Isto é que é mesmo uma espécie de magazine

João Cravinho continua a sua porfiada investida contra o fenómeno da corrupção em Portugal.
João Cravinho, não precisa de provar nada, nem de se defender de nada, quanto a este assunto. Há anos que diz o mesmo e aponta caminhos para sair destas veredas de obscuridade onde nos encontramos, apresentando um fio de Ariadne.
Hoje no Público, transcrevem-se afirmações de João Cravinho de uma gravidade extrema e que só num país em anomia, adormecido, não servem de abertura de telejornais.
Diz que Portugal tem um grave problema de corrupção ao nível do sistema e que tal fenómeno levou à captura do Estado, por "grupos que hoje partilham a influência de determinados sectores".
Acrescenta que a gravidade de tal fenómeno não se circunscreve a qualquer pequeno grupo de pessoas delinquentes, mas é um problema de sistema.
E para ser ainda mais claro, acrescenta que esse fenómeno crescente com o advento da democracia, "favoreceu o tráfico de influência, a colocação de pessoas em pontos-chave do sistema e a fidelização de clientelas de vários partidos."
E não poupa as palavras para acrescentar que tal distorsão, c"compromete gravemente as instituições democráticas."

Aqui chegados, todos se poderão perguntar? Será mesmo assim? E afinal, se o for, onde se encontrará a cabeça do polvo?
Di-lo também João Cravinho: reside "entre grupos, de certos sectores da admninistração".
Que grupos de que administração? Continua Cravinho, procurando causas entre os efeitos. "são as autoestradas mais caras, talvez a saúde mais cara, as casas mais caras, tudo."

Num país pequeno como Portugal, em que as empresas de grande porte são poucas e com líderes conhecidos, tais afirmações deveriam provocar sobressalto democrático.
Provocam nada. Daqui a pouco, se João Cravinho continuar a insistir no assunto, ainda vira assunto de piada do Gato. Fedorento, quero dizer.

Publicado por josé 21:46:00  

3 Comments:

  1. Ljubljana said...
    "só num país em anomia, adormecido, não servem de abertura de telejornais"

    Esta é que é a situação verdadeiramente preocupante nesta questão toda. A nossa sonolência.
    Maria said...
    Depois deste escandâlo com o BES, é muito fácil acreditar no que João Cravinho diz. Afinal Portugal não passa mesmo de um país ao Norte de África.
    astrid said...
    Pergunta à GLQL:

    Cravinho foi Ministro das Obras públicas durante o Guterrismo.Mais de 6 anos.Devia ter, na altura, muito que contar. Agora?
    Está no desemprego e quer um tacho na entidade contra a corrupção.É um corropio.E a seguir vem a Entidade que supervisiona a entidade e por aí fora...
    Será que ele dentro do sistema, como esteve,tantos anos, não podia mecher um dedito que fosse?
    Ou o sistema autopurificou-se com a saída dele?

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