Os imprescindíveis

Segundo o blog Zero de conduta, a organização internacional “Quem é quem”, na área da advocacia de negócios, elegeu a firma Vieira de Almeida & Associados, como a firma de advogados do ano, em Portugal.

Nada de admirar. Esta firma, foi em tempos ( em 6.6.2005 numa entrevista ao Jornal de Negócios) elencada por José Miguel Júdice, como uma das firmas sagradas e imprescindíveis na advocacia portuguesa, na tarefa ingrata de auxiliar governos incompetentes.

Disse então J.M.Júdice que essa firma, juntamente com a de Morais Leitão, Galvão Teles Soares da Silva & Associados e a sua própria PLMJ, deveriam ser obrigatoriamente consultadas pelo Estado e empresas públicas, sempre que essas entidades precisassem de advogados. Adiantou até que o estranho é se em qualquer operação do Estado não nos consultarem. Diria que se não nos escolherem, é preciso que justifiquem.

A Vieira de Almeida & Associados, foi uma das firmas escolhidas pelo governo actual para apresentar um dos pareceres sobre a legislação do Simplex que o constitucionalista Canotilho arrasou, por estar eivada de inconstitucionalidades. Gomes Canotilho, como alguém lembra, deve ter provocado um franzir de sobrolho a Maria Manuel Leitão Marques, uma das responsáveis pelo Simplex, ligada por laços pessoais, a um certo Vital Moreira.

Que diria Vital Moreira, deste tipo de ligações dos governos, a escritórios de advocacia de negócios, tipo Vieira de Almeida & Associados ou mesmo a uma PLMJ? Que é uma necessidade natural e imprescindível, por certo. Uma inevitabilidade, por consequência.

Porém, desconfio que nunca o veremos a escrever sobre tais assuntos. Ficaremos sempre por saber a sua opinião pessoal sobre estas firmas de advocacias sofisticadas que projectam financeiramente os fundos que recebemos da União Europeia, de modo a que as sombras lhes incidam nos cofres, em contas de sigilo bancário profundo.

Publicado por josé 23:18:00  

3 Comments:

  1. o sibilo da serpente said...
    José:
    A coisa está de tal forma, que até já há deputados que não são advogados a gerir indústrias de advocacia (?).
    lusitânea said...
    Os escritórios não "eleitos" sempre se podem candidatar aos oficiosos e ter esperança nas esquadras de polícia...
    lusitânea said...
    Os escritórios não "eleitos" sempre se podem candidatar aos oficiosos e ter esperança nas esquadras de polícia...

Post a Comment