boletim meteorológico

Ontem, passei a noite a fazer zapping. As aventuras dos 'Tudors', e por agora de Henrique VII, na RTP/1, e mais um episódio do Polvo, na RTP/Memória. Tudo muito pedagógico. Quase tão pedagógico e elucidativo como este post de Ana Gomes no 'Causa Nossa'.

Com efeito, 'dantes' podia haver bons e maus, mas cada lado sabia exactamente o que representava, assim como o que (não) representavam os 'outros'. Isto era dantes. Agora, sinal dos tempos, não há bons nem maus, como não há bem nem mal, é tudo relativo, fruto da conveniência, e do posicionamento de cada instante. Os princípios que se lixem, o que interessa é tão só e apenas tratar da vidinha.

Eu já escrevi aqui muito sobre o Caso Pio, quem quiser que consulte os arquivos. Continuo a achar que - tudo ponderado - foi uma honrosa excepção, pela positiva, na forma como se tratam casos a partir de determinada dimensão (nomeadamente pela qualidade do trabalho desenvolvido pela equipa do MP) mas não tenho ilusões. Ainda falta muito tempo para que muita coisa fique óbvia. Dito isto, Catalina Pestana tinha feito melhor em estar calada, ou pelo menos em ser mais discreta. Não vou explicar porquê - é-me óbvio. Transporta outra vez o domínio dos factos (dos que chegaram, e estão, a julgamento) para o da caça aos gambuzinos, enquanto matéria de fé (vide as declarações da nova Provedora), com a poeira resultante a gambuzinar e relativizar o julgamento em curso. Enfim.

Quanto a Ana Gomes, bem, quanto a Ana Gomes, o que vale é que ninguém liga pevide aos estados de alma da senhora, porque senão o País e as instituições tinham um grave problema para debater. Pelo meio há coisas que se percebem na lógica refinada da €uro-deputada. Que Catalina, na opinião de Ana Gomes, não é perfeita e também terá rabos de palha, logo, não tem moral para acusar/denunciar quem quer que seja. E que o grande osso atravessado nas goelas de Ana Gomes não tem a ver com Pedroso ou Ferro mas com o facto simples de a 'Caterine Deneuve' não ter tido sido mais que uma nota de rodapé em todo o filme. Assim, como ninguém é perfeito - e acusar só Deus - todos são inimputáveis.



Obviamente, Ana Gomes não percebeu nada de nada. Mistura factos, boatos, rumores, com ficção descarada, tudo condimentado com doses marcianas de 'convicção' e 'fé'. Mas há outra questão, igualmente relevante, que, apesar de tudo, agiganta Catalina ao pé de uma liliputiana Ana Gomes. Catalina, antes de falar com o Sol, foi à PGR, dizer do que suspeitava. Ana Gomes, a Ana Gomes que fala de malas, e coisas que tais, e clama por investigações 'sérias', antes de escrever no blog, foi aonde ? Q.E.D.

Publicado por Manuel 17:03:00  

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