Observatório 2008 - a herança dos anos Clinton
terça-feira, setembro 11, 2007
Bill Clinton: o evoluir das primárias para 2008 está a reforçar a ideia de que a herança dos seus dois mandatos na Casa Branca será favorável às aspirações de Hillary obter a nomeação democrata e conquistar a Presidência. A viragem para o campo democrata, já iniciada nas últimas eleições para o Congresso, parece indicar que os americanos já estão fartos de oito anos da «Nova Direita» e acreditam numa espécie de regresso dos anos de expansão económica e prestígio internacional (guerra da Jugoslávia à parte...) que caracterizaram a liderança de Bill Clinton, talvez o melhor Presidente americano depois de Roosevelt. Mas... será que a história pode repetir-se?
«Incrivelmente, apenas cinco anos depois de o presidente Bush (pai) ter assinado a Lei relativa a Americanos com Deficiência, que fora aprovada com grandes maiorias bipartidárias, os republicanos chegaram a propor que fossem reduzidos os direitos ao abrigo da lei. Quando estes cortes orçamentais se tornaram públicos, recebi uma chamada, uma noite, de Tom Campbell, meu colega de quarto durante quatro anos em Georgetown.
Tom era piloto comercial – vivia com desafogo, mas não era rico. Numa voz agitada, comunicou-me a sua preocupação com os cortes orçamentais propostos para os deficientes. A sua filha Ciara sofria de paralisia cerebral. A melhor amiga dela também sofria da mesma doença e vivia apenas com a mãe, que tinha um emprego onde recebia o salário mínimo e para o qual se deslocava diariamente de autocarro, numa viagem que durava uma hora em cada sentido.
Tom fez-me algumas perguntas sobre os cortes orçamentais que a maioria republicana no Congresso queria aprovar e eu respondi-lhe. Depois, ele disse: ‘Então, deixa-me ver se percebi bem. Vão-me reduzir os impostos para cortar o subsídio que a amiga da Ciara e a mãe recebem para cobrir os custos da cadeira de rodas da miúda e dos quatro ou cinco pares de sapatos especiais e caros que ela tem de ter todos os anos, assim como o subsídio de transporte que ela recebe para se deslocar para um emprego onde ganha o ordenado mínimo?’ ‘Isso mesmo’, respondi. ‘Bill, isso é imoral. Tens de os impedir de fazer isso’.
Tom Campbell era um católico devoto, um ex-marine que fora educado num lar conservador republicano. Se os republicanos da Nova Direita tinham isso demasiado longe para ele, eu sabia que os podia vencer.
No último dia do mês, Alice Revlin anunciou que a economia em expansão levara a um défice inferior ao esperado e que podíamos agora equilibrar o défice em nove anos, sem os cortes propostos pelos republicanos. Eu estava a apanhá-los».
Tom era piloto comercial – vivia com desafogo, mas não era rico. Numa voz agitada, comunicou-me a sua preocupação com os cortes orçamentais propostos para os deficientes. A sua filha Ciara sofria de paralisia cerebral. A melhor amiga dela também sofria da mesma doença e vivia apenas com a mãe, que tinha um emprego onde recebia o salário mínimo e para o qual se deslocava diariamente de autocarro, numa viagem que durava uma hora em cada sentido.
Tom fez-me algumas perguntas sobre os cortes orçamentais que a maioria republicana no Congresso queria aprovar e eu respondi-lhe. Depois, ele disse: ‘Então, deixa-me ver se percebi bem. Vão-me reduzir os impostos para cortar o subsídio que a amiga da Ciara e a mãe recebem para cobrir os custos da cadeira de rodas da miúda e dos quatro ou cinco pares de sapatos especiais e caros que ela tem de ter todos os anos, assim como o subsídio de transporte que ela recebe para se deslocar para um emprego onde ganha o ordenado mínimo?’ ‘Isso mesmo’, respondi. ‘Bill, isso é imoral. Tens de os impedir de fazer isso’.
Tom Campbell era um católico devoto, um ex-marine que fora educado num lar conservador republicano. Se os republicanos da Nova Direita tinham isso demasiado longe para ele, eu sabia que os podia vencer.
No último dia do mês, Alice Revlin anunciou que a economia em expansão levara a um défice inferior ao esperado e que podíamos agora equilibrar o défice em nove anos, sem os cortes propostos pelos republicanos. Eu estava a apanhá-los».
in «A Minha Vida», Bill Clinton, Temas e Debates, pág. 680, capítulo 43
Últimos números do campo democrata:
-- Hillary Clinton 44
-- Barack Obama 26
-- John Edwards 17
-- Outros 6
-- Indecisos 7
(Fonte: CBS News/New York Times)
Publicado por André 21:18:00
3 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Democratas e conservadores são as duas faces da mesma gasta moeda. Moeda demasiado gasta e que por isso mesmo não vale nada.
Quem eu gostava muito, mas mesmo muito, de ver como presidente dos EUA, era Osama Bin Laden. Com uma só cajadada matavam-se dois coelhos, ou seja, dois terrorismos.
Hillary sempre à frente ...
Também o André, o Carlos, o Manuel, o José, o Gomez e outros amigos desta Loja têm guardado no espaço da MARIA(http://mariasempre-maria.blogspot.com, uma dedicatória amiga que vos reune na designada "corrente da amizade" entre os amigos da Maria.
Em bos verdade, a Maria a esta Loja está ligada por laços ainda mais consistentes...
Um beijinho
Maria
Isso é uma piada ou duas?
É que Roosevelt está muito longe de ter sido um bom presidente, e quanto a Clinton estamos conversados.
Concedo que a Hillary poderá vir a ser um bom presidente, porque tem mais cabeça que o marido, o que aliás não é difícil.