Quarta-feira, Abril 25, 1974 e dias seguintes.
quarta-feira, abril 25, 2007
Esta é a primeira imagem importante, do dia 25 de Abril. No largo do Carmo, o capitão Salgueiro Maia, uma das figuras-chave do movimento dos capitães, explica aos presentes, pelo megafone, que o general Spínola ali chegará em breve, a fim de receber o poder de Marcelo Caetano.
A Junta de Salvação Nacional, poucas horas depois e pela televisão, assumiu o comando do país, em nome do Movimento das Forças Armadas. No dia 28 de Abril, em Santa Apolónia, vindo de Paris, de comboio, chega Mário Soares que vai imediatamente encontrar-se com o general Spínola, na Cova da Moura. No dia 30 de Abril, de avião, proveniente também de Praga ( escala Paris) chega Álvaro Cunhal, ao aeroporto da Portela. Esperava-o uma "multidão numerosa" ( Século Ilustrado de 4.5.1974) . Pouco depois, Cunhal dirigia-se também à Cova da Moura, para se apresentar a Spínola. Na sala do aeroporto, declarou: "Neste momento, o futuro do nosso país está nas mãos de todos os democratas que desejem libertar-se do fascismo". A palavra estava dita. No dia seguinte, 1 de Maio de 1974, no início da tarde, uma multidão de manifestantes, estimada em meio milhão de pessoas, maioritariamente erguia as mãos com o "v" de vitória. Dali a dias, o gesto simbólico, era substituido pelo punho erguido, esquerdo-direito, porque "só de punho erguido, a canção terá sentido". A multidão que se dirigia para o estádio dos trabalhadores da FNAT, que se passou logo a chamar 1º de Maio, poucos slogans tinha e poucas bandeiras empunhava- e na sua maioria nacionais. Mesmo assim, a do "viva o PCP" era uma delas e as saudações ao Cunhal, rivalizavam já com as dirigidas ao general Spínola.
No estádio, os dois líderes dos partidos políticos constituídos- PS e PCP- enquadrados por militares e acompanhados de dirigentes sindicais nacionais e estrangeiros, e ainda de figuras de relevo como Pereira de Moura, dirigiram-se à multidão, com palavras inflamadas, acompanhadas de canções pouco divulgadas e palavras de ordem nunca ouvidas, e em termos inéditos: "Abaixo a guerra colonial!", "Poder aos trabalhadores!", "é mau, é mau, é mesmo mau, o malandro do Tenreiro não nos dava bacalhau!". Como nota de curiosidade, quem é o indivíduo de óculos escuros, à esquerda de Mário Soares? Parece...parece...pois é: um símbolo, de facto.
Cerca de quinze dias depois, tomava posse como primeiro presidente da República, por decisão da Junta de Salvação Nacional, e proclamado pelo general Costa Gomes, António Spínola. Na chefia do governo provisório, o primeiro de muitos que seguiram, o professor de Direito, Palma Carlos. Porém, a imagem que segue vale mil palavras de significados pesados.
Publicado por josé 00:40:00
4 Comments:
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- Rui Rebelo said...
2:14 da manhã, abril 25, 200725 de Abril SEMPRE!- josé said...
3:27 da tarde, abril 25, 2007Sempre. Comunismo, nunca mais!- Jorge Gonçalves said...
4:24 da tarde, abril 25, 2007Ó José, para a malta mais nova, diz lá quem é o símbolo que está à esquerda do Mário Soares. Estou aqui em pulgas.- josé said...
5:01 da tarde, abril 25, 2007É melhor comprar o quitoso...