Página 1
quarta-feira, abril 25, 2007
A minha experiência pessoal do dia 25 de Abril 1974, está ligada ao rádio. Quero dizer, à música que ouvia no rádio. Assim, tal e qual, porque a rádio no feminino, é fenómeno linguístico posterior.
Em plena adolescência e em plena evolução da música popular de expressão anglo-saxónica, nesses anos, todos os meses eram meses de novidades que as revistas traziam e recenseavam.
Em Abril desse ano, o programa de rádio que ouvia religiosamente, em todos os dias que podia, era a Página 1, da Rádio Renascença, das 19h e 30m até às 21h de segunda a sexta.
Nesse programa, passavam todas as novidades que interessavam, da música popular, de várias expressões, incluindo a música popular portuguesa, de cantores de protesto. O Lp de José Afonso, Venham mais cinco, por exemplo.
No entanto, a esmagadora maioria das sonoridades, cantava em inglês e sabia bem ouvir.
Nos primeiros meses de 1974, tinham saído alguns LP´s com interesse intemporal.
Planet Waves de Bob Dylan, sem ser um álbum fundamental, passava depois da banda sonora Pat Garret & Billy the Kid, Knocking on heaven´s door.
Com toda a certeza, ouviam-se as sonoridades perfeitas de Paul Simon, no álbum al vivo, Live Rhymin´Simon e fatalmente reouvia-se The boxer e American Tune.
Com certeza também, os Procol Harum, do LP Exotic Birds and Fruit e o tema Nothing but the truth.
Esses sons possíveis do dia 25 de Abril de 1974, foram apresentados por um indivíduo que agora faz outra coisa e tem um blog: Luís Paixão Martins que então se apresentava como Luís Filipe Martins.
Umas semanas depois, a seguir à introdução sincopada da bateria dos Pop Five Music Incorporated, num rolamento de fracção de segundo, a hora e meia que se seguiu tinha outra voz- a de um tal Artur Albarran. O qual viria a dar que falar, mais tarde e por outros motivos.
Agora fica aqui a minha homenagem ao locutor de grande categoria que era Luís Paixão Martins.
Em plena adolescência e em plena evolução da música popular de expressão anglo-saxónica, nesses anos, todos os meses eram meses de novidades que as revistas traziam e recenseavam.
Em Abril desse ano, o programa de rádio que ouvia religiosamente, em todos os dias que podia, era a Página 1, da Rádio Renascença, das 19h e 30m até às 21h de segunda a sexta.
Nesse programa, passavam todas as novidades que interessavam, da música popular, de várias expressões, incluindo a música popular portuguesa, de cantores de protesto. O Lp de José Afonso, Venham mais cinco, por exemplo.
No entanto, a esmagadora maioria das sonoridades, cantava em inglês e sabia bem ouvir.
Nos primeiros meses de 1974, tinham saído alguns LP´s com interesse intemporal.
Planet Waves de Bob Dylan, sem ser um álbum fundamental, passava depois da banda sonora Pat Garret & Billy the Kid, Knocking on heaven´s door.
Com toda a certeza, ouviam-se as sonoridades perfeitas de Paul Simon, no álbum al vivo, Live Rhymin´Simon e fatalmente reouvia-se The boxer e American Tune.
Com certeza também, os Procol Harum, do LP Exotic Birds and Fruit e o tema Nothing but the truth.
Esses sons possíveis do dia 25 de Abril de 1974, foram apresentados por um indivíduo que agora faz outra coisa e tem um blog: Luís Paixão Martins que então se apresentava como Luís Filipe Martins.
Umas semanas depois, a seguir à introdução sincopada da bateria dos Pop Five Music Incorporated, num rolamento de fracção de segundo, a hora e meia que se seguiu tinha outra voz- a de um tal Artur Albarran. O qual viria a dar que falar, mais tarde e por outros motivos.
Agora fica aqui a minha homenagem ao locutor de grande categoria que era Luís Paixão Martins.
E ao programa Página 1 que começava com a música do mesmo nome que se pode ouvir neste local
Publicado por josé 23:37:00
3 Comments:
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Vou adiantar mais umas coisas sobre isto. Aqui ou noutro blog sobre coisas que me interessam e que aqui podem não interessar a quem leia. Não gosto de intimizar num lugar de superfície, quando tenho uma mercearia de bairro para gerir e posso conversar à vontade com os clientes, com toda a responsabilidade do produto que proponho.
De si, sei que tem uma agência de comunicação e guardei um recorte de uma revista que falava nisso, há uns tempos.
Não me interessa muito essa faceta, porque você é um dos meus heróis do rádio. Sem favor e apenas por ser locutor, apresentador de novidades de Londres ou de outros lados. É herói porque me levou ao desconhecido e maravilhoso que a música sempre representou, ainda que popular.
Há outros e acabo de ter uma ideia...
josé said...
cidadão profissional:
Claudina e ALberto Gambino eram cantores...cubanos! Em finais de 1974 tinham um álbum chamado "Daqui de onde nos veem" e tal como Victor Jara, eram presença assídua no programa. Uma das músicas deste último é uma maravilha de sempre: Levantate e mira la montaña! Era comunista, foi assassinado por isso, mas tinha uma voz e um talento que não se mediam em ideologias avulsas.
A Rádio Renascença, pertença do Patriarcado de Lisboa, nessa época ( finais de 1974) tinha um programa de música popular que começava às 19h e 30m e acabava às 21h.
Religiosamente, ouvia então o programa e coligia notas sobre a programação- que inda guardo.
Tome nota, sff, das notas relativas à emissão de 2 de Janeiro de 1975:
19h e 30m
Indicativo do programa: Page One dos Pop Five Music Incorporated ( que incluía Miguel da Graça Moura que se diz autor desse instrumental meio funky...)
1.Grupo desconhecido em Portugal-IF.
2.Os Man e o álbum Slow Motion.
Publicidade. Sparks e Never turn your back on mother earth, do 4º album do grupo, Propaganda.
3. Atlantis e Son of a bitch son- do álbum Oh Baby.
Publicidade. Instrumental.
4.Claudina e Alberto Gambino e a canção cubana- Duerme, duerme, megrito. De Cuba também, Pablo Milanez- pobre do cantor que não arrisca ( sic).
Instrumental. Publicidade.
20 h:
1. Johnny Nash. Carole King- change im my change on earth( na realidade é "change in mind", mas a audição em inglês, com 18 anos, ainda não era perfeita...) do álbum wrap around joy. Publicidade. Santana e o álbum Borboletta. Os Snaffle ( na realidade, Snafu...)e No more, do álbum...(deve ser o LP Situation Normal, mas não apontei). Publicidade.
Um cantor espanhol e Cagitas.
Sérgio Godinho- Etelvina.
José Afonso- O que faz falta. Publicidade.
Jimmy Cliff e Don´t let it die.
Jack Bruce e Keep it Down.
Jonathan Edwuards- TOday i started loving you again.
Publicidade.
Jim Capaldi e o álbum Whale meat again.
The End ( sic).
Foi assim a emissão desse dia 2.1.1975, apresentada por Luís Filipe Martins ( que hoje se chama Luís Paixão Martins e julgo que tem uma agência de publicidade a LPM). NO mês de Agosto de 1974, a emissão foi apresentada por...Artur Albarran! Esse mesmo...
Em 9.1.1975, sabe quem esteve no programa, em reportagem alargada sobre a Faculdade de Direito de Lisboa que começou pouco depois das 10 h e durou até ás 20 h e 45m?
Três estdudantes que se chamavam: PEdro Palhinha;Alberto Augusto e...um tal José Barroso! Sabe quem é este último, não sabe?
Pois entre parêntesis coloquei a seguinte espressão que ouvi então do tal apresentador LPM- "( não reformista"). Ahahahaha!
No programa começou por se revelar um documento ( carta a Marcelo Caetano, então na Madeira) na pedir o regresso às funções de professor daquela Fac. de Direito, Marcelo Caetano.
Isto escrevi então...e confio plenamente nas minhas notas.E escrevi que logo a seguir o locutro colocou a tocar um instrumental e depois Sérgio Godinho e ...à queima roupa!
11:47 PM, Dezembro 09, 2005
josé said...
Corrijo:
O grupo desconhecido em Portugal, não era o IF. Era um T.
Ainda hoje não faço ideia de quem se trata...
11:49 PM, Dezembro 09, 2005
josé said...
Outra correcção:
a emissão sobre a FDUL, coneçou às 20h...
O programa da RR chamava-se Página ! e foi dos melhores de sempre da rádio em Portugal.
Apresentaram-no Adelino GOmes, no início de 71, 72;Também um outro que depois foi correspondente da Deutesch Welle e que era do PS.Adelino Gomes e Luis Filipe Martins foram , sem dúvida os melhores radialistas dessa época gloriosa, do Página 1 da RR.
12:07 AM, Dezembro 10, 2005