Só mais uma coisa...
segunda-feira, dezembro 04, 2006
A revista Rolling Stone, de Jann Wenner, na década de setenta, era uma pequena maravilha de arranjo gráfico, cobrindo quinzenalmente temáticas variadas, com base na cultura popular e destaque para a música. Autores de renome, a publicar escritos, eram quase regra. Fotos de luxo, a norma e a revista era para coleccionar. Foi o que fiz, até aos anos noventa.
Assim, em números como o assinalado, poderiam ler-se artigos extensos sobre o assassinato de Kennedy ( com análise detalhada do filme caseiro de Zapruder), o jornalismo de investigação de Seymour Hersh ( the toughest reporter in America) e…uma reportagem com entrevista, acerca de uma série de tv da época e do seu actor principal: Columbo. Em bónus, as ilustrações fotográficas de Annie Leibowitz.
A série de tv, Columbo, foi o prato forte das sobremesas televisivas, nas segundas feiras, em Portugal do início dos anos setenta. Arsène Lupin, McCloud, Columbo. Mesmo sem contar com Sherlock Holmes, já em 1973, McCloud e Columbo, foram as séries de culto de uma geração.
O actor de Columbo, na capa da Rolling Stone de 1975, tem agora 79 anos e anda por esse mundo fora a promover uma obra de memórias em modo autobiográfico, saída este ano: “ Just one more thing”, a frase de morte para descobrir criminosos no écran.
E foi por isso que Peter Falk ficou apanhado numa foto do L´Express da semana passada que abaixo se mostra.
Vem esta historieta a propósito da edição, em dvd, e em Portugal, da “primeira série completa", ou seja, todos os episódios da primeira temporada de Columbo, de 1971, passados na tv portuguesa, algum tempo depois.
Só mais uma coisinha…
A imagem da capa da R.S., vem a propósito-porque me faz lembrar- da foto publicada aqui há umas semanas atrás, num semanário, retratando um certo personagem, agora ilustre, em mangas de camisa,da Façonnable, mas em cor de rosa...
Fotos: Rolling Stone, de 24 Abril 1975
L´Express, de 30 de Novembro 2006
Publicado por josé 22:04:00
(e as bocas matreiras...quem era, quem era, que eu não vi)
":o?
Já que estamos de maré, tenho a dizer que eu comecei por conhecer uma francesa, esta mais virada para a música e para tudo o que gravitava à sua volta. Quando tinha que viajar de comboio, o peso do tempo de tal viagem era completamente abafado pela leitura dessa tal francesa: a Rock and Folk!
Pequenos e inesquecíveis prazeres…
(Depois de interregno prolongado, foi com curiosidade que a revisitei, faz para aí três anos.)
É a minha bíblia do rock. Desde 1974 até finais dos oitenta, em que me dei por vencido e convenci-me que o rock é uma música de repetição acelerada.
Mas o jazz ainda é pior, pelo que ouço coisas antigas para me lembrar de como era a qualidade sonora na música popular.
Se alguém me arranjar melhor do que Steely Dan, dos anos setenta, apresente-me que agradeço a novidade.
Se alguém conseguir mostrar sonoridade superior aos Byrds dos sessenta, mostre já para não se perder tempo com os Eagles.
Se alguém souber por aí de voos mais altos que o prog rock inglês dos setenta, nem tente mais: diga já que me submeto ao gosto.
É por isso que a Rock & Folk tem tudo o que é preciso. E ainda mais: tem uma escrita de uma qualidade superior, sempre e em todos os números.
Dois ou três autores até mereciam um artiguito aqui mesmo. Phillipe Manoeuvre e Phillipe Garnier, por exemplo.
E ainda podiam ficar mais na carta: Gentle Giant, King Crimson, Caravan, Soft Machine, Robert Wyatt ( um tipo que ainda hoje consegue ser comunista...ahahah) e alguns outros expoentes da música de chá, como é o caso de Brian Eno e dos Roxy Music da primeira época. Sem esquecer um portento de engenho da cançoneta musical acompanhada pelos melhores instrumentistas ingleses, que é Kevin Ayers.
Um dia destes se tiver tempo, elenco a nomenklatura régia do prog rock.
O meu destaque, tirando os Van Der Graaf de Still Life e GodBluff, vai todo para Gentle Giant.