O estímulo vital
terça-feira, outubro 02, 2007
Confesso já: Vital Moreira é dos poucos escribas públicos que apetece comentar. À semelhança de uns poucos, como Graça Moura ou Pacheco Pereira, anda sempre ali, nos interstícios dos escritos, uma agressividade latente que parece natural e sem freio, uma atitude de provocação do outro que discorda, de modo a desfazer a inteligência alheia e uma independência de pensamento peregrino que incomoda a pacatez dos benevolentes.
Adivinha-se ali, um auto-convencimento seguro, de residência da inteligência rara e cara e isso paga-se, para quem o contesta.
Vital Moreira, além disso, é um académico de matérias políticas o que acrescenta divertimento ao jogo da crítica. E além do mais, tal como os outros, é um peludo notório que se ofende com tudo aquilo a que diz não ligar, o que ainda mais divertido se torna, porque o faz de modo sobranceiro e ridiculamente superior e distante que evidentemente é apenas a máscara da falta do mais básico fair-play e de quem se toma a sério mesmo quando vai à casa de banho.
Assim, vamos a isto que se faz tarde:
Está visto que Vital Moreira não suporta a crítica num determinado tom. Em tom baixo, sussurado, com o devido respeito, salvo pela “ideia” peregrina, ainda vá que não vá.
Se for em tom desabrido e a puxar lustro à indignação, pelas faenas de atitude pública, já não há suporte a não ser o insulto que diz execrar e nunca suporta, com nenhum fair play, mas que pratica a seu bel-prazer eufemístico e sofisticado.
Adjectivações várias como a de “mabecos”, “peões do clericalismo indígena”, “tolos”, “atávicos”, “ressabiados”, “panditas auto-encartados”, “disparates”, “anedotário”, “faz fretes”, “dislate malévolo”, etc etc. e para só citar as do último mês de postais, para além das fartas insinuações directas sobre intenções alheias, processadas na mente do escriba, ou sobre a personalidade de “certas companhias”, são o dia a dia da escrita no blog da causa nossa.
Ou porque uns serão isto; ou porque pretenderão aquilo, os postais de Vital, são sempre um must, com um leit–motiv: a defesa à outrance, muitas vezes, das posições ortodoxas de uma putativa esquerda que este Governo ainda incorpora para o escriba e se revela agora mais folclórica do que ideológica, mas que lhe permanece referencial e distintiva, ainda que meramente imaginária.
É nessa dança de ideogramas que aparece de vez em quando a crítica avulsa a medidas de governo ou a atitudes de responsáveis, que caucionam o equilíbrio autosatisfeito, para se proclamar um fiel de balança analítica.
Em relação a desconhecidos que lhe respondem em tom idêntico, mesmo sarcástico, já escreveu que não lê e não responde. Não liga. Mói-se, mas não se mata com o assunto,porque perde o sério e a compostura.
Em relação a conhecidos que o vituperam, mesmo moderadamente, fica sempre com o caldo entornado no pelo eriçado e na irritação à flor da pele.
A última vítima deste destempero natural, é o Arrastão que vai fazendo pela vida, no blog onde escreve para todos lerem que existe uma inteligência assim, neste canto.
O pobre escriba teve o azar de lhe repontar a crítica em que Vital o apelidou metonimicamente de anedota, dizendo-lhe apenas que era o Vasco Graça Moura da esquerda. Ó insulto maior! Ó desgraça! Ó arrastão- para a lama!
Este tipo de alusões, nunca fica sem resposta de Vital e esta vez não é excepção. O pobre Oliveira, sem figueira para se pendurar, leva a abrir, com o epíteto de “aleivoso”, que é em bom português, calunioso, traiçoeiro. Porca miseria!
E a seguir, para remate final, acaba por lhe cortar a colecta. Exemplar. Melhor: estimulante.
Publicado por josé 10:23:00
4 Comments:
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Afinal, se o homem bate assim no Danny Boy, merece que se lhe faça a justiça de dizer que também escreve coisas acertadas.
Oliveira já sabe o que o espera, neste tipo de recados- e vai baixar a bolinha.
Eu estou parva. Acho que vale a pena destacá-lo.