A heart in New York , parou.

O músico americano Michael Brecker, morreu ontem, Sábado, aos 57 anos, com leucemia.
O saxofone tenor de Michael Brecker, presente em inúmeras gravações de artistas conceituados, no jazz, pop e rock, tornou-se uma marca sonora em algumas gravações dos últimos trinta anos. Como músico de sessão, de estúdio, Michael Brecker gravou centenas de álbuns. Dos Carpenters a Frank Zappa, passando por Lou Reed, John Lennon ( One day at a time do LP Mind Games), Eric Clapton, Billy Joel e pelos expoentes do jazz rock, (Billy Cobham, David Sanborn) e do rock jazz, (Steely Dan), Michael Brecker, juntamente com o irmão, Randy, começaram em duo, na segunda metade dos setenta, como os…Brecker Brothers. A seguir, um passo em frente com os Steps Ahead, junto a Mike Mainieri e Steve Gadd. No início da década de oitenta, pode ser ouvido no álbum duplo de Pat Metheny, 80/81 e ainda no duplo ao vivo de Joni Mitchell, Shadows and Light, juntamente com a sonoridade incrível do baixo de Jaco Pastorius, cujos álbuns a solo, também apresentam o tenor de Brecker.
Apesar da marcada tendência jazzística do virtuoso, foi num solo de música pop que se me deparou, pela primeira vez, o interesse pelo nome. O disco ao vivo de Simon & Garfunkel, Concert in Central Park, de 1981, trazia A Heart in New York, composição de Art Garfunkel inserida também num disco desse ano ( Scissor´s Cut). Na parte final da canção, o solo de sax de Brecker, é imparável a emprestar o swing que a versão ao vivo não contém e lhe faz uma imensa falta. A diferença conduziu à identificação do som: Michael Brecker.
Algum tempo depois, em 1982, a sonoridade de Michael Brecker junta-se à do irmão Randy, e ainda à de Jeff Porcaro na bateria ou Larry Carlton na guitarra, em conjunto com o baixo de Marcus Miller, para um disco fundamental da década de oitenta: The Nightfly, de Donald Fagen. Um disco perfeito e de sonoridade luxuosamente subtil do co-criador de Aja, nos Steely Dan.
Na terceira vez que a sonoridade de Michael Brecker me chamou à atenção, foi numa banda sonora, um ano depois. Local Hero, de Mark Knopfler, vale pela guitarra e pelo sax tenor de Brecker, no título tema: Going Home.
Para ouvir em pop-rock o som de Michael Brecker, basta por isso recolher três ou quatro discos: Mind Games de John Lennon e o tema One day at a Time; Scissors Cut, de Art Garfunkel e o tema A Heart in New York; The Nightfly, de Donald Fagen e o tema Ruby baby e Local Hero de Mark Knopfler e o tema Going Home.
O resto pode ser ouvido nos Spyro Gyra e nos Step Ahead. Ou até no primeiro de Jaco Pastorius.
Quanto ao tema que não esquece, continua a ser A heart in New York, de Art Garfunkel. Neste caso, num excerto do concerto de 1981 no Central Park, a que falta precisamente o solo de sax de Brecker... e que nos faz falta.

Publicado por josé 23:51:00  

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