Observatório 2008 - Iowa é o «must-win state» para Obama
quarta-feira, outubro 10, 2007
No segundo capítulo desta ronda pelas candidaturas com hipóteses de chegar à nomeação, falaremos hoje sobre os pontos fortes e fracos de Barack Obama, senador pelo Illinois e segundo classificado da corrida democrata.
Trata-se de uma candidatura que vive num dilema: o que já conseguiu é fantástico, tendo em conta que Obama tem 46 anos e só é conhecido a nível nacional há apenas dois anos e meio, mas a dureza dos números mostra que, se nada de substantivo acontecer, o que Barack já conquistou de nada lhe valerá para 2008.
Inteligente, jovem, bem-parecido, Obama tem passado a mensagem de ser o candidato do futuro, aquele que não está comprometido com os vícios de Washington e com os erros dos últimos anos, contrapondo com a excessiva colagem de Hillary aos anos Bill Clinton e mesmo ao que se passou desde 2000, dado que a senadora votou a favor da guerra no Iraque, ao contrário de Barack que, enquanto membro do senado estadual, em Chicago, foi dos primeiros líderes democratas a estar contra a intervenção no Iraque.
O problema de Obama é que a sua realidade é o segundo lugar. Como nem sequer é provável que Hillary o vá convidar para seu vice-presidente (Joe Biden ou Bill Richardson são hipóteses mais prováveis), isto significa que o fenómeno Obama só pode vir a colher frutos no plano nacional em... 2016, se Hillary vencer em Novembro do próximo ano, ou em 2012, na hipótese de a Casa Branca se manter no lado dos republicanos.
Capaz de atrair multidões, campeão da arrecadação de receitas até ao mês passado (no somatório, ainda tem mais dinheiro do que Hillary, mas se contarmos a partir do Verão, a senadora por Nova Iorque já o ultrapassou, fruto da normal capacidade de atracção de quem vai à frente), Obama sabe que terá que ser, nos próximos três meses, ainda mais extraordinário se quiser sonhar com a nomeação.
Não contestando as capacidades da sua principal adversária, Obama considera-se, no entanto, em melhores condições para «reconciliar a América», fazendo uso de um discurso inspirador, que apela ao sonho.
Só que a eficácia de Hillary, que tem conseguido passar a mensagem de que é a candidata mais bem preparada, mais experiente e em melhores condições de ganhar a eleição nacional (as duas primeiras premissas talvez estejam certas, a terceira ainda não é líquida) tem levado a que, nos últimos meses, a diferença entre Hillary e Obama se tenha aproximado dos... 20 pontos percentuais.
Barack está, pois, num autêntico contra-relógio para tentar contrariar o superfavoritismo de Hillary Clinton. Se uma consulta pelas sondagens a nível nacional nos levaria a achar que a missão de Obama é quase impossível.
Mas vários analistas avisam: a nomeação ainda não está fechada do lado democrata. No caucus do Iowa, tudo está em aberto: alguns estudos dão uma escassa vantagem a Hillary, mas outros põem Obama à frente, com John Edwards sempre muito perto dos dois principais candidatos.
E, olhando para exemplos como os de John Kerry ou Bill Clinton — que partiram para as primárias atrás de Howard Dean e Paul Tsongas, respectivamente, mas acabaram por obter a nomeação pelo balanço ganho por bons resultados nas primeiras consultas — convém não colocar, desde já, Obama do lado dos derrotados.
Trata-se de uma candidatura que vive num dilema: o que já conseguiu é fantástico, tendo em conta que Obama tem 46 anos e só é conhecido a nível nacional há apenas dois anos e meio, mas a dureza dos números mostra que, se nada de substantivo acontecer, o que Barack já conquistou de nada lhe valerá para 2008.
Inteligente, jovem, bem-parecido, Obama tem passado a mensagem de ser o candidato do futuro, aquele que não está comprometido com os vícios de Washington e com os erros dos últimos anos, contrapondo com a excessiva colagem de Hillary aos anos Bill Clinton e mesmo ao que se passou desde 2000, dado que a senadora votou a favor da guerra no Iraque, ao contrário de Barack que, enquanto membro do senado estadual, em Chicago, foi dos primeiros líderes democratas a estar contra a intervenção no Iraque.
O problema de Obama é que a sua realidade é o segundo lugar. Como nem sequer é provável que Hillary o vá convidar para seu vice-presidente (Joe Biden ou Bill Richardson são hipóteses mais prováveis), isto significa que o fenómeno Obama só pode vir a colher frutos no plano nacional em... 2016, se Hillary vencer em Novembro do próximo ano, ou em 2012, na hipótese de a Casa Branca se manter no lado dos republicanos.
Capaz de atrair multidões, campeão da arrecadação de receitas até ao mês passado (no somatório, ainda tem mais dinheiro do que Hillary, mas se contarmos a partir do Verão, a senadora por Nova Iorque já o ultrapassou, fruto da normal capacidade de atracção de quem vai à frente), Obama sabe que terá que ser, nos próximos três meses, ainda mais extraordinário se quiser sonhar com a nomeação.
Não contestando as capacidades da sua principal adversária, Obama considera-se, no entanto, em melhores condições para «reconciliar a América», fazendo uso de um discurso inspirador, que apela ao sonho.
Só que a eficácia de Hillary, que tem conseguido passar a mensagem de que é a candidata mais bem preparada, mais experiente e em melhores condições de ganhar a eleição nacional (as duas primeiras premissas talvez estejam certas, a terceira ainda não é líquida) tem levado a que, nos últimos meses, a diferença entre Hillary e Obama se tenha aproximado dos... 20 pontos percentuais.
Barack está, pois, num autêntico contra-relógio para tentar contrariar o superfavoritismo de Hillary Clinton. Se uma consulta pelas sondagens a nível nacional nos levaria a achar que a missão de Obama é quase impossível.
Mas vários analistas avisam: a nomeação ainda não está fechada do lado democrata. No caucus do Iowa, tudo está em aberto: alguns estudos dão uma escassa vantagem a Hillary, mas outros põem Obama à frente, com John Edwards sempre muito perto dos dois principais candidatos.
E, olhando para exemplos como os de John Kerry ou Bill Clinton — que partiram para as primárias atrás de Howard Dean e Paul Tsongas, respectivamente, mas acabaram por obter a nomeação pelo balanço ganho por bons resultados nas primeiras consultas — convém não colocar, desde já, Obama do lado dos derrotados.
É certo que a vantagem de Hillary é muito grande, mas se Obama vencer no Iowa (o que, neste momento, é perfeitamente possível) tudo pode mudar. «Iowa is a mus-win state for Obama», titulava o Rasmussen Reports, na semana passada.
E a verdade é que, há poucos dias, a Newsweek fez uma sondagem no Iowa com números animadores para Barack: Obama surge à frente, com 28 por cento, com Hillary em segundo, 24, e Edwards em terceiro, reunindo 22 por cento das intenções de voto.
Mas uma vitória no estado de arranque pode não chegar: Obama terá, depois, que confirmar o balanço ao vencer pelo menos um dos dois estados seguintes: New Hampshire e Carolina do Sul.
Para que tal seja possível, terá que conseguir ser mais eficaz a captar votos junto do eleitorado negro, muito numeroso na Carolina do Sul (onde Hillary ainda domina, capitalizando a enorme simpatia que Bill Clinton tinha junto dos negros).
Outro trunfo que Obama ainda conserva, na comparação com Hillary é o facto de se revelar mais forte no duelo com os dois mais prováveis candidatos republicanos. Obama está à frente de Giuliani com um avanço entre os 4 e os 10 pontos e lidera o duelo com Fred Thompson entre os 6 e os 12 pontos, números superiores aos de Hillary.
Um estudo do Gallup, maior instituto de sondagens dos EUA, avaliou, itens fundamentais, quem se encontra em melhores condições junto dos americanos: Hillary ou Obama. A senadora ficou à frente em temas mais ligados à economia, aos impostos e à saúde, mas Obama mostrou-se mais forte em questões como «inspirar os americanos», «relações entre diferentes raças» ou «capacidade de unir o país».
Aqui ficam os resultados desse interessante estudo:
«QUE CANDIDATO LHE INSPIRA MAIS CONFIANÇA NOS SEGUINTES TEMAS...»
SAÚDE: Hillary 65-Obama 14
ABORTO: Hillary 61-Obama 14
ECONOMIA: Hillary 58-Obama 21
RELAÇÕES EXTERNAS: Hillary 54-Obama 21
RELAÇÕES ENTRE AS RAÇAS: Obama 58-Hillary 30
CAPACIDADE DE UNIR O PAÍS: Obama 47-Hillary 34
RECONCILIAR A AMÉRICA: Obama 55-Hillary 29
Publicado por André 20:14:00
2 Comments:
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- Luís Negroni said...
3:07 da manhã, outubro 11, 2007Gostava de ver um presidente americano preto mas não acredito que oa americanos deixem.- David de Jesus said...
5:17 da manhã, outubro 11, 2007Bem, os pontos fortes de Obama infelizmente não são aqueles que parecem pesar mais no espírito dos americanos na sua história mais ou menos recente, Obama não tem hipótese, é "business as usual" e a economia bate a reconciliação sempre que chega a hora da verdade.
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