ser um bom começo de re-anaálise na sua prepectiva:
http://politicalinquirer.com/2007/11/14/zogby-ron-paul-has-a-good-chance-of-winning-new-hampshire/
Seja como for, também acho que Ron Paul dá uma nova cor à corrida republicana e gostaria que pudesse ser um candidato com mais dimensão mediática.
Mas as coisas são o que são e, como compreenderá, numa corrida com tantos candidatos e tantos estados, não era possível estar a olhar para todos os lados.
Cumprimentos,
obrigado pelas observações