Arqueologia (já vem tarde, mas aqui fica)
domingo, outubro 08, 2006
Ad populum (fonte)
Manuel Maria Carrilho
«As teorias da conspiração são um eloquente exemplo de populismo.»
A BENGALA. SEMPRE achei intrigante a facilidade com que se brande a palavra «populismo» como uma acusação.
Afinal, trata-se de um termo que remete para uma das mais autênticas tradições revolucionárias do século XIX, sintetizando então as melhores esperanças da humanidade em grandes mudanças sociais e políticas. Termo que só começou a ter um sentido pejorativo quando entre as elites e o povo, entre as vanguardas e as massas, se insinuaram o iluminismo natural de uns (das elites e das vanguardas, claro) e a perspectiva da inevitável manipulação de outros (do povo e das massas, evidentemente).
Mas, mais do que intrigante, o que sempre senti como incómodo foi que o uso pejorativo deste termo dominasse com tanta frequência e inconsciência a linguagem, e a acção, de alguma esquerda, seja política ou jornalística. Como se fosse possível haver democracia sem povo...
Penso que ganharemos muito quando se conseguir falar dos problemas do nosso tempo sem o apoio da frágil bengala deste tão ambíguo termo. Para não dizer mesmo que a obrigação talvez seja a de lhe dar um outro conteúdo, mais afirmativo, à altura das suas origens históricas e que aposte mais na efectiva capacidade de transformação das coisas do que não se gosta do que, afinal, na sua vã e desconfiada diabolização.
O ARGUMENTO. Enquanto isto não acontece, não é mau compreender que, no sentido que vem sendo mais utilizado - e nos últimos dias isso tem ocorrido com frequência - tanto há populismo à direita como à esquerda, e que nesta sua acepção mais comum ele corresponde à utilização do que na gíria argumentativa se designa como o argumento «ad populum».
Este argumento consiste sempre, seja qual for a sua forma concreta, no recurso emocional a sentimentos considerados básicos, primários, com o objectivo de suscitar adesões e caucionar conclusões que nenhum raciocínio ponderado sustenta e que nenhuma prova acompanha.
Ou seja, à falta de evidências concretas e de bases racionais, vai-se pelo apelo afectivo e pela vereda imaginária: e é aqui, na sua raiz, que o chamado populismo se encontra com o espírito demagógico e com os tiques da intolerância.
É por isso que as teorias da conspiração - que aludem mas não mostram, insinuam mas não provam - são, em geral, um eloquente exemplo deste populismo, com consequências políticas tanto mais devastadoras quanto menos consciência se tenha deste seu potencial. Como nos últimos dias se tem podido observar com nitidez, às vezes há bem mais populismo em quem o denuncia do que nos que são visados pela denúncia. E quando assim é, a confusão só pode aumentar.
A CRISE. Por tudo isto, é pena que os portugueses não leiam mais António Damásio. Não só porque ele é um dos cientistas portugueses mais respeitados no mundo pela suas contribuições para a compreensão da mente humana. Mas sobretudo porque se lhe devem achegas determinantes para desmontar a ilusão racionalista que, erradamente, tanto marca ainda hoje a visão comum do mundo, em domínios como a ciência ou a filosofia, a arte ou a política.
A ideia central de Damásio é a do decisivo papel das emoções no funcionamento da mente humana, inclusive no que normalmente se considera a sua actividade racional. As emoções, para ele, não são uma fase, ou algo que se deveria superar num suposto uso superior da razão, mas o que inspira e atravessa sempre a actividade mental em toda a diversidade das suas expressões.
A vida política ganharia muito com a compreensão destes dados. Sobretudo se a combinasse com uma nova inteligência do papel dos «media» na vida do nosso tempo, que não os reduzisse às empobrecedoras dimensões da propaganda e da manipulação, atribuindo-lhe, sempre que há crise, todas as dificuldades.
É que as crises não acontecem «por causa dos ‘media’»: elas apenas ocorrem «nos ‘media’», sobretudo quando há palavras que ficam sem mundo, sufocando a pouco e pouco os que as usam, e quando o mundo procura as suas palavras, e quem, finalmente, as diga.
Expresso - 25/10/2003
Publicado por Carlos 01:18:00
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O exemplo escolhido é perfeitamente infeliz. É tão absurdo falar-se em teoria de conspiração como em teoria de contra-teoria de conspiração.
A única coisa que o jornalista devia fazer era investigar os factos.
Como não investigam, atiram contra-teoria de conspiração, para cima da teoria de conspiração.
E a usarem os blogues como megafones
O melhor é aguardar mais um pouco, para ver se percebo.
Por isso é que às vezes também me rio com aquela barreira fictícia entre quem "está dentro da blogosfera" e quem está fora.
Estamos todos ligados. O browser até abre várias páginas ao mesmo tempo. Esta e a do DN, por exemplo.
"É por isso que as teorias da conspiração - que aludem mas não mostram, insinuam mas não provam - são, em geral, um eloquente exemplo deste populismo, com consequências políticas tanto mais devastadoras quanto menos consciência se tenha deste seu potencial. Como nos últimos dias se tem podido observar com nitidez, às vezes há bem mais populismo em quem o denuncia do que nos que são visados pela denúncia. E quando assim é, a confusão só pode aumentar."
Seja para levar à letra, seja como metáfora, a verdade é esta- à falta de factos não é por contra teorias de teorias da conspiração ou o inverso que se adianta alguma coisa.
O problema do jornalismo é recorrer a estes "bordões" de manipulação para desinformar ou levar a àgua ao seu moinho.
Ficiona-se com argumentos de tragicomédia.
Por acaso, o meu computa até é sufientemente potente. Estava a lê-lo em 3 registos diferentes. Um em "papel" outro em blogue; e outro em citação de opinião de outro blogue.
Estas coisas são assim. Muito engraçadas. Não funcionam pelo "dentro e pelo fora". Funcionam por camadas.
A questão que coloca do jornalismo é outra.
O texto fala de populismo, de jornalismo e de teorias da conspiração. E eu comentei-o.
Suponho que não escolheu o texto do Carrilho por qualquer facto de fim-de-semana.
Ou foi? se foi facto de fim-de-semana não se entende. A mim parece-me mais uma citação metafórica a "completar" outras opiniões mais actuais. Outras teorias e conspirações ou contra conspirações.
Se assim não é. Se o Carrilho vem ao caso por algo de concreto em que ele é o visado, diga-me.
Está explicado?
Eu comentei assim, pela mesma razão. Porque sim. Porque me apeteceu.
Qual é a crise?
Também achei giro o texto. E ainda mais giro quando se está a ler outros textos que o Carlos também escreveu porque lhe apeteceu.
Estamos entendidos?
Estamos entendidos
E também o considero um bom exemplo de fossilidade arqueológica.
Pelos motivos que adiantei logo no meu primeiro comentário. O que importa são os factos. Não são as teorias.
Que há então de errado com os meus comentários. Até parece que estamos os 2 em sintonia.
Ambos notámos que, em teoria, é muito fácil falar de populismo de teorias de conspiração. Mas, quando os factos nos tocam, não é com teorias que nos safamos. As teorias tanto "limpam" como "sujam". O que interessa é o que lhe fazem aos factos no meio delas.
Pela minha parte até penso que este exemplo poderia servir como “case study” dos meios de informação que temos à nossa disposição.
Não refiro o caso que não foi postado no blogue por mera coerência ética da minha parte.
Se não foi postado só o poderia comentar no seu próprio local.
Engraçado é que o local onde foi escrito não permite comentários nem que se tirem dúvidas. E dúvidas e tentar perceber esse texto é coisa que não falta.
Ao contrário. No único local onde se pode comentar, a escolha de texto é “filosófica”. Não se refere a nada em concreto- apenas a teorias da conspiração e populismo, pela boca de um filósofo.
No entanto, basta seguir o fio aos 2 textos e vê-se qual é que é replicado.
Não é o filosófico aqui da Grande Loja, é o factual qeu o mesmo autor escreveu noutro local.E que tanta coisa teria para se explicar e entender.
Para que serve então a comunicação directa com os jornalistas?
Não sei.
Neste caso, por via da tal coerência ética da minha parte, não me serve para nada. O que gostava de perguntar não posso.
........
No entanto, se tiver pachorra, loo à noite posso deixar o feed back das "leituras" que vão sendo feitas do tal texto bem presente com factos que não se percebem e que nos podiam esclarecer outra coisa bem mais importante:
a busca da verdade ou a da mentira
P.S. - Zazie, tem o meu email, disponível no profile, à sua disposição. Envie o que achar por conveniente que eu leio e respondo. Não sou autista. Não tenho nenhum problema em discutir as coisas.
(Vejam como sou democrático e estou aqui, enquanto tenho tempo, a discutir as coisas)
Não se trata de mim. Não sou vedeta. Agradeço-lhe a disposição do mail mas a dúvida acerca da outra notícia serviu apenas de exemplo do modo de funcionamento da informação ente jornais e blogues.
Eu não citei a notícia aqui pelo facto do blogue não ser meu.
Se o Carlos tivesse achado pertinente tinha-a postado. Fosse igual fosse noutro formato.
E depois podia haver perguntas e debate e tira-dúvidas.
Mas a sua escolha dirigiu-se para um post que considera gratuito e nada a propósito de nada, incluindo os itálicos.
Assim sendo, a opção não é da conta dos leitores mas dos que têm como profissão informá-los.
Se alguma coisa coloquei em causa foi este critério.
Se quisesse, bastava-me fazer um post com a outra notícia que não entendi e esperar que alguém se dignasse informar-me.
A única diferença é que não sou jornalista. Neste caso estou precisamente em pé de igualdade com qualquer leitor de jornal que por acaso também costume usar a net e ler blogues.
O "case study" a existir está aqui.
Falamos em directo com quem nos informa mas apenas acerca daquilo que é escolhido para se difundir.
........
Quanto ao resto é mesmo assim: não percebi nada e falei com mais pessoas que leram o jornal e que perceberam tanto como eu.
Niente. Nem a história nem onde está a mentira.
1 - Em janeiro, Souto Moura disse no parlamento que as disquetes foram analisadas no PJ e ninguém viu nada. Em Setembro, diz que ninguém mexeu nas disquetes e o que foi pra PJ foi um CD.
2 - No comunicado, é dito que ninguém tocou nas disquetes. O que eu digo no texto é que uma foi "tocada" e é após o "toque" que é pedida mais informação. E, como refiro, as diquetes foram para o tal envelope 9 a 26 de Junho de 2003.
Isto não quer dizer que os magistrados ou alguém tenha visto os outros números.
E adianto que antes de escrever o texto, pedi um esclarecimento por e-mail à PGR, dando conta dos dados de que dispunha. Não obtive resposta. Portanto, não posso ser acusado de má fé, má vontade ou que que quer que seja.
Para quem comprou o DN em papel (o txt não está disponível na Net), por debaixo do txt do Envelope, há outro que diz respeito a um caso relatado pelo DN em Maio. A resposta que obtive da PGR é surreal. E lá fiz a notícia, sem conspirações, má vontade ou o que quer que seja.
Se "tocar" nisto é devassar privacidade de mil e uma pessoas que não têm nada a ver com o caso e de segredos de Estado, então o primeiro a ser preso devia ser o carteiro.
À parte este pequeno detalhe da qualidade de "toque" que fizeram às danadas das disquetes, falta saber-se se quantas existem no processo. E se a sua existência está conforme ou se foram desvirgindadas e quem foi o fetichista
A notícia nem sequer prova que a informação anterior foi feita por disquete. Apenas tem como fonte um pedido de facturação e um envio de facturação.
E nada disso tem qualquer carácter de ilegalidade.
Mas, se a ideia é ir para além do envelope9, partindo do princípio que muito mais coisas escondidas e devassadas hão-de estar nos processos, nem sei porque não alvitram uma outra coisa: que a partir de agora se institua uma comissão mediática para inspeccionar todo o tipo de provas recolhidas em qualquer investigação.
Assim talvez houvesse mais garantia de vivermos num Estado de Direito.
Essa do NY Times...podia ter arranjado exemplo melhor...
Li os comentários e não concordo com muita coisa. Mas, por muito que goste da troca de impressões, sobretudo quando o interlocutor tem uma visão aparentemente oposta, penso que podemos estar aqui até aos 100 comentários e não vamos a lado nenhum.
Aliás, esta deve ser a primeira vez que discuto um txt do processo da Casa Pia, mas chega-me para perceber que é um assunto que a opinião sobre determinda situação depende do que se acredita sobre o processo no global.
Bem...o melhor é descontrair colocando uma foto gira no queijo.
Se fosse comigo, no caso de ter escrito alguma coisa que não se entendesse, limitava-me a explicar. Não ia interrogar todos os leitores acerca de uma qualquer "visão geral" que ultrapassava o caso.
Chama-se a isto justificar o que se escreve.
Caso contrário, o seu argumento é válido apenas em sentido reflexo: "não explico porque parto de um pressuposto".
E, sinceramente, se assim o pensasse, até nem lhe dava crédito para levantar a questão mediática do texto do blogue/versus texto do jornal.
Nem referi em concreto a notícia. Fiquei à espera que alguém fizesse.
Se serve a busca da verdade ou a da mentira.
O exemplo que foi buscar do Carrilho é até muito útil.
Mas agora até estou com dúvidas se o lemos da mesma maneira.
O Carrilho escreveu em 2003 um texto abstracto sobre teorias da conspiração.
Recentemente, no seguimento das eleições para a CML escreveu um livro onde denuncia sabotagens mediáticas à sua campanhapor via de interesses económicos.
Para se saber se isto é verdade ou mentira temos apenas os factos enunciados.
Nunca poderemos saber mais nada contrapondo-lhe outra teoria.
A verdade está para além dos pressupostos de maquinações que existem nas coisas. Dar-lhes mais importância é apenas sintoma de que não se dá qualquer valor à verdade dos factos. E então, nem sei para que se perde tempo com eles.
que diabo: se só existe um caso de denúncia no tal envelope 9 porque raio é que se tinha de responder com toda a traquitana que esteja guardada?
E até fui mais longe- pelo pequeno texto apresentado nem se depreendia que tinha sido cassete- quanto mais do rol da denúncia do envelope em questão.
Acho que ninguém sabe ao certo quantas disquetes, CD's e afins estão no processo.
Eu não parto de nenhum pressuposto, apenas fui ler o comunicado da PGR, que diz que nenhuma disquete foi analisada (só assim se saberia se o conteudo era a partir de 2001 ou não), eu encontrei uma que, de acordo com o teor do ofício, foi. Se alguém mexeu, é crime? Eu acho que não, mas a questão é: pq não se explica tudo? Caramba! Também se comete algum crime em explicar? Custa muito?
Depois, em Janeiro o PGR disse que as disquetes foram analisadas. Em Setembro diz o contrário. Teoria da conspiração? Onde? Apenas uma exigência de alguém explicar as coisas de forma clara.
Por exemplo, estando o processo em julgamento, portanto não sujeito a segredo de justiça (com excepção de matéria da vida privada e identificação das vítimas), a PGR cometia um crime colocasse on-line toda a documentação sobre o caso do Envelope )???? Logo em Janeiro a seguir às primeiras notícias? Isto prejudicaria o inquérito-crime, entretanto aberto?
Regressando ao princípio? Há mais disquetes do paulo pedroso espalhadas noutros apensos do processo? Sinceramente não sei. Mas se as há, o melhor é ver urgentemente o contêm. Será que isso foi feito?
Por acaso vi-o pela tv. Não tinha qualquer inclinação nem de simpatia nem de partido nem absolutamente de nada em relação ao Carrilho. Mas, não deixou de ser curioso como os argumentos dos responsáveis dos media e do JPP se entrincheiraram precisamente aí- “ à sim, se não queres ser lobo não lhe vestisses a pele” Queixas-te de te terem usado por venda a outros interesses mas tu é que os compraste para venderes os teus” E por aí fora. Ninguém se lembrou de querer saber se fulano ou sicrano usou, de facto, os media para salvaguardar interesses de especulação imobiliária.
Imagino que este pequeno detalhe não interessaria para nada se o mundo apenas se dividisse entre quem é do PS ou do PSD ou quem alinha por esta ideologia ou pela oposta.
O pequeno detalhe que pode escapar a quem vê assim o mundo- com tudo já traçado à partida para determinada “visão que se tem” ou julgamento geral que já se fez, é que também há gente de carne e osso que ainda pensa que combater as falcatruas é mais importante que os votos que x ou y partido ganham em troca.
O exemplo é absolutamente válido para o “outro” caso em questão. O tal que não vem no post.
È assim, ainda há carolas interessados apenas na verdade.
Alguém da PT lhe informou de quantos pedidos foram no total feitos pelos investigadores ao longo de todo o processo?
Alguém da PJ ou da Procuradoroa lhe informou se guardaram tudo num único envelope amarelo que um advogado passou para os jornais? O tal nº9.
Alguém lhe explicou que toda a facturação ou chamadas referentes a uma pessoa do processo foram passadas para as 5 disquetes mesmo que tivessem sido enviadas em papel? E depois tudo copiado para um cd?
Só não lhe pergunto se também contaram que quem matou foi o mordomo, porque aí já me parecia demais
Diga-me lá: qual a razão para que em Janeiro essas questoes que coloca, e outroas, não tiveram uma resposta não digo imediata, mas breve?
Sabe pq? Pq em Portugal ninguém está habituado a prestar esclarecimentos claros. É tudo segredo...
Está a ver....Diga lá que, após a primeira notícia do Envelope (em janeiro) não gostava de ter visto uma resposta a essas suas dúvidas. Eu tb.
Então o Carlos ficou ou não ficou a saber para poder escrever a notícia.
O título é mais ou menos claro. Diz que afinal havia mais uma que foi investigada. Ainda que a seguir coloque o ponto de interrogação. Depois dá exemplos do ofícios pedidos e de informação enviada. Incluindo uma alteração de telefone por via de alteração de morada.
Pergunto-lhe: quem lhe disse isso, lá na PT, também lhe explicou que enviaram a tal mudança de telefone em disquete e com o engano de ir o maralhal todo com telefone à borla por ser do Estado?
Contaram ou não contaram?
Porque, a seguir, o Carlos conta que as do envelope foram "à inspecção" e houve garantia que não descobriram nada; mas há notícia falsa porque houve mais uma que escapou à "inspecção" e também podia estar contaminada.
Foi isto que escreveu. Apenas lhe perguntei coisas bem concretas- contaram ou não contaram; ia em disquete ou foi folha de papel com tudo certinho e apenas relativo ao sujeito do processo?
E vou responder
1 - Ninguém da PT me diise...A informação de que houve uma mudança de titularidade do nº de telefone consta de um oficio enviado pela PT ao MP que está no processo.
2- Não fui que contei que as disquetes do Envelope 9 foram à inspecção. Foi o próprio PGR que o disse em Janeiro no Parlamento. Veja os jornais dessa altura e veja a nota da PGR de 22 de Setembro.
Eu digo que há uma disquete do processo que foi analisada pq há um ofício do MP à PT a dizer que a disquete só tem dados a partir de 2001. E pede até 1998. Ou seja, para se saber isto é preciso abrir os ficheiros. Estou errado?
É óbvio que não escrevi o texto supondo a existência de ofícios. Li-os.
E continuo a dizer: se, como já se equacionou por aqui, a tal disquete de que falo não foi pro tal 9, então ´no processo há mais uma disquete que pode ter dados de tráfego de outras pessoas. Isto foi verificado?
Ofício da PT (10 de Abril de 2003):
"(...) junto enviamos uma disquete contendo facturação detalhada do telefone 21xxxxxxxxx"
Resposta do MP (14 Maio 2003):
"Apesar de através de V ofício nos ter já sido remetida disquete contendo facturação detalhada e identificação dos titulares do telefone 21xxxxxxx, a mesma apenas contem dados a partir do ano de 2001, pelo que se solicitam os seus bons ofícios no sentido do forneceimento de todos os elementos disponíveis a partir de janeiro de 1998"
agora já nos percebemos um pouco mais.
Resta esta sua dedução: "Eu digo que há uma disquete do processo que foi analisada pq há um ofício do MP à PT a dizer que a disquete só tem dados a partir de 2001. E pede até 1998. Ou seja, para se saber isto é preciso abrir os ficheiros."
Porque é que para se saber era preciso abrir os ficheiros? Uma disquete não pode vir com informação escrita, incluindo no papel de identificação do conteúdo onde se diz que contem x coisas? tipo- dados de facturação a partir de ano de 2001?
Parte-se do princípio que alguém envia uma disquete sem etiqueta a identificar o conteúdo?
Ou uma envelope com cassete sem dizer o que vai?
Isto pode ser uma pergunta ingénua. Mas colocou-a?
agora está-me a dar vontade de rir, porque é verdade que a blogosfera é uma coisa muito gira e muito livre.
Há uns tempos esta notícia saí no jornal e lia-se e mais nada. Quem fosse mais curioso telefonava a qualquer amigo que pudesse ter nos jornais e perguntava-lhe se tinha entendido mais alguma coisa ou se o jornalista tinha contado algo.
Agora é bacano, pergunta-se ao próprio.
E o Carlos está a ser uma simpatia por não se armar aos cucos ou com má fé e já respondeu.
E aí não há volta a dar e é impossível vender a ideia que ha´contradição.
Ou se sabe quantas cassetes e suportes de facturações existem no processo ou apenas se pode falar daquilo que se afirmou. Que havia material com nomes de pessoas do Estado, de segredos da Pátria que tinham sido devassados e espiados.
Foi esta a notícia e a isto é que também não vejo que agora se diga: mentimos.
Com a informação que possuía não tinha material para afirmação tão categórica.
É só pra dizer que eu não me importo de discutir o que escrevo. Leio as críticas e tento rebate-las. Aliás, e isso dava tema para outra conversa, os blogs desempenham um importante papel no escrutínio do jornalismo. Com calma, serenidade, como foi durante o dia de domingo.
Abraços
ehehhe
e depois a malta é que é desconfiada e tolinha
":O))))
Vou-me queixar ao sindicato
":OP
ehehhe
teasing...
teasing...
Porém, a minha dúvida mantém-se: esta disquete contém ou não facturação do PP? Se contém .....