(quase) todo um programa, (quase) todo um manifesto, na forma de um comentário de um leitor nosso

(...) lamento, mas eu desta vez não confio nada, mas mesmo nada, na juíza que decidiu este caso. E lembre-se que o que esteve em causa foi tão somente uma, para mim incompreensivel, acusação de "sequestro", nem sequer foi a regulação do poder paternal, que ainda corre noutra instancia de outro tribunal.

Como eu, muitos Portugueses pensam que o mal maior que temos em Portugal é uma justiça lenta, "injusta" e autista, uns juízes incapazes de pensar por si e sem experiencia da vida, umas sentenças incompreensiveis para o senso-comum, uns sindicatos de juízes (só por si, um facto revelador) mais interessados em defender inacreditáveis mordomias (como aquela dos subsidios de renda que se outorgam e que não têm paralelo na sociedade) e vencimentos, do que em reformar e melhorar a justiça em Portugal.

Este é um caso exemplar e pode ser que sirva de alguma coisa - acusar aquele Pai de sequestro é só por si um abuso, ignorante, maldoso e deformado. E considerar agravante o ele ser militar, só mostra que certos principios (honra, integridade, espirito de sacrificio, dádiva da própria vida, etc), que não sendo unicos dos militares são contudo apanágio dessa classe, passa ao lado da compreensão dos juízes portugueses.

Condená-lo a 6 anos e a uma indemnização inacreditável a um tipo que depois de uma cambalhota nunca mais quis saber da rapariga e da filha, é execrável (lembra-se de uma fulana que raptou um bébé de um hospital? Essa apanhou 3 anos! É que, coitadinha, o tribunal decidiu que ela na altura estava muito traumatizada...).

Mas a minha esperança é que desta vez os Portugueses se revoltem, façam abaixo-assinados, criem fundos para apoio àquele Pai, exijam a intervenção do Parlamento, do Presidente, do Supremo, digam basta!

Eu por mim estou disponível, inclusivé para apoiar financeiramente, dentro das minhas posses. É que acho que as pessoas bem formadas (como me considero) desta vez não devem calar-se.

Não basta haver leis (e todos sabemos as multiplas interpretações, não é por isso que existem advogados?), é necessário é que da sua aplicação resulte Justiça!

Um Alentejano do Alto

Publicado por Manuel 19:07:00  

5 Comments:

  1. josé said...
    Bem, sendo assim repito o comentário, aqui que acrescentei lá...

    Alentejano do Alto:

    É fácil dizer que não se confiam nos juízes que temos quando as decisões aparentemente violam as regras do bom senso ou até de um senso comum que muitas vezes não é coincidente.

    No caso, aquilo que sei, mais uma vez p digo, é pela leitura de jornais.
    Como já escrevi num postal mesmo pegado, não confio na informação que os jornais e os media em geral me dão, para formar opinião segura sobre certo fenómeno ou acontecimento.
    Mal por mal, prefiro acreditar que aqueles juízes em colectivo, souberam decidir melhor do que os opinionistas que vejo por aí a alvitrar palpites só com base em aparências, sem conhecer a realidade e os factos concretos.

    Mas...posso estar enganado.

    Assim, que bom seria poder ler artigos em que se explicasse o que é preciso ser explicado e em que os factos fossem revelados como aconteceram e não como são apresentados por fontes inquinadas.

    Podemos, aliás, extrapolar para outros casos mediáticos. Olhe! O da Casa Pia, por exemplo...
    ferreira said...
    Também, não sei o que se passou, no processo... Agora, comparar crimes diferentes com molduras penais, igualmente, diferentes...não é correcto.
    Como também não é correcto confundir o Tribunal Colectivo com o Tribunal Singular.E pior fulanizar a Justiça...Só justificável por ser Leigo.
    Já que no respeita « os advogados servem para interpretar diferentemente a Lei», mais uma vez confunde Lei com Factos, e é grave pois tem uma visão mercantilista e manhosa da Advocacia, que, infelizmente, muitos têm.
    Um Abraço
    Maria said...
    "Mal por mal, prefiro acreditar que aqueles juízes em colectivo, souberam decidir melhor do que os opinionistas que vejo por aí a alvitrar palpites só com base em aparências, sem conhecer a realidade e os factos concretos."

    Mas em primeiro lugar nunca deveria haver a opção de tirar um filho a uma mãe para o entregar a um estranho!... A lei está mal feita e os senhores juizes além de não conseguirem pensar pela sua cabecinha mostram uma desumanidade enorme. São juízes completamente inaptos.
    Maria said...
    "Mas a minha esperança é que desta vez os Portugueses se revoltem, façam abaixo-assinados, criem fundos para apoio àquele Pai, exijam a intervenção do Parlamento, do Presidente, do Supremo, "

    Bem, se isso não acontecer, não se quer juntar a mim para iniciar uma petição? O e-mail é maria.perry@netcabo.pt. Obrigada.
    Lisboeta said...
    Caro José
    Já agora, podia ter acrescentado também a minha resposta. Aqui a relembro:

    Eu também não confio na comunicação social (nada mesmo) e até percebo que este não é um caso fácil, embora admire e compreenda mais o comportamento dos pais adoptivos que o do pai tardio.
    Mas, até por isso mesmo, acho inacreditável que a justiça tenha separado os dois casos (o da paternidade, que continua a correr, e o do "sequestro", que acho uma aberração e uma falta de senso absoluto de quem todos os dias anda metido nestas coisas e devia dar provas de outro saber).
    Sabe o que eu acho? Que no fundo, bem no fundo, esta foi mais uma prova da prepotencia de ciosos juizes, que se recusaram sequer a ver os contornos, as envolventes e o melindre deste caso para apenas se preocuparem com o poder que detêm - ai nós demos ordem para entregares a criança e ainda o não fizeste? Cadeia! Já! E por 6 anos. Mais indemnização bruta.
    E que se permitiram, na sentença, como foi transcrito (vamos acreditar nalguma coisa, não é? Os jornalistas iam inventar isso?), ajuntar agravantes [por ele ser militar e porque não há justiça para ricos (deve ser o Sargento...) e pobres...], que para mim não fazem qualquer sentido. Pelo menos deveriam compreender, e não foram capazes. Aposta comigo que a justiça não tem meios para encontrar a criança? Só se brincamos.
    Não estou a julgá-los pela atribuição de paternidade (que aliás ainda não está finalizada), nem pelo que diz a comunicação social - apenas pelo que acabo de dizer, e isso são factos.

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