A lógica do sistema
sexta-feira, agosto 17, 2007
Entrevista muito interessante de José António Barreiros à revista Sábado que saiu nesta Quinta-feira.
Além do mais, pronuncia-se sobre um acontecimento que explica em parte o governo actual que temos, do Partido Socialista.
José António Barreiros, foi enviado para Macau, por conta de nomeação do PS ( a que pertencia e de quem se desvinculou depois de ter regressado) e para substituir António Vitorino, “depois de a Administração Pinto Machado cair. Mário Soares designou Carlos Melancia governador e eu fui para secretário adjunto da Administração e Justiça”, conforme explica.
Como explica ainda a exoneração do actual ministro da Justiça, Alberto Costa. Assim:
“Foi uma decisão óbvia. Justifiquei-a por escrito e não voltaria atrás. Tinha grande apreço e admiração por ele, mas na posição em que ele se colocou era meu dever demiti-lo.”
Mas teve uma consequência, adianta o entrevistador Nuno Tiago Pinto…
“Demitiram-me. Sabia o que estava a arriscar e percebo que o sistema tem uma lógica. Quando mais tarde vi Alberto Costa ministro, compreendi perfeitamente.”
Percebeu o quê, afinal, José António Barreiros?
“É uma lógica a funcionar. Basta ver o rol de testemunhas que arrolou- Jorge Sampaio, Jorge Coelho, enfim-, para se compreender que o futuro estava com ele. Eu era o obstáculo que tinha de ser removido. E fui.”
No final da entrevista, JAB explica que pertenceu à Maçonaria do GOL e depois da GLRP. Saiu em 1992, porque descobriu então que a Maçonaria, em vez de ser um clube de reflexão filosófica, era mais um clube de filosofia de vidinhas em luta pelo poder. Como hoje acontece.
A lógica do actual sistema de poder política fica aí explicada. Nas entrelinhas, cosem-se as demais parcelas do pano que daria ainda para muitas mangas. A questão da licenciatura de José Sócrates, arrumada pela anomia reinante, é uma delas.
Estamos tramados. Por uma clique que não merece este poder que lhe caiu nas mãos.
Publicado por josé 02:39:00