Os zangãos

As reacções zangadas de Vitalino Canas e de Alberto Martins, dois líderes do PS actual, habituais entronizadores de chefes, à entrevista de Cravinho, mostram que não querem dar a entender o que perceberam - porque de facto, perceberam- da mensagem de João Cravinho, com a entrevista à Visão de hoje.
Para eles, é tudo um problema de leis. Para inglês ver. Para Cravinho, é muito mais do que isso: é o espírito das próprias leis e aquilo que as precede: a consciência ética dos princípios.
Cravinho, na entrevista, fala expressamente do desentendimento a propósito do "juizo político e ético sobre a situação da corrupção em Portugal e o seu efeito corrosivo sobre as instituições democráticas".
Claro que o dr. Vitalino e o dr. Martins, fazem-se desentendidos. China, Stanley Ho, Angola, interesses económicos diversos, contratos milionários, pareceres avulsos aos milhões para algumas dezenas, advocacia de negócios rendosos, por conta do Estado ou umbilicalmente a ele ligados, são assuntos que têm a ver exclusivamente com leis, como toda a gente sabe. E quem não sabe, nem precisa de saber.
É por demais evidente que João Cravinho há tempos que pretende atingir o porta-aviões dos interesses avulsos e anónimos.
Ética? Conflitos de interesses? Que é isso?! Já temos leis que cheguem e Portugal até está muito bem no ranking mundial da corrupção.
Ah! E ainda falta a reacção do timoneiro Jorge Coelho, mas estamos certo que ainda se há-de ver. Correctamente pronunciada, desta vez.

Publicado por josé 00:32:00  

1 Comment:

  1. Adjectivos said...
    POis é, mas, se Cravinho fosse consequente com aquilo que diz, tinha ficado cá, na Assembleia, a combater a corrupção, e não tinha debandado para um riquíssimo "tacho" em Londres! É fácil falar, quando já não se precisa de "sujar" as mãos. Poupem-me!

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