A intelectualidade no lugar comum


José Pacheco Pereira, ontem no Público, hoje no blog, troca na sua crónica , miudezas sociologicamente empíricas e diz a dado passo:

"Os intelectuais é o que se sabe, tem uma longa tradição de justificar tudo. Tem uma outra longa tradição: escrevem quase sempre sobre si próprios e sobre o seu papel como conselheiros, consiglieri, sibilas e adivinhadores, mesmo quando parecem escrever sobre os outros. São muito sensíveis ao modo como a sociedade os trata e hoje a sociedade trata-os bastante mal, como o império das audiências na televisão, a queda de tiragens dos jornais, etc. revelam. A democracia e o acesso das massas aos consumos, incluindo os culturais, varreram-nos do seu papel e o longo lamento que fazem ouve-se em Andrómeda. São livres de me aplicar todas estas palavras, que é a maldição de quem as escreve, mas não há maneira de as escrever sem esse risco."

Vá lá…esta escrita até parece que viria de quem não se toma demasiado a sério, o que seria a primeira vez que o humor aflora abruptamente numa crónica dessas.
Mas se parece, não é. A pintura sai logo toda borratada quando escreve que os intelectuais “têm uma longa tradição de justificar tudo”.
Seria bom que assim fosse. Talvez aprendêssemos algo com esses putativos intelectuais no número dos quais não se faz rogado para a inscrição.
Como geralmente tal não acontece, o que podemos garantidamente ler, são apenas palpites transitórios sobre impressões fluidas acerca da realidade que desfila perante os olhos de todos. Com uma agravante: o tal intelectual que “é o que se sabe”, e geralmente não sabe muito bem do que fala ou escreve. E esse é que é o problema que JPP não admite como possível, na sua escrita.
Falar ou escrever sobre política geral, partidos, correntes de opinião política e opções gerais governativas é um pouco como escrever sobre jogadores e jogos de futebol: toda a gente o sabe fazer, porque é demasiado simples e convoca emoções certas. Falar e escrever sobre problemas concretos, técnicos, de educação, justiça, direito, ciência, e analisar ou criticar propostas, é outra coisa e não é tarefa para intelecuais diletantes e de banca assente nos jornais ou blogs. O exemplo mais flagrante deste tipo de intelectualidade, podemos aliás, encontrá-lo nos editoriais dos directores dos periódicos. Jornalistas com cursos de generalidades ou práticas de especilidades adiadas, peroram sem pejo, sobre seja o que for que lhes dê na veneta. Especialistas da superficialidade, arvoram opiniões abalizadas pelos cargos. E são eles quem convocam os demais "intelectuais" para lhes fazer companhia no exercício opinativo. Avalizam o mérito de quem lhes parece sábio e é assim que se formam escolas de opinião pública. Com um professorado diletante e alunos basbaques.
Algumas das razões do nosso atraso geral, podem muito bem residir neste nicho de mercado.

E parece que será preciso um “intelectual” para não entender isto…

PS. É escusado bater no ceguinho. JPP, sendo um dos cronistas públicos do regime, tem sempre a primazia crónica, por aqui.

Publicado por josé 15:19:00  

32 Comments:

  1. Pedro Soares de Albergaria said...
    Em cheio! A chamada "cartelização das citações" (ora te cito eu, ora me citas tu) é outro dos fenómenos que está intimamente relacionado com o que descreve.
    james said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    james said...
    Visto.
    Extraia-se certidão, para instauração de inquérito em que são visados JPP e seus seguidores.
    Cosmo said...
    Extraia-se certidão, para instauração de inquérito, a José Pacheco Pereira, Vasco Graça Moura, Manuel Pina, e a toda a gente que tenha evidenciado que pensa, e diz o que pensa, especialmente se o fizer de modo mais ou menos brilhante.

    Ó José, trate medicamente os seus humores hepáticos, assim torna-se intratável!
    josé said...
    Ó Zé! Apanhe lá este boné:

    Quando a crónica brilha, até costumo expô-la aqui, na montra desta Loja.

    Mas vejo que este boné não se lhe ajusta ao bestunto, porque não percebeu bem o postal.

    Leia outra vez, s.f.f. e depois podemos retomar o assunto.
    Aliás, conto reincidir em breve.E não será por causa da bílis, mas dos humores.
    naoseiquenome usar said...
    :)
    A claridade apaga a claridade.

    António Ramos Rosa in Gravitações
    Cosmo said...
    José,
    Apanhei o seu boné e, acredite, reli o seu postal com toda a atenção.

    Será do meu bestunto?

    A bile que escorre por entre as palavras sempre que fala destes seus amigos...

    Como acontece com toda a gente que usa capachinho... pode tentar disfarçar, mas o único que pensa que não se nota é o próprio!
    E os amigos, normalmente não têm coragem para lhe dizer...
    Cosmo said...
    Naoseiquenome usar,
    ;)
    Gostei da sua citação.

    António Ramos Rosa!...
    Comecei a admirá-lo quando o conheci pessoalmente, em 1964, no Café Gelo, no Saldanha...
    Falou-me longamente sobre a morte... e marcou-me para toda a vida!
    josé said...
    Ah! Então, vou tentar explicar por miúdos, as crónicas de miudezas semióticas que se podem ler por aí.

    Estes meus "amigos" são mesmo meus amigos, na estimação que tenho em lhes aparar os jogos de palavras, lendo-os e pensando na inutilidade do que geralmente escrevem.
    O que fica de melhor, algumas vezes, ´é o estilo, a forma. E quando assim é, já me contento em pensar que os euros que gasto podem ter sido bem gastos.
    Hoje, como habitualmente, li o Público, o DN e o Expresso. Pois bem:
    Não há uma única crónica que mereça destaque e que faça diferença que justifique a leitura e o preço do jornal.
    Será do meu fastídio, da minha bílis carregada?! Não me parece, meu caro.

    Experimente ler a crónica de SOusa Tavares no Expresso: Coisa mais inerte, não encontra. Lugares comuns atrás de lugares comuns e frases soltas de sabedoria enlatada em afirmações pretensamente esclarecidas, sobre o debate do estado da Nação.
    Que importa realmente a opinião de Sousa Tavares ao lado da de um qualquer taxista que possa encontrar e esteja disposto à converseta?
    Há-de convir que adianta pouco, muito pouco e a escrita é fraquita, sem estilo particular de relevo e sem humor que se leia.
    JPP é igual, para pior. Crónicas sem rumo e bem mais azedas e perversas que as que se podem ler por aqui. Leia hoje um postal sobre o papel de Carlos Coelho na UE...

    Mas ainda faltam uns tantos: esqueci-me de EPC que no mesmo dia, escreveu que não lê blogs. E fará bem. Basta-lhe ler a Inrockuptibles para escrever prosas apressadas sobre o Libé, por exemplo e copiar ideias e referências.

    Mas essas crónicas sobre assuntos de gosto, são o menos.
    O mais e que interessaria ler, seriam as análises sobre assuntos concretos que verdadeiramente interessam.

    Tirando um ou outro especialista, que temos, nos jornais e blogs?

    Generalistas do verbo fácil e opinião avulsa e ligeira.

    Já leu alguma vez nos jornais, escrito por esas estrelas do glamour croniquento, algo de jeito sobre assuntos concretos e precisos, tirando a política tratada a la Sousa Tavares?!

    Já alguma vez leu opiniões acertadas, com alto relevo que tenham escrito sobre Direito, Justiça, Tribunais, Instituições, Administração, Educação em concreto ( para além de dizerem que está tudo mal), Tecnologia, Ciência, Desporto etc etc?
    Tirando as generalidades que se ouvem em barbeiros e táxis, que espera desses peritos?

    É por isso que prefiro a escrita sobre coisas anódinas e que revelem um estilo ou um modo de apresentar assuntos.

    Por exemplo, as crónicas de Manuel Pina, Baptista Bastos, Ferreira Fernandes, não são propriamente idênticas ás crónicas intelectuais desses que se reservam o lugar cativo do oráculo sempre pronto.

    E a diferença que me permito assinalar reside aí: quem se leva a sério no que diz, tem de saber o que está a dizer.
    Todos esses cronistas que enumerei entre os "meus amigos" de estimação, são pessoas que frequentemente não sabem o suficiente dos assuntos sobre que escrevem.
    E deveriam ter a humildade de o reconhecer.

    Afinal, a teoria de pacotilha subjacente ao meu postal, pode resumir-se a isto:

    Só deveria emitir opinião sobre determinado assunto concreto quem esteja preparado intelectualmente para tal.
    E não são os "intelectuais " quem estão aptos a tal tarefa.

    Os "intelectuais" deveriam apenas burilar o estilo de escrita, porque na maior parte das vezes, não passam de literatos, no sentido de que se fartam de ler coisas que outros escreveram.
    Coleccionam livros, jornais e revistas, mas na maior parte dos casos, a essência de certos assuntos não se apanha pela rama das leituras.

    Que papel lhes reservo?

    O de entertainers. Tal e qual.
    josé said...
    É. É mesmo este regime democrático que passo a descrever:

    Um regime que começou em 1974 e que suscitou o aparecimento de partidos políticos, em liberdade de associação, expressão e reunião, ao contrário do regime anterior em que essas liberdades estavam todas condicionadas e subjugadas ao superior interesse da Nação que fazia com que os próceres desse regime definisem quem era ou não subversivo a esses interesses.
    Geralmente o anátema recaia sobre os comunistas, englobando-se nessa nebulosa, aguns "democratas" que á falta de melhor definição são aqueles que o PCP sempre considerou "democratas", mesmo náo sendo do partido.

    Assim, o regime que veio depois, durante três décadas, refinou métodos e práticas e chegou aos dias de hoje como o podemos observar:
    Dois ou três partidos dominam a cena política e escolhem no seu seio quem nos governa à trinta anos.
    De quatro em quatro anos ou menos ainda quando surgem crises, o povo eleitor é chamado a escolher quem está encarregado de fazer leis e vigiar o executivo.
    COmo sabemos, a escolha desses 250 indivíduos faz-se do modo como se faz: primeiro em concelhias, depois em distritais, depois em sede nacional.
    Seria muito útil e interessante saber como se escolhem esses nomes concretos e como é que um Jaime Mil Homens foi parar à Assembleia ou até como é que um Jorge Lacão lá anda há trinta anos.
    São apenas exemplos, nada mais.
    Quam manda nesses partidos são grupos de pessoas que conseguem escolher um líder que por sua vez, depois, vai chefiar o executivo e escolher quem será ministro que por sua vez escolherá quem secretariará e que por sua vez acolherá assessores e mais assessores e mandará fazer programas, estudos e delineará políticas, com a prata da casa ou encomendando estudos a entidades externas como foi o caso recente de Severiano.
    Quem faz parte do número de eleitos neste nosso sistema político, pertence a um núcleo restrito que anda nos corredores das sedes partidárias há longos anos. As amizadas que se foram forjando ao longo desses anos, permitem depois entrar noutras áreas de poder, nomeadamente o mediático.

    COmo é que um Luís Marinho acaba em director de informação da RTP1?
    E, para não alargar, como é que um Pacheco Pereira acaba nomeado para um lugar no estrangeiro, numa sinecura qualquer, pago pela ONU?

    Será preciso continuar o desenho do nosse actual regime?!
    josé said...
    "quem nos governa há trinta anos", claro.
    james said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    james said...
    1.Ou me engano muito, ou então alguém está a apanhar uma boleia, à pála das opiniões bem fundamentadas do José, para escrever disparates...

    2.Lusitânea: acho graça ao seu plural majestático.



    Declaração de interesses: Não sou, nem queria ser procurador da Senhora Zazie, agora a banhos...

    6:09 PM, Julho 16, 2006
    zazie said...
    então aqui fica uma banhoca para a senhora Hefastion, que isto de platonismos, mesmo pelo Alexandre, já eram

    http://cocanha.blogspot.com/2006/07/fontes-que-apetecem.html#comments
    zazie said...
    ups! queria dizer- para o senhor hefastion, claro.
    josé said...
    Fontana di trevi, certo?

    Esse local mitificado pela fitas dos sixties, visto agora e ao vivo, com o calor do Verão, é um pequeno rincão onde desaguam duas ou três ruelas e onde se aglomeram a todas as horas centenas de pessoas a olhar para a água que cai em cascata por entre as esculturas míticas e atiram moedinhas de sorte na água límpida que reflecte a luz intensa.

    Quando lá cheguei, a primeira impressão foi essa: então, é "isto"?
    Agora,a impressão que ficou, é esta:
    Lugar magnífico! Ahahahahaha!
    Mitos!
    zazie said...
    ahahahaha está a ver como os mitos se sobrepõem à realidade?

    ehehehhe

    e a Anita está velha e o Marcello já se foi
    zazie said...
    Ó sniper,

    Ma você quer agora comparar o incomparável e ainda por cima mal?

    Que comparação tem a escrita à borla (com um público limitadíssimo) na blogosfera com os opinadores dos media?

    E, mesmo que tivesse (disparate total) nem era por onde pegou que se devia comparar.

    Você tende sempre a centrar tudo numa querela “tribal”. “Critico estes por não serem da minha tribo” em relação ao José. E essa é questão que nunca esteve em jogo.

    Neste exemplo tinha 2 aspectos para pegar-

    1-Os que informam sobre assuntos que conhecem e o fazem com rigor.

    2- Os que, não o fazendo, deixando apenas opiniões e reflexões - têm pelo menos a grande vantagem destas constituírem boa literatura.

    No primeiro caso, onde é que encontra informação sobre justiça com a qualidade da que o José deixa aqui na GL? Nos jornais, na tv? Onde? Quem?

    No segundo, a genialidade e o talento literário ou o brilhantismo da inteligência estão no JPP?

    O que é que o JPP escreve nos jornais que permita que se depreenda que é genial, como você diz?

    Até poderia ser, em matérias desconhecidas mas, por certo, não há genialidade alguma na carreira política e muito menos nas crónicas jornalísticas.

    Para se constatar esta evidência é preciso estar em disputa ideológica como você quer sempre fazer crer?

    Quer um exemplo da tal promoção umbiguista que também já saltou da blogosfera para os jornais- o puto, o Rui Tavares que assina sempre como Historiador.

    Se me der o exemplo de uma “crónica” em que o saber histórico tenha sido necessário para escrever o que escreve informe-me sff.

    É que, para passar à qualidade de grande eminência cujo pensamento deve ser escutado na Agora, dantes pelo menos ainda se requeria tarimba. Ou barbas... Agora para dizer mal da religião e dar uma “forcinha pelo folclore do BE e gayzices da moda é preciso ter-se curso superior?
    zazie said...
    sabe qual era a grande prova dos nove?

    tirarem-lhes um dia as assinaturas e publicarem-se todos esses escritos das vedetas, mas de forma anónima.

    Queria ver que se aguentava de pé...

    Como uma vez o José disse, o grande problema é que muitos deles nunca conseguiriam ser anónimos.

    Ninguém os lia, nem dava pelo talento e genialidade...
    josé said...
    Sniper:

    Acabei de dar uma voltinha de bike, a fazee de conta que é todo o terreno. Foram 50 minutos para não perder o jeito, como tenho tentado todos os dias; logo a seguir, um duche frio e umas coisitas frescas para jantar. Venho aqui pronto para trabalhar um pouco, e...que leio?

    O meu amigo não percebeu ainda todo o recheio do meu postalzito. E olhe que não era muito.

    A Zazie já lhe escreveu algo que esclarece. Mas acrescento mais um pouco por causa dos equívocos quanto a certos cronistas.

    Que fique claro que gosto de crónicas de jornal e revista. Perpasso os olhos por uma maioria e leio as que critico.

    Quanto às de Ferreira Fernandes, Batista Bastos e Manuel Pina, gosto das crónicas invariavelmente. Mas gosto, porque não vejo nos seus autores a prosápia de intelectual que leio naqueloutros que aponta. O Sumo pontífice dessa prosápia é o estimadíssimo eduardino que algumas vezes pirateia ideias, corando as crónicas com ginjinhas e muitas vezes sem elas.

    O que eu critico e acerbamente meu caro, são os croniqueiros que comentam assuntos que não dominam suficientemente e são reconhedidos como os crónicos do regime. Já os enumerou e só gostaria que fizesse um esforço para ler esses pardacentos colunistas, de modo como lê os anónimos: pelo que escrevem e não pelo que são.
    Eles não conseguem...

    E não se trata de incompetência nem daquela velha teoria que sustentaria que só deveria escrever quem domina os assuntos sobre que escreve.
    Não é bem isso. É mais a crítica à petulância em ver escritos sobre assuntos que não correspondem à realidade do que se lê.
    Se entender que estou a dizer o mesmo que aqueles que dizem que só deve escrever quem percebe do que fala, pois bem, é quase isso. Mas não é bem isso.
    Ferreira Fernandes escreve muitas vezes sobre assuntos de Relações Internacionais. Náo sei o que ele sabe do assunto. Mas sei que esse assunto é quase como escrever sobre futebol...em determinado nível.
    Claro que entre Mourinho a escrever sobre futebol e Marcelo Rebelo de Sousa, deve haver uma diferença...
    Conseguiria percebê-la se os escritos fossem anónimos?!
    Cosmo said...
    Uma dúvida sobre a teoria de pacotilha:

    1. Eu não me levo a sério.
    2. Quem se leva a sério não sabe o suficiente do que fala.
    3. Eles levam-se a sério.

    4. Logo...

    5. Apesar de não me levar a mim mesmo a sério, eu sei do que falo, ou nem sequer poderia acusar os outros de não saberem do que falam.

    6. Saberei eu o que digo?
    josé said...
    1. Eu tenho dúvidas sobre algumas coisas que escrevo e declaro-me um diletante, sendo nesse sentido que não levo a sério tudo o que escrevo e procuro fundamentar tudo o que escrevo quando critico outros.

    2. Há pessoas não têm dúvidas sobre o que escrevem e levam-se sempre a sério entendendo as suas crónicas como oráculos, dispensando-se de fundamentar o que escrevem.

    3. Há coisas que eu leio, escritas por esses que não tem dúvidas, que são asneiras; outras vezes meras opiniões indemonstráveis.

    Logo...
    josé said...
    1. Quando escevo que algumas coisas que leio são asneiras, para além de fundamentar sempre porque o escrevo o que escrevo, dou oportunidade no blog de quem se sentir visado, desminta o que está escrito.

    2. Nos blogs e media em que leio essas tais asneiras e generalidades, não há interacção imediata, geralmente.

    3. Logo...
    josé said...
    O entendimento acerca da seriedade daquilo que se escreve, e as reservas que coloco quando digo que não me levo a sério, é apenas para afugentar esse fantasma do oráculo.
    Escrever, aceitando que o que se escreve pode ser apenas uma opinião relativamente aceitável, é um bom caminho para aceitar o diálogo.

    As opiniões sobre factos ou sobre teorias ou sobre acontecimentos, são isso mesmo: meras opiniões.
    Se bem fundamentadas e explicadas com honestidade, serão sérias, mesmo que quem as produza não queira essa seriedade.
    Para se escrever sobre determinados assuntos, mesmo com humor , é preciso perceber minimamente do que se está a falar.
    james said...
    Acho interessante que até agora não se tenha falado em VPV.
    Há, como que um preconceito, em metê-lo neste mesmo saco de gatos.
    E com alguma razão.
    De facto, não se pode compará-lo com as espécimes aqui mencionadas, porque intelectualmente procura ser mais honesto, ainda que deveras incongruente...
    Cosmo said...
    ««
    1. Eu tenho dúvidas sobre algumas coisas que escrevo e declaro-me um diletante, sendo nesse sentido que não levo a sério tudo o que escrevo e procuro fundamentar tudo o que escrevo quando critico outros.
    »»

    Tem algumas dúvidas sobre o o ponto 1., ou é para levar a sério?

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    2. Há pessoas não têm dúvidas sobre o que escrevem e levam-se sempre a sério entendendo as suas crónicas como oráculos, dispensando-se de fundamentar o que escrevem.
    »»

    Como é que sabe que há pessoas não têm dúvidas sobre o que escrevem? É preciso que essas pessoas digam, a cada parágrafo, "acho eu" ou "parece-me que"?
    Essas pessoas assinam o que escrevem, tudo o que dizem é a sua opinião, e têm direito e exprimi-la.

    ««
    3. Há coisas que eu leio, escritas por esses que não tem dúvidas, que são asneiras; outras vezes meras opiniões indemonstráveis.
    »»

    Isto é quase uma Lapalissade...
    Como dizia o outro... é a vida!
    E depois?
    Vamos passar a vida a clamar?
    zazie said...
    zeze

    Faça um teste: vá até ao Rossio e pergunte ao povo o que pensa. Pergunte-lhes se lhes parecem mais sérias as opiniões do Miguel Sousa Tavares ou do José da Grande Loja do Queijo Limiano em matéria de Justiça.

    E, de caminho, peça-lhes para darem um palpite sobre os valores monetários que cada um dos dois recebe à conta disso.

    Depois mostre-nos a transcrição da gravação.


    OK?
    josé said...
    Só não é inteiramente uma lapalissada, como escreve, por uma única razão:

    Há assuntos que julgo perceber o suficiente para entender que aquilo que leio, vindo desses "crónicos", são asneiras grossas.

    Se nesses assuntos, vejo e leio asneiras ,o que não será em relação a outros assuntos de outras ordens?!
    Quanto a esses, não me pronuncio, mas fico de pé atrás.

    Ora, a credibilidade de quem escreve, fazendo-se pagar por isso, fica muito prejudicada, nesses casos.

    Isto também me parece uma Lapalissada, embora para muitos seja apenas um reflexo.
    josé said...
    Proporia nos jornais uma coisa simples:

    Uma limpeza geral nos cronistas de circunstãncia.

    Alguns jornais parecem ter problemas de vendas. O Público por exemplo.

    E que tal uma limpeza geral?

    Deixem lá apenas o VPV e já agora o Vital Moreira.
    A esse não chamo intelectual de pacotilha porque o não é.
    E quando escreve sabe geralmente do que fala, mesmo quando entra em faenas.
    josé said...
    Zazie:

    Não faça essa proposta que a resposta à sondagem seria:

    O Sousa Tavares é um intelectual que escreve na Bola e no Expresso. Quem é esse tal de josé? Algum palerma conhecido ou apenas um despeitado com problemas humorais?
    zazie said...
    ahahaha ou "não é aquele que até tem foto de corpo inteiro nos hipermercados"

    E onde é que fica essa Loja do Queijo do José?

    ":O))))


    beijocas
    Cosmo said...
    Alto aí!...
    Eu não ofendi ninguém para levar com essa ordinarice escatológica!
    MST!... blaaarrrghh!!!

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