(Un)Rule Britannia.


Sobre o caso António Morais, de corrupção passiva e branqueamento de capitais, envolvendo pessoas conhecidas dos meios políticos, e numa dimensão que deixa a anos-luz, toda a corrupção desportiva dos Apitos Dourados, os jornais de hoje dão-lhe uma exposição de geometria variável. O SOL não tem luz para o assunto. O Expresso, tem uma luz interior. O Público, uma luz fluorescente e o Correio da Manhã a luz do dia, na primeira página.
Um excerto:

O CM sabe que nesta investigação falhou por completo a cooperação judiciária internacional o que tornou impossível investigar a responsabilidade de outras pessoas no caso. As autoridades inglesas não responderam sequer às cartas enviadas pelo Ministério Público a pedir informação sobre contas abertas em bancos ingleses e, em particular, de transferências de grandes somas de dinheiro feitas para contas tituladas por pessoas envolvidas nos factos.O inquérito foi aberto em 1999 na sequência de uma denúncia anónima e a investigação esteve a cargo do Departamento Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira /DCICCEF) de onde saiu em 2005 com proposta de acusação. O rasto do dinheiro transferido para empresas ‘off-shore’ em Inglaterra perdeu-se, apesar do Ministério Público ter pedido diligências adicionais, que não chegaram a qualquer resultado por falta de cooperação internacional. O procurador, João Guerra, responsável pela 9.ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e que ficou célebre no processo Casa Pia, tutelou grande parte das investigações.Face à necessidade de evitar a prescrição do processo e confrontado com a impossibilidade de recolher mais indícios que pudessem envolver responsáveis governamentais, o Ministério Público optou por acusar com base nas provas que tinha conseguido reunir até então.Nos últimos meses o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), liderado por Maria José Morgado e, em particular, a 9.ª secção, agora dirigida pela magistrada Teresa Almeida e que tem a competência de investigar os crimes de corrupção, acelerou o processo, finalizando a acusação que agora é conhecida contra António Morais, a sua ex-mulher e o empresário da HCL, empresa que foi favorecida no concurso de 1998.

Se, de facto, a colaboração das autoridades inglesas foi assim como escreve o jornal - e não custa nada aceitar que o foi- então chegou a altura de os media portugueses questionarem abertamente as autoridades inglesas sobre estes procedimentos e falta de colaboração. Nada que os mesmos não estejam habituados a fazer connosco...como se viu no caso Maddie.

Publicado por josé 22:31:00  

3 Comments:

  1. rb said...
    Para a manchete do CM ser perfeita o "de" devia estar em cima para isolar o "sócrates acusado". Assim é que era.

    Não haverá mais nada importante e interessante para discutir neste país a não ser o professor de Sócrates de há 10 anos atrás.
    josé said...
    Cá por mim, acho que o assunto é sumamente interessante. Não pelo tempo que passou, mas principalmente pelo tempo que passa.

    Perceber o que se passou há dez anos atrás ajuda muito a entender o que se passa hoje. Muito, mesmo.

    Há quem queira passar sobre o assunto como cão sobre vinha vindimada, mas é preciso estar atento, caro rb. Muito atento.
    Arrebenta said...
    Já está a hiperligação bo "Braganza" e há muita gente a pedir permissão para utilizar a imagem :-)))))), a vossa, claro.
    Uma imagem vale mil palavras.
    O parasita o Largo do Rato tem mais medo do João Guerra do que o Diabo da Cruz :-)

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