Post demagógico (1)

Já passou um dia desde a tomada de posse do novo Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, e ainda nenhum corrupto foi preso.

Publicado por Carlos 19:10:00  

3 Comments:

  1. Luís Bonifácio said...
    E esta vai ser a melhor altura, pois quando o "Pacto" for aprovado a "preventiva" não se pode aplicar aos Srs. Drs. Só aos pés descalços.
    Dr. Assur said...
    Temos muitas dúvidas acerca da pretensa falta de qualidades de Souto Moura.

    Como exemplo temos este comentário de Ricardo Costa no Diário Económico e que poderá ser melhor visualizado lá no Blog

    "Há uma insustentátevel leveza em todas as frases e actos do ainda Procurador Geral da República. A entrevista que deu ao “Sol” e as frases ditas na apresentação do seu livro (com o curioso nome “direito ao assunto”, o que só pode ser uma fina ironia), mostram um homem que faz o seu auto-retrato perfeito e que acha tudo normal.

    Penso que não vale a pena perder muito tempo em analisar todos os “casos” de Souto Moura, desde as frases surrealistas sobre Carlos Cruz ou Herman José (o célebre “pode ser”), até à incompetente decisão de colocar uma carta anónima de um louco no processo da Casa Pia (com acusações ao Presidente da República!) ou à diligente forma com que a Procuradoria acabou com a carreira política do líder do maior partido da oposição, numa investigação incontinente."


    Comentário: ao princípio chateava-nos ler tanto comentário ao envelope 9. Especialmente quando os diversos textos mais pareciam um concertação monocórdica. Mas analisando melhor, começam a divertir-nos. Manifesta-se Ricardo Costa Contra “a incompetente decisão de colocar uma carta anónima de um louco no processo da Casa Pia”. Ora se o jornalista tivesse o cuidado de ler a entrevista a Souto Moura, veria que a incompetente decisão não foi da responsabilidade do PGR. Como Ricardo Costa pode constatar na entrevista por ele próprio mencionada e, aparentemente não lida, Souto Moura afirma “esta carta nem foi o MP que a meteu no processo, foi o juiz de instrução”. Curiosamente Souto Moura também afirma “a campanha desproporcionada que depois se fez mostra bem aquilo a que estamos sujeitos”.

    Quanto ao "louco" que escreveu a carta …

    Continua RC" Mas o “envelope 9” merece ser analisado uma última vez. Souto Moura e muitas pessoas que trabalham na área da Justiça teimam em dizer que os oito meses que demorou a dar uma resposta ao Presidente da República são absolutamente normais.

    O argumento do PGR é este: não há processos de primeira, as investigações demoram o seu tempo, o caso era complexo e a PGR tinha que ter tudo pronto para descobrir eventuais acusados."

    Comentário: O argumento do PGR, que pode ser lido na página 33 do suplemento do SOL é “ao ouvir certos jornalistas falarem do caso, sou levado a pensar que nem o último comunicado leram. Claro que o inquérito acabou por durar oito meses – mas, como me fartei de repetir, a investigação do MP estava pronta em dois meses. Não tenho culpa que a defesa tenha interposto um recurso que só baixou do Tribunal da Relação no passado dia 13. Ou seja, em oito meses, seis não são da responsabilidade do MP. Sabem … não há pior cego do que aquele que não quer ver.”

    Continua RC "Só que não foi nada disto que Jorge Sampaio lhe pediu. Sampaio conhece a lei e sabe que um pedido dele não acelera um processo. Mas sabe que o Presidente da epública tem o direito (e o dever) de pedir explicações ao PGR sobre um processo que (uma vez mais) o envolvia directamente e divulgava centenas de números de telefone pessoais.

    O ex-Presidente queria, apenas, saber como é que era possível que uma folha de Excel ficasse à vista de todos num processo tão complexo. E a explicação para isso descobria-se (como se descobriu) em meia dúzia de dias e outras tantas diligências.

    Mas Souto Moura sabia que Jorge Sampaio nunca o poderia demitir: estava na última semana de mandato e as acusações de “vingança” do PS seriam difíceis de gerir para um Presidente em final de mandato. Com este calendário e com estas circunstâncias tudo correu nos célebres oito meses. Sampaio ficou sem resposta e o Procurador ficou com o lugar."

    Comentário: Se “Sampaio conhece a lei e sabe que um pedido dele não acelera um processo”, porque exigiu que as “averiguações estejam ultimadas a curtíssimo prazo”?

    Se “Souto Moura sabia que Jorge Sampaio nunca o poderia demitir” porque demorou oito meses a revelar algo que se descobriu “em meia dúzia de dias e outras tantas diligências”? Sem que a sua teoria tenha mais explicações por parte do seu autor (Ricardo Costa), ela não faz qualquer sentido. E para agravar ainda mais essa falta de sentido, o PGR estava desejoso de sair.

    E depois há este pequeno e delicioso pormenor que Souto Moura menciona na entrevista: “Cheguei a ter gente aqui às onze da manhã e sair de casa às 17 Horas e ainda estavam sentados no passeio, à minha espera. Vi-me pressionadíssimo. E quem não me largava a porta era quem depois me criticava por dizer coisas que não devia”.
    Zé "Prisas" Amaral said...
    Nem que passe um mês, um ano, um século, enquanto o sistema judicial se mantiver assim.

    Nós por aqui, com o pequeno "poder" do sub-mundo que existe em qualquer cadeia, também não "deixamos" castigar nenhum dos nossos.

    Fiz-me entender?

    Os nossos cumprimentos.

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