affairs d'Etat

O José António Barreiros, hoje, lembrou-se de pedir bandeira a meia haste, por causa da conversinha de pé de orelha do sucessor do sr. Blair com o Sr. Sócrates, a propósito do MaddieGate. Tem razão, e não tem. A subsidiarização do Direito, e do Estado de Direito, aquilo que, no momento e no contexto, é visto como do, e no, interesse do Estado, ou daqueles que (julgam) se confundem com ele tem, por estas bandas, larga tradição. Antes, e depois do 25 de Abril. O facto é que (um ministro disse-o) o Director da PJ é um mero alto funcionário (e não um magistrado sujeito a regras de independência, etc e tal), e o PGR - objectivamente - para lá caminha. Assumidamente o poder político 'funcionalizou' o poder judicial, ponto. Ora, onde há uma relação objectiva de patrão/empregado não há verdadeira independência (porque neste ramo não há mercado - o Estado é só um), ponto final. É pois, caro JAB, inútil e contraproducente, clamar contra este ou aquele caso particular. O problema é geral, e está para durar... O caso Maddie, antes, durante, e após o 'lobbying' britânico é apenas mais um exemplo do que é tentar gerir (com os pés, aliás) de forma política problemas que nunca o deveriam ser...

Publicado por Manuel 16:19:00  

1 Comment:

  1. José António Barreiros said...
    Bom dia meu caro «Manuel».
    O José António Barreiros o que se lembrou e se esqueceu - porque aquele texto que tiveram a amabilidade de linkar foi escrito num intervalo de um dia muito difícil - foi acentuar a «justiça de classe» que a conversinha traduz e o seu espanto ante o silêncio que também isto gerou entre os nossos bem-pensantes e melhor falantes.
    Devo dizer-lhe que há dias em que neste país dá vontade de, tal como quando se bate à porta das sentinas, perguntar: «tá gente?».

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