Liberdade com condições

Abílio Curto, foi condenado em Maio de 1998, pelo tribunal da Guarda, pelos crimes de corrupção passiva e fraude na obtenção de subsídio, na pena de prisão efectiva de 5 anos e sete meses.
Abílio Curto era considerado então, o autarca modelo do PS, a "jóia da coroa" socialista nas autarquias. Fora detido em 1995 pela PJ. Em 2004, deu entrada na prisão. Saiu agora, a meio da pena e ao fim de cerca de dois anos e meio na prisão. Saiu em liberdade condicional.

Na altura da sua condenação, deu uma entrevista ao Expresso que na sua edição de 7.2.2004, a titulou assim:Na pág. 11 do semanário, Abílio Curto defendia-se dizendo que "nunca recebi dinheiro em proveito próprio" e ainda que "Há pessoas do PS e do PSD envolvidas, que espero revelar um dia". O envolvimento referia-se às então alegadas "motivações políticas pessoais e económicas em todo o processo, que visaram a minha destituição e o meu assassinato político".
Provavelmente aquele dia ainda virá longe ou nunca chegará mesmo. Mas os dois anos e meio de prisão, já ninguém lhos tira. E não consta que tenha declarado a intenção de accionar o Estado a fim de reivindicar uma indemnização por danos sofridos. Pelo silêncio, sobretudo. Aguentando a cabala do costume.

Publicado por josé 00:58:00  

2 Comments:

  1. james said...
    Um título bem bolado, mas inevitavelmente com dupla conotação: a do silêncio e do bom comportamento atestado em relatório próprio, homologado por magistrado, em conselho "técnico"...
    António Balbino Caldeira said...
    Raros são os marcados que falam. Sentem sempre que não podem cruzar a última linha de protecção que consiste em dizer mal do sistema, revelando nomes e factos.´Uma pena porque acabam por arcar com as culpas sózinhos, sem qualquer consolo posterior...

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