Glu glu

Por notícia do Público sabe-se que o prestimoso e inestimável Google, permite agora rebuscar nos arquivos de alguma imprensa mundial e rever em forma digital o que ficou escrito sobre o tempo que passou.
O Público de hoje, traz ainda um interessante artigo de José Pacheco Pereira, sobre a inefabilidade da actual distinção entre “esquerda-direita”, deixando aberta uma ampla janela sobre a predominância do discurso de “esquerda” durante anos e anos no nosso país que verdadeiramente nunca teria sido bem contestado.
Aponta o exemplo do jornalismo do Independente ( ameaçando com um próximo artigo sobre o jornal e que se espera com a expectativa de se saber já tudo o que vai dizer...) como paradigma de um equívoco: em vez de se ter inaugurado aí o discurso da nova direita, assistiu-se a um estendal de populismo, com mistura espúria de “justicialismo”. Mesmo insistindo nesta palavra, sem significado adquado, a análise afigura-se de algum interesse e propícia a relançar discussões que em Portugal poucos se dispõem a fazer nos media genéricos.
O assunto não é novo e um dos pensadores mais notáveis desta temática, Norberto Bobbio, já há muito o tinha dito: a distinção, agora, só mesmo por afectividades electivas. E para concretizar, acrescentou uma afirmação genérica:
"Acho que o político de esquerda deve ser de algum modo inspirado por ideiais, enquanto o político de direita lhe basta a inspiração dos interesses: aí reside a diferença."
Este tipo de delimitações de campo, deve ser música para o ouvido da esquerda clássica, a dos ideiais do Homem Novo e dos Amanhãs a cantar.
E especificando mais um pouco, acha o já desaparecido intelectual, que hoje, numa sociedade complexa, os problemas políticos devem resolver-se na contingência e na conjuntura, embora se coloquem sempre os problemas da finalidade ideal. E será nessas metas de idealização que reside a identidade da esquerda actual que deverá ter sempre presente o ideal da igualdade, da liberdade e do bem estar.
Com base nestes critérios interessantes e já debatidos, um artigo da revista Time de 4 de Outubro de 1968, acessível pelo fantástico Google, em pleno período do nosso “fascismo” segundo a visão histórica de muitos que escrevem e pensam e que geralmente escolhem o lado esquerdo das afinidades.
Ao ler agora o artigo da TIME, pode espantar alguns como nem uma única vez se menciona a palavra mal dita –“fascismo”- sendo certo que era então que a mesma poderia ser pronunciada com algum efeito, como agora o é, na revisita histórica que alguma esquerda faz ao passado e que alguns querem preservar nas memórias inventadas.
Já no rescaldo de Maio de 1968 e em plena evolução de costumes, nas artes e letras populares, a TIME, classificava o regime de Salazar como “Conservador”, associando-o à figura do ditador, católico, correcto e conservador. Tal como Caetano, aliás.
E que vai de acordo com a definição de Bobbio…sobre a direita e a esquerda na política.

"For a long period, the country grew accustomed to being governed by a man of genius, but from now on it must adapt itself to being governed by men like other
men." With those words, Marcello Caetano, a longtime associate of Portuguese
Dictator Antonio de Oliveira Salazar, last week became Premier of Portugal, ending 36 years of Salazar rule.
Even as the new Premier was sworn in, Salazar, the victim of a massive stroke, clung to life. But the 79-year-old dictator had been in a coma for ten days, and his doctors had informed President Americo Deus Rodrigues Tomás that he would never recover sufficiently to resume office. Faced with a serious drift in government affairs and rumors that the military might step in, Tomás finally called on Caetano to form a government.
Caetano, 62, is a Lisbon law professor and, like Salazar, he is conservative, correct and Catholic. As such, he is acceptable to Portugal's influential generals and businessmen. But in some respects, Caetano presents a sharp contrast to Salazar. He is married and has four grown children; the former Premier is a withdrawn, painfully austere bachelor. Salazar almost never journeyed beyond Portugal's borders and has equally circumscribed intellectual horizons; Caetano has traveled widely, speaks French, reads English and has a continuing interest in cultural and intellectual developments.
In his first policy statement, the new Premier promised both fidelity to the Salazar legacy and a new direction for the nation's life. "The great danger for pupils is
always to do no more than repeat their teacher," he said, "forgetting that a
thought must be living if it is to be fruitful. Life is a constant adaptation."
In defense of his teacher's leg acy, he began by reappointing all the important
Ministers in Salazar's Cabinet to their old posts. And he reaffirmed his predecessor's basic policies of holding onto Portugal's colonies and keeping dissent well under control at home. But at the same time he said that his regime would seek greater communication with the people. He did not elaborate on what form that communication might take, but Portugals' long-oppressed liberals dared hope that it might mean a relaxation of the rigid press censorship that has stifled free expression in Portugal for decades.
From the Oct. 4, 1968 issue
of TIME magazine

Em tempo:

Continuando a busca pelos arquivos da TIME, deparamos com um artigo mais antigo, de 17.11.1961, a propósito de eleições em que a União Nacional era o partido único.

Mesmo nesse artigo, em que se explicam os acontecimentos da época e se escreve preto no branco sobre o regime ditatorial de Salazar, não se consegue ler a palavra mal dita, a não ser por referência da "Oposição Democrática" que abrangia um leque alargado de referências políticas da sociedade portuguesa de então, passados que eram pouco mais de uma dúzia de anos sobre a II Guerra Mundial e o fim dos fascismos verdadeiros, na Europa.

Um excerto do artigo:

To the Bitter End. At stake were the National Assembly's 130 seats, traditionally reserved every four years for members of Salazar's rubber-stamping National Union. They were contested this year by an articulate cross section that was known informally as the "Democratic Opposition" and ranged from monarchists to socialists and old-guard liberals, disenchanted doctors and lawyers to army and navy officers. The opposition platform, which the government labeled unconstitutional," called for democratic rights, economic progress and an enlightened colonial policy. But the opposition's main target was 72-year-old António de Oliveira Salazar, for as one candidate exclaimed: "The government's only hope is that Salazar is immortal. Like Hitler and Mussolini, this regime is holding out to the bitter moment when all crashes about it."
While Salazar's regime is benevolent compared to the Nazis or Fascists at their worst, the government nevertheless arrested many prominent opponents before the start of Salazar's 30-day campaign period. A dozen more were jailed for signing the opposition's manifesto.

Temos assim a revista TIME, numa viagem no tempo, a lembrar que nos países ocidentais, nos anos sessenta, de brasa e de mudança, ninguém se lembrava de apodar o regime de Salazar de fascista, tal e qual. E no entanto, não se mediam as palavras para o classificar como de ditadura, denunciando a opressão política, a repressão das oposições e a censura.Sem papas na língua, salvo seja. Mas sem langue de bois, é preciso que se diga também.

Foi por isso que em 1975 a mesma revista TIME, colocou em destaque os obreiros do PREC. Assim:

Publicado por josé 12:42:00  

36 Comments:

  1. formiga bargante said...
    Meu caro José

    Para contrapor ao seu

    "Ao ler agora o artigo da TIME, pode espantar alguns como nem uma única vez se menciona a palavra mal dita –“fascismo”- sendo certo que era então que a mesma poderia ser pronunciada com algum efeito, como agora o é, na revisita histórica que alguma esquerda faz ao passado e que alguns querem preservar nas memórias inventadas".

    o meu

    "However, the Socialists led by Mario Soares, himself briefly a communist in the days when they were the only active opposition to PORTUGUESE FASCISM..."
    in:times online 13.6.2005 - obituaries - álvaro cunhal

    Será que o insuspeito TIMES também embarcou na cabala que pretende ligar a ditadura portuguesa ao fascismo através das "memórias inventadas"?

    Cumprimentos
    e-ko said...
    jose,

    E depois ? aonde quer chegar ? Outras imprensas internacionais foram chamando, a coisa, de ditadura "fascisante". E depois ? o que é que isso muda à realidade daqueles tempos sérios e incertos ?
    Tem saudades ? Eu não, embora também não jubile com a realidade actual...
    josé said...
    Onde quero chegar é a um ponto não muito distante da realidade que tivemos e do que dela quiseram e querem fazer, os activistas das memórias inventadas.

    O ponto nodal de todas estas prosas sobre a nossa história recente, não é rever factos ou apresentar versões dos mesmos.
    O ponto é salientar que o uso da linguagem, generalizado ao uso corrente que dela fazem jornalistas e alguns pensadores de crónica posta, condiciona as ideias que podemos ter sobre os factos e fenómenos sociais.

    Quem nunca viveu os anos de Salazar e Caetano e se limitar a ler e condicionar pela leitura de autores de esquerda clássica, fica com uma visão deturpada da nossa realidade.
    Quem se guiar pelos artigos e opiniões dominantes nessa imprensa de época, falha uma outra maneira de ver as coisas e que me parece mais consentânea com a realidade.

    O fascismo nunca existiu?
    Existiu, mas em Portugal, do modo como o querem pintar, não existiu.
    E é esse logro que me permito denunciar.
    Neste postal, mostrando como nos anos sessenta, a TIME, via com um rigor de linguagem que me parece notável a nossa sociedade da época.

    Se quiserem continuar a chamar fascista ao Salazar e ao Caetano e aos regime que sustentaram, popdem continuar a fazê-lo.
    Mas isso será como apelidar de "democrática", a República da Alemanha de Leste...
    E a verdade é que até trazia o rótulo colado...
    zazie said...
    e viva o fantástico Google! glu glu...

    ahahhaha

    o José está mestre na ironia

    (mas olhe que quem vive de palavras fica sempre desconfiado e trata de mandar para o Índex quem não se actualiza...)
    zazie said...
    atento,

    tem aí atrás um post sobre o assunto. Basta lê-lo. Não vale a pena perguntar tudo de novo quando isto já foi escrito e debatido aqui na GL.
    Cosmo said...
    Gostei muito da distinção desse senhor Bobbo entre esquerda e direita: os "boa gente, com ideais" (esquerda) e "os sacanas dos interesseiros" (direita).
    formiga bargante said...
    Meu caro José

    Só mais este comentário, e depois "vou à vida".

    "Neste postal, mostrando como nos anos sessenta, a TIME, via com um rigor de linguagem que me parece notável a nossa sociedade da época".

    Li com muita atenção os artigos da TIME e, honestamente, não vi lá retrato nenhum da nossa sociedade naquela época.

    Na época (anos 60), Portugal era um país rural, religioso e analfabeto, que começava a dar os primeiros passos, tímidos, na industrialização.

    Sobre este Portugal não vejo qualquer referência na TIME.

    Ou o seu conceito de "sociedade" aplica-se a alguns extractos burgueses e operários de Lisboa e Porto?

    Quanto aos dois últimos parágrafos, meu caro José, desculpe que lhe diga que são de muito mau gosto.

    Muita, mas mesmo muita gente que defende que a ditadura era fascista, não pode deixar de se indignar com a "colagem" que lhes pretende fazer de "defensores" da "democrática" Alemanha de Leste.

    Em Portugal existiu uma ditadura, fascista, e a Alemanha de Leste nunca foi democrática, este é o ponto.

    Quanto ao mais, meu caro José, parece que a direita nunca mais se liberta do trauma de ter apoiado Salazar e Caetano.

    Já vai sendo tempo !
    e-ko said...
    A verdade veio ao mundo pela voz do "Time" do tempo da "guerra fria", para não dizer da Maria Cachucha... mas ouve imprensa que disse outras coisas, na mesma época.
    Há historiadores. Nem só o jornalismo "isento" do Times, duma América que vivia na paranoia do comunismo, conta, para "nos" esclarecer sobre o que o regime de Salazar era ou não era, que grandes diferenças existiam entre o nosso fascismo e o fascismo de italiano do "Duce" ? eles tinham camisas pretas e por cá tínhamos camisas verdes, o "Duce" teve um passado socialista e a Itália teve um regime económico liberal nos primeiros anos desta época, passando mais tarde a num corporativismo indesmentível, o "paizinho" - que o Cerejeira tenha lá a sua alma - surgiu por entre as couves de Santa Comba e em 1933, catrapuz, lá tinhamos o corporativismo às costas, ainda existem resíduos perigosos dessa época...
    A grande diferença notória está no facto de que o italiano usou e abusou do culto da personalidade e apertou algumas vezes a mão do Hitler, ao passo que o "paizinho" era discreto e cinzento e só deve ter falado ao telefone com o tradutor do Hitler, se não foi o inverso...
    Verdade, há só uma, rádio Moscovo não fala verdade, já dizia o "paizinho"...
    josé said...
    Embora a Formiga já tenha ido pelo carreiro, vale a pena reler o artigo da TIME que me parece notável.

    Em certa passagem da pág 2, diz assim:

    "Despite increased support from many Portuguese who approve Salazar's ruthless suppression of the Angola revolt, the regime's unpopularity showed itself in the crowds that queued for admission to opposition meetings and showered even the most pedestrian speakers with wild applause. Under the dour eyes of police at Lisbon's dingy old Republican Center last week, they chorused "Down with fascism" as candidates denounced government "terrorism" in Africa, Portugal's "medieval" police state and meager living standards (per capita income: less than $200 a year). Said one opposition leader: "We are being forced to live on a little island while others march forward. We are being operated like a private farm."

    O artigo não pretende nas suas duas páginas, fazer uma análise neo-realista do nosso país, à semelhrança do que poderia acontecer com a descrição do Portugal dos anos 40.
    Mesmo assim, é um artigo que nunca passaria na censura, se a ela fosse submetida.

    Alguém pode dizer se a TIME seria revista proibida em Portugal em 1961, altura do começo da guerra no Ultramar e altura em que Kennedy nem sequer era apreciado por cá?

    É de notar que a revista citou "down with fascism", e não escreveu essa mesma apreciação como se subscrevesse a afirmação.

    É isso o jornalismo de qualidade, parece-me.
    Quanto ao TImes...bem quanto ao TIMES de Londres, é o TImes de 2005, não é?!

    E o de 1961? E o de 1975?
    Vá pelo carreiro que as formigas querem-se disciplinadas e ordeiras, avessas à dissidência e à liberdade de movimentos fora do carreiro.
    formiga bargante said...
    Meu caro José

    "Para uma análise neo-realista do nosso país"

    1- População activa no sector primário em 1960 = 43,9%
    2 - População activa no sector secundário em 1960 = 29,1%
    3 - População activa no sector terciário em 1960 = 27,0%
    4 - Durante os anos de 60 e até 1973, emigraram cerca de 1.400.000 portuguêses para países estrangeiros.
    Fonte:Jorge Gaspar - Portugal os próximos 20 anos - I volume - Fundação Calouste Gulbenkian

    Esta era a situação "neo-realista" do país nos anos 60.

    Portugal na década de 60 perde cerca de 16% da sua população total através do fenómeno da emigração.

    Para o José este é um fenómeno "neo-realista".

    Mas onde o meu caro José atinge "o máximo explendor e a máxima glória" é quando se interroga se a TIME "seria revista proibida em Portugal em 1961".

    Meu caro José: quantos exemplares venderia a TIME em Portugal em 1961?
    E quem a lia? Decerto que se recorda que a nossa classe burguesa era de raiz cultural francofona, e que a língua dominante era o francês, e não estou a vêr a pequena burguesia e o operariado a comprar a TIME.
    E o José, imagina isso possivel?

    Quanto ao seu amável conselho sobre o caminho a seguir por esta formiga, permita que não lhe responda.
    E teria muito para lhe recordar, como por exemplo o comportamento miserável das magistraturas durante o periodo da ditadura (ia a escrever fascista mas retirei, dado o incómodo que tal termo lhe provoca), e não só.

    Mas eu não vou por aí.

    Cumprimentos
    zazie said...
    mas será que aqui alguém sabe caracterizar o conceito de fascismo e ditadura ou está tudo numa reactiva moralizante?

    Olhem, já agora, o Bush também chama fascismo ao islamismo...

    Uma ditadura torna-se uma coisa ótpima apenas por não ter tido as características do fascismo italiano?

    Pensaram nisto ou está tudo com a cabeça cheia de paranóias?
    zazie said...
    Ainda no outro dia um comuna daqueles à séria concordava que não tinha existido fascismo em Portugal. Mas v.s agarram-se às palavras como se elas explicassem tudo.

    E dividem tudo de forma acéfala e maniqueísta: "quem chama fascista ao período anterior ao 25 de Abril é bom", faz parte dos nossos.
    "Quem diz que não foi fascismo mas ditadura é mau e está a branquear a ditadura".

    E pronto, assim nem é preciso estudar as características dos regimes ou a linguagem inventada no PREC.
    zazie said...
    Cá para mim ainda andam à cata de "fassistas", é o que é...

    eles andem aí...
    ":O))))
    zazie said...
    Por exemplo: o "tenham um bom dia" do Formiga é uma frase que passou a entrar no vocabulário à custa dos noticiários a imitarem a BBC. Passou-se a traduzir o have a nice day à letra.

    Não se dizia assim há uns anos- Dizia-se "passem um bom dia". O uso das palavras também é isto. Entendê-lo é descobrir as modas e os grupos que as divulgam.
    e-ko said...
    Grande Loja,

    Então querem-nos levar por um carreirinho... e, depois, no fim do carreirinho, dizem-nos que as palavras "têm modas" e que fascismo é talvez fascismo, mas que, sobretudo, aqui em Portugal o fascismo não foi fascismo, que isso era dos italianos, mas aqui não... não era, e, só porque o "Times" da época não o designava como tal, apesar de retomar, entre aspas a expressão dum autoctone, cá do sítio, que designa a "coisa" como sendo fascismo.

    Não era ainda a grande expressão popular a manifertar-se, muito longe ainda, mesmo para o Times, as pessoas tinham medo de abrir a boca, é incompreensível! Éé que não só não era fascismo, mas não havia razão para ter medo de exprimir as suas opiniões, não existia a PIDE, Caxias era uma Pousada e o Tarrafal... um campo de férias. Os portugueses do interior não precisaram de imigrar, tanta era a abundância e o desenvolvimento no interior e em Lisboa, os marçanos e outros que tais, não precisavam de alugar uma despensa em casa de quem alugava despensas para viver.

    As "grandes" famílias, de santos espíritos, participavam, á farta, na industrialização de que o "paizinho" era promotor e tínhamos um país muito desenvolvido e quem fizesse uma crítica era bem recebido em Belém, logo, na hora... com chá e bolinhos, rico paizinho!... está no céu, com tanta bondade e os anjinhos estão lá todos, de camisa verde, só podia... Eu era tão feliz, tão feliz, tão feliz, que foi um disparate ter-me ido para o Mundo... ah! e os sindicatos, que até existiram, até um dado momento, um bando de ingratos vermelhuscos, que gente tão estúpida, e então o dos vidreiros, parece que foi o um dos mais vermelhuscos, com uns anarcas pelo meio, que gente! Ingratos! Ingratos! Ingratos!

    Afinal isto só era uma ditadurazinha, vá lá, fascisantezinha, mas não era fascismo, não, não era... afinal isso só são palavras...

    Muitos agradecimentos pelo esclarecimento e pelo passeiozinho no carreirinho... com um pouco mais de habilidade, amanhã podem vir dizer-nos que um gato não é um gato é um miau, questão de moda, pois um grupo dominante decretou que passaria a chamar miau ao gato. Mas o miau, continua a ter o comportamento e o aspecto do gato, a palavra que o designa é secundária. Como na história do Plutão, deixou de ser planeta porque os critérios da definição mudaram, mas ele está lá na mesma, não mudou nem um bocadinho, agora chamam-lhe anão...Mas aí estou-me nas tintas os astrónomos são os donos do cosmos e o plutão, não só nunca me fez mal nenhum, como também se está nas tintas para mim, para a Grande Loja e para os astrónomos.

    Haja paciência!
    josé said...
    Paciência vai havendo, cara e-konoklasta, para tentar explicar mais uma vez a razão destes escritos a repor alguma verdade histórica para além da divulgada marxisticamente pela vulgata mediática.

    O ponto é este:

    Quem domina a linguagem e o uso dos termos de definição, condiciona algumas opções políticas e a escolha deixa de ser livre porque o discurso dominante passa a ser outro.

    Será por isso, talvez, que no dia 24 de Abril, Marcelo Caetano conseguiria facilmente reunir milhares de apoiantes no Largo do Carmo e no dia 25 de Abril, quem o conseguiu efectivamente, foi quem o prendeu...

    Ao apodar continua e aliás coerentemente ( com a vulgata do "anti-fascismo" pós guerra) o regime de Salazar Caetano de "fascista", conseguindo impor e normalizar o termo, o que conseguiu a esquerda em geral?

    Lançar uma espécie de anátema contra todos os que não alinharam no "anti-fascismo" e ao mesmo tempo, fazer passar algumas ideias que se traduziram em políticas, aceites pela generalidade do cidadão, como boas.
    Uma delas, por exemplo, foi a ideia de igualitarismo que conduziu em linha recta ao desmantelar do sistema de ensino, eliminando as escolas técnicas de ensino profissional, numa das operações mais estúpidas de que há memória em Portugal e que nos vai atrasar durante mais alguns anos.
    Este é apenas um pequeno exemplo do que o domínio da linguagem consegue operar na política.

    Depois, tendo em vista este consenso alargado sobre a existência de um "fascismo" em Portugal, mais fácil se tornou ao povo português, aceitar um preâmbulo na Constiuição e os dois artigos iniciais que recomendam ainda hoje a premência da nossa transição para uma sociedade socialista depois de a fixar como um sociedade sem classes, para que não haja dúvidas.
    As pessoas, hoje, depois de 1989 ( e só depois...) riem-se disso.
    Mas o preâmbulo continua lá...

    Será que dá para entender, como dizem os brasileiros, on terei que continuar a desenhar?
    josé said...
    Outra coisa:

    Luís Rego, vous connaissez?

    Estou tentado a escrever sobre Amor Novo...
    formiga bargante said...
    Meu caro José

    O seu último texto merece algum "trabalho" mais aturado, mas, para já, uma precisão.

    Para entender a razão profunda que levou ao desmantelar do ensino profissional torna-se necessário recordar o que era o ensino antes de 74.

    Se se recorda, existiam dois tipos de ensino; o liceal e o profissional.

    O primeiro, o liceal, era "ocupado" práticamemte em exclusivo pelos filhos da média e alta burguesia, a eles estando destinado o acesso à Universidade.

    Quanto ao segundo, o profissional, era "ocupado" pelos filhos da baixa burguesia, do operariado e por algumas franjas do campesinato.
    Já agora convém recordar que cerca de 50% da população activa portuguesa trabalhava no campo.
    Estas coisas convém serem recordadas...

    Convém também recordar que os alunos dos cursos profissionais raramente atingiam a universidade, e os poucos que o conseguiam era à custa de enormes sacrificios.

    Convém recordar...

    Portanto, meu caro José, a percepção e sentimento generalizados, em Abril de 74, era de que o sistema de ensino era altamente discriminatório e injusto, e que não podia persistir.

    Hoje é fácil afirmar que foi a "estúpida ideia do igualitarismo" que levou à destruição do ensino profissional.

    A "estúpida ideia do igualistarismo", meu caro José, era consequência de uma sociedade altamente estratificada em que alguns, a média e alta burguesia, sabiam que através do ensino o sistema de "casta" se iria perpetuar, enquanto os outros, os do ensino profissional, sabiam que jamais deixariam de ser torneiros, mecânicos, electricistas, ou emigrantes.

    Já agora, convém recordar que na década de 60 cerca de milhão e meio de portugueses emigrou, levados pela tal "estúpida ideia do igualitarismo".

    Para terminar, até estou capaz de estar de acordo consigo que Marcelo, em 24 de Abril de 74, ainda teria capacidade para mobilizar alguns milhares de apoiantes.

    Só que os que aparecessem em 24 de Abril seriam bem diferentes dos que apareceram no 25.

    Os primeiros seriam "a brigada do reumático" civil com alguns militares à mistura (sempre dava outra segurança, verdade?) enquanto que os segundos eram os tais que não aceitavam as razões pelas quais os seus filhos não tinham acesso às Universidades.

    Cumprimentos
    josé said...
    "O primeiro, o liceal, era "ocupado" práticamemte em exclusivo pelos filhos da média e alta burguesia, a eles estando destinado o acesso à Universidade.

    Quanto ao segundo, o profissional, era "ocupado" pelos filhos da baixa burguesia, do operariado e por algumas franjas do campesinato.
    Já agora convém recordar que cerca de 50% da população activa portuguesa trabalhava no campo.
    Estas coisas convém serem recordadas..."

    Meu caro:
    esta é a autêntica análise daqueles que herdaram o domínio da linguagem a que me refiro.

    Esta ideia que transmitiu, de divisão da sociedade portuguesa, em 25.4.1974, em duas classes, não é verdadeira. Ponto.

    Por outro lado, antes de 25 de Abril a linguagem era outra e apesar de conduzir aos mesmos resultados práticos, estou certo que se fosse seguida, estaríamos hoje como a Espanha, pelo menos, em termos de desenvolvimento económico e social.

    A linguagem da "burguesia" que frequentava os liceus versus proletariado que frequentava as escolas, é típica e vem da mesma fonte inquinada que classifica o regime de Caetano, como fascista.

    Enquanto não conseguirme desconstruir essa linguagem - o que fatalmente acontecerá, mas vai demorar mais uns anos- continuaremos a serpentear nas caudas do desenvolvimento económico.

    Atente só num aspecto curioso que tem algo a ver com o que pretendo dizer:
    No outro dia, uma tv passou uma reportagem em que mostrava a construção de 80 moradias num condomínio de luxo e a imitar os palacetes rococós da França de Luís XIV.
    Um agente imobiliários dizia que estava tudo vendido ( a preços de 2 milhões de euros, salvo o erro) e que era destinada a ricos e que estes precisavam acima de tudo de protecção que era o que mais procuravam.

    Sabe em que país acontecia isto?
    Digo depois...porque é um exemplo fantástico de linguagem directa, sem preconceitos e simples de entender num país muito curioso.
    zazie said...
    há um aspecto um tanto engraçado nisto.

    É que quem fala assim nasceu depois e querem-nos ensinar como eram as coisas que nós vivemos

    Somos fontes vivas, José! ahahaha

    um bom eufemismo para outra coisa, mas é verdade

    Esse tal operariado que ocupava as escolas técnicas tinha empregos em bancos que hoje nem com canudo se consegue.

    Andamos agora a querer consertar aquilo que se estragou. Só que o tempo passa e as oportunidades também...
    zazie said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    zazie said...
    Nunca percebi ao certo onde "aprendem" estas tretas...

    É bem possível que seja na escola
    josé said...
    "Por outro lado, antes de 25 de Abril a linguagem era outra e apesar de conduzir aos mesmos resultados práticos, estou certo que se fosse seguida, estaríamos hoje como a Espanha, pelo menos, em termos de desenvolvimento económico e social."

    Esta frase é equívoca e precisa de esclarecimento.

    A linguagem anterior e que se falava e escrevia já abertamente na Vida Mundial, no Observador, no Diário Popular e em alguns outros, utilizava signos comuns, mas significados subtilmente diversos.

    "burguesia", "proletariado", "classes sociais", eram designações que hoje não fazem o mesmo sentido.
    Tal como "fascismo" não tem o mesmo sentido e contudo pode ser utilizada até por um Bush para qualificar o demónio que reside no Líbano.

    As palavras chave, depois do 25 de Abril, passaram a ser do domínio da esquerda clássica a que se juntaram alguns partidos sociais democratas, para não perderem o combóio da demagogia que dá votos.
    Ao não se fazer a desconbstrução linguística, os termos entraram no uso corrente e ainda hoje, se utilizam com um significado que já não pode ser o mesmo mas que servem à falta de melhor.

    É por isso que digo que a linguagem anterior a essa barrela ideológica poderia servir-nos bem melhor para alcaçarmos um destino social e económico nem melhor, principalmente para "as classes desfavorecidas", pois que "a burguesia". sabe sempre como se safar e os exemplos estão aí para serem vistos, se entendermos como "burguesia" aqueles que assim eram apontados em 11 de Março de 1975.
    formiga bargante said...
    Meu caro José

    Se mo permite, este texto tem dois destinatários: o José e a Zazie.

    Comecemos pelo José

    "Meu caro:
    esta é a autêntica análise daqueles que herdaram o domínio da linguagem a que me refiro.

    Esta ideia que transmitiu, de divisão da sociedade portuguesa, em 25.4.1974, em duas classes, não é verdadeira. Ponto".

    Se o meu caro José lêr com alguma paciência e atenção o meu texto anterior, verificará que devidi a população portuguesa em alta, média e baixa burguesia, operários e camponeses.

    Se prefere o jargão actual, também posso fazer um esforço e classificar por classes altas, médio-altas, médio-baixas e baixas.

    Fica mais feliz?

    Quanto ao seu argumento de que a minha divisão "...não é verdadeira.Ponto" esperava um pouco mais de si. Ou isso é "Ordeno e Cumpra-se"?

    "Por outro lado, antes de 25 de Abril a linguagem era outra e apesar de conduzir aos mesmos resultados práticos, estou certo que se fosse seguida, estaríamos hoje como a Espanha, pelo menos, em termos de desenvolvimento económico e social".

    Meu caro José:

    O problema não era de linguagem, era outro.
    Para não recuarmos na história, convém recordar que Franco (ditador fascista?) teve capacidade para perceber que para Espanha se desenvolver necessitava de acelerar a industrialização. Também foi muito "empurrado" pelos catalães e bascos, mas que promoveu a industrialização de Espanha, promoveu.

    Enquanto por cá Salazar promoveu o sector agricola, em especial no Alentejo,e olhou sempre com muita desconfiança o sector industrial e financeiro.
    Quem lhe "ia beijar a mão" lá fazia os seus negócios, os outros, e recordo Champalimound, tiveram também que emigrar, lembra-se?

    Portanto, meu caro, enquanto o José "descobre" que afinal o nosso mal é a linguagem, e em particular a forma como usamos o termo fascista, eu entendo que as razões do nosso atrazo são multi-seculares, e mais recentemente vincadas por uma ditadura que, por eficácia de comunicação (mas isso é outra estória)foi definida como de fascista, correcta ou incorrectamente.

    Mas, e volto a vincar, POR EFICÁCIA DE COMUNICAÇÃO.

    Portanto, e tal como fica demonstrado, isto é uma "conversa" de surdos, um mais paciente que o outro. Mas já lá vamos.

    Cara Zazie

    Confesso que até achei ternurenta a sua afirmação:

    "há um aspecto um tanto engraçado nisto.
    É que quem fala assim nasceu depois e querem-nos ensinar como eram as coisas que nós vivemos
    Somos fontes vivas, José! ahahaha".

    O vosso sentido de superioridade é tão grande que nem lhes passa pela cabeça que podem existir outras pessoas, para além de vós, que também tenham vivido "estas coisas".

    E ainda por cima vocês não são assim tão velhos, pois não?

    Texto final para o José e para a Zazie

    Bom fim de semana para os dois, que eu "desta" já sai.

    Cumprimentos
    e-ko said...
    José Fonte Viva (bonito pseudónimo para um escritor),

    Não vale a pena, deixe lá os carreirinhos, sou do signo do Tigre e os tigres não andam por carreirinhos, não pretendem dar lições a ninguém, mas, também não recebem, lições de "Fontes Vivas" gostam de observar e viver as suas próprias experiências. Já aqui li de tudo: que são mais ricos porque são crentes (católicos apostólicos romanos, mais do que provavelmente)e agora sabem mais, porque tiveram a experiência e que os comentadores são um bando de cretinos que ainda não perceberam que por aqui andam as "fontes vivas" do conhecimento (o formiga tem razão presunção e água benta, cada um toma a que quer...)Esqueçamos, por agora, já disse, essa dos carreirinhos com fontes vivas não é para mim... Estive muito tempo fora para escapar à "ditadurazinha", estava pelos cabelos, e sei que os tempos que se seguiram foram de muita confusão e de grandes guerras intestinas de "facciosismo", andei por esse mundo, por países com democracia assente há muito e por outros que ainda não sabem o que é democracia, nós estamos entre os dois, e, como na sídrome de Gilles de la Tourette, os tiques voltam de vez em quando, com frequência variàvel, para os facciosos dum lado, como do outro.
    Há quase 40 anos que conheço a Espanha e vi como se desenvolveu, mas como já foi dito, esse desenvolvimento aconteceu, primeiro, na Catalunha e no País Basco e Franco não teve outro remédio senão seguir o movimento, não é por acaso, as regiões mais pobres de Espanha são a Estremadura e a Galiza...

    Mas agora esqueçamos, pergunto eu, qual Luís Rego ? o actor ? Explique-se.

    Agora quanto ao último albúm do Dylan, ouvi-o hoje. Excelente, e a voz do Dylan ganhou uma asperidade, devido à idade (fonte viva esta sim), que o aproxima mais do blues. Está à venda na Fnac, como eu pensava, é uma edição especial com um DVD.

    Agora vou à música, lava-me o espírito...

    Não vi ainda o livro, cujo título é um eufemismo erudito, "As benevolentes"...
    e-ko said...
    José,

    Que cabeça a sua... então, esqueceu-se de dizer qual era o país dos condomínios de luxo, estilo luis XIV, eu digo, e ganho uma viagem a esse país maravilhoso que é... que é... a China. Quem diria... a China ! Condomínios privados, de luxo au style du Roi Soleil. Mas já vi outras reportagens e há outros de outros estilos... É pó menino ou pá menina, meis dúzia, dez tostões, cada cor seu paladar, e isto, sabe o que é ? aposto que não sabe...
    zazie said...
    é... isto das fontes tanto podem ser chafarizes como pocinhos.

    O meu azar é não ter histórias de deserção como o e-konoclasta que preferiu o estrangeiro a dar com os costados no Ultramar

    Só fiquei sem perceber se ia na qualidade de furriel ou de animador, a dançar o cancan, para levantar a moral das tropas

    ehehehe
    e-ko said...
    Grande Loja,

    Não me endereço directamente à senhora do comentário precedente, não vale a pena... digam-lhe que me esqueça e que deixe de comentar os meus comentários, porque quem anda armada em furriel do french cancan para a brigada do reumático da Grande Loja é ela, que se quer fonte viva e não passa duma charca.

    Desertarei, com prazer, a GLQL, evitar-me-à o diálogo de surdos.
    e-ko said...
    ...enganei-me, não é charca, mas charco, de u....a, a senhora não se sente... e no seu espectáculo de levanta perna... para a brigada do reumático das fontes vivas... é, realmente, triste, o que mostra em cena, incontinência, seja ela urinária ou verbal...
    zazie said...
    ahahahah

    então v. é que diz ao josé que é mulher e depois conta que desertou em 71 do país para não ir fazer tijolo para a guerra colonial e os outros é que são charco

    ahahahbahahaha

    o que já me ri com esta doidice

    ":O)))
    formiga bargante said...
    Por respeito à memória dos milhares de brancos e negros que ficaram a "fazer tijolo" em África, na guerra colonial, um derradeiro comentário na derradeira visita a esta que já foi uma grande loja:

    Zazie & Cª

    Vocês são mesmo uma grande merda.
    zazie said...
    v. deve ser imbecil.

    Se quer dizer-me alguma coisa, diga mas não meta a GL onde não vem ao caso. Eu por acaso chamei a sua mãezinha?

    palhaçada e paranóia até dizer chega.

    Nem dizia nada. Mas o e-konoklasta deiciu meter-se e não parava de chatear por causa dessa brincadeira das fontes vivas e aí também brinquei.

    Ele é que disse que era mulher e que desertou em 71 para não ira para guerra colonial.
    Para quem estava para aqui a gozar com as fontes vivas...


    Mas v. é um cobardolas. Como não tem argumentos insulta e depois ainda se arma em parvo a dizer que a culpa é da GL que passou a ser qualquer coisa de hediondo à custa da vossa falta de sentido de humor
    zazie said...
    Ou será que o formiga também é mulher na reserva?

    ":O)))
    e-ko said...
    Notícia publicada pela CMMG:

    "2006-01-16

    Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal da Marinha Grande

    Homenagem aos operários do 18 de Janeiro de 1934

    O Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, João Barros Duarte, presidiu à inauguração da exposição de materiais alusivos ao 18 de Janeiro de 1934 e ao lançamento de um livro de Hermínio Nunes sobre os antecedentes sociais daquele movimento operário. Os eventos ocorreram na tarde do passado sábado, 14 de Janeiro, no Museu do Vidro, na Marinha Grande.

    O Presidente da Câmara evocou os antepassados desta terra, que desencadearam um “acto cívico de raiz democrática, que foi o 18 de Janeiro de 1934, que ficou para a história do nosso País, como um marco importante a assinalar o início do derrube do regime fascista, que governou Portugal”.

    O movimento de revolta foi possível graças a “gente trabalhadora, artistas vidreiros e outros, que com a sua determinação, a sua formação democrática, solidária e fraterna nos legaram um exemplo de civismo democrático que nos orgulha como marinhenses”.

    No âmbito da comemoração do 72º aniversário da efeméride, “aqui prestamos a nossa singela homenagem aos que já caíram e o nosso fraterno abraço ao sobrevivente dessa gloriosa luta por uma vida mais justa, mais solidária e democrata”, concluiu.

    A exposição apresenta jornais, revistas, cartazes e outros materiais que abordam o 18 de Janeiro de 1934, estando patente no Museu do Vidro até 21 de Janeiro, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. A organização é do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV).

    O livro “Antecedentes sociais 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande”, da autoria de Hermínio Nunes, foi lançado publicamente no dia 14 de Janeiro, com apresentação do Dr. Vítor Hugo Beltrão.

    A sessão contou com a presença do Presidente da Câmara, João Barros Duarte; Vereador da Cultura, Dr. Alberto Cascalho; director do Arquivo Distrital de Leiria; Dr. Acácio de Sousa; representante do STIV, Gonçalo Madeira; do próprio autor; entre outros convidados.

    As iniciativas estão integradas na comemoração do 72º aniversário do 18 de Janeiro de 1934, que decorrem de 14 a 21 de Janeiro. O programa é organizado pelo STIV, com o apoio da Câmara Municipal da Marinha Grande.

    A Autarquia concede entradas gratuitas ao Museu do Vidro, no dia 18 de Janeiro, das 10h00 às 18h00, associando-se assim à efeméride.

    Movimento operário luta contra regime

    A 18 de Janeiro de 1934 ocorreu um levantamento revolucionário armado, na Marinha Grande, levado a cabo pelos operários vidreiros numa tentativa frustrada de acabar com as situações de perseguição, exploração e falta de trabalho que por várias vezes, nos últimos anos, os haviam atirado para a miséria e para a fome.

    Num País acomodado à opressão salazarista, estes marinhenses lutaram contra as perseguições, desemprego e injustiças várias a que foram sujeitos durante décadas.

    Durante algumas horas, a Marinha Grande esteve nas suas mãos, até a revolta ser violentamente reprimida e os seus autores presos, muitos deles no Tarrafal.

    No centro da Marinha Grande foi erigido um monumento evocativo da revolta, da autoria do escultor marinhense Joaquim Correia, aquando do 50º Aniversário da revolta.
    e-ko said...
    Glu, Glu, faz o peru.

    É pó peru e pá perua, monopólios da inteligência, da ironia, do humor, da riqueza espiritual e da verdade dos carreirinhos... e dos carneirinhos...

    E esta enh ? ahahahahahahaha!
    josé said...
    Meus caros:

    Este lugar é livre. Tanto de chegar como de partir.
    A piada do carreiro, não era para acinte, mas piada apenas e jogo de palavra com a canção de José Afonso A formiga no carreiro...

    Pelos vistos, as susceptibilidades são grandes, por aqui.

    e-konoklasta:

    Luís Rego era um dos Charlots, dos sessenta.Filho de gente pobre que emigrou para França e por lá fez sucesso nas artes.
    Tem uma canção que se perdeu e que é Amor Novo. Simples e de muito boa qualidade.
    Melhor do que qualquer uma do novo disco de Dylan...

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