Os Santos e o diabo, ou uma questão de chá
segunda-feira, setembro 10, 2007
Há alguns dias atrás, a propósito de uma questão qualquer, o Director Nacional da PJ não hesitou - alto e bom som - em criticar e demarcar-se ruidosamente do Procurador Geral da República. Pouco importa a razão (que até parece que a teria), o facto é que Alipio Ribeiro escolheu consciente e voluntariamente o ruído e o terreiro mediático para fazer valer a sua causa. Diálogo, coordenação, sincronização - tudo foram variáveis secundárias - num terreno pantanoso que todos fizeram e fazem questão de calcorrear - quando a única coisa que conta é o imediatismo do aparecer no momento nos média. O parecer ao invés do ser.
Hoje, Pinto Monteiro, Procurador Geral da República, julga que se vingou. Foi dizer, que, e cito, 'soube pela televisão. Foi-lhe apenas dado conhecimento, de que os McCann tinham sido constituídos arguidos e ficariam sujeitos a termo de identidade e residência.' (Público - Última Hora) - em suma, qual Pilatos decidiu lavar as mãos.
A todos os títulos lamentável. A exposição internacional do caso, por si só, bastaria para que outro recato, outra descrição, outro profissionalismo existissem, antes, durante, e depois, em alternativa a algo que mais não é lavar roupa suja em público. Em bom rigor, falta o mais básico e elementar Sentido de Estado.
Num país normal a esta hora, face a este triste espectáculo, nem Pinto Monteiro nem Alípio Ribeiro teriam condições para continuar. Mas num país normal Alberto Costa também nunca teria chegado a ministro da Justiça, muito menos o último CPP seria aprovado 'às cegas', como dizem agora alguns, e nos termos e nas condições em que o foi. As coisas são o que são, e a descer - está visto - todos os santos ajudam, os santos e o diabo. E isto é só o início.
Publicado por Manuel 15:41:00
Subscrevo o comentário anterior e acrescento que estou consigo na indignação, que me parece ser também proporcional à coragem revelada pelo post.
Saudações.
Maria