posições inadiáveis

Almoço em São Bento

Na passada 3ª-feira houve um almoço em São Bento. Anfitrião: o PM. Convidados: os ministros da Justiça e das Finanças e o PGR. O "prato forte" do almoço não foi qualquer espécie culinária (o Orçamento do Estado não o permite e estava lá precisamente o Ministro das Finanças), mas sim a "Operação Furacão". Motivo do almoço: a preocupação do Governo pela "imagem da banca".

Conclusão do almoço: necessidade de "investigar depressa e em força".

Tão insólita almoçarada (ainda que possivelmente frugal, face aos condicionalismos) deixa-me algumas perplexidades. Qual o exacto e preciso "interesse" do Governo na matéria? O que fazia o Ministro das Finanças no almoço?

Julgava eu que as recentes e unânimes declarações das mais altas figuras do Estado no sentido da necessidade de perseguição impiedosa da corrupção e criminalidade económica eram para levar a sério. Mas, à primeira grande investida nessa área, a reacção do Governo não é de incentivo à investigação, mas sim de "preocupação" com a imagem dos arguidos (tudo gente acima de toda a suspeita, aliás). E em vez de recomendar uma investigação profunda e profícua ("doa a quem doer", etc.), recomenda uma investigação rápida e em força!!!

Será que esses métodos são compatíveis com uma investigação que é certamente muito complexa? Estarão reunidas as condições para uma investigação que vá "ao fundo"?

Enfim, fico por aqui.

Eduardo Maia Costa, in Sine Die

Publicado por Manuel 18:54:00  

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