A sublimação da Fé
domingo, junho 04, 2006
Durante a semana que passou,vários cronistas mencionaram a viagem do Papa à Polónia e ao antigo campo de concentração em Auschwitz.
Como tónica dominante, passou uma frase de Bento XVI, dita in loco e que se tornou em paradoxo, glosado logo a seguir: “Onde estava Deus, nesses dias? Porque ficou silencioso?”
Como nota dissonante, surgiram respostas perplexas e as glosa dos ateus militantes. Para estes, Deus estava onde sempre esteve: entre os crédulos e em mais lado nenhum!
E o mote, passou para outro lado, para o da responsabilidade pelos campos e pelo holocausto. Tema milhares de vezes debatido, ainda provoca frisson, se a fricção passa ao lado de todo um povo, para se centralizar num partido, numa política ou numa ideologia. Ouvindo Bento XVI dizer que o povo alemão, de que aliás faz parte, foi então utilizado como instrumento de um bando de criminosos, instituído no Estado e que dele se acapararam, para melhor lograrem a eliminação física e completa de toda uma raça, em nome dos princípios da superioridade de outra, a declaração soou blasfematória dos cânones gerais do politicamente correcto. Revisionismo, escreveram alguns. A Igreja sabia e calou, escreveram outros ( VPV, no Público de hoje).
Há dias, foi mencionada por alto, a efeméride do XX Congresso do PCUS, na antiga União Soviética. Escreveu-se ( no mesmo Público) que a par do Congresso, foi publicado então um relatório – o Relatório Krutschov- no qual se acusava Estaline de “inúmeras malfeitorias ( sic), incluindo crimes e perversões da “legalidade socialista” ( sic).
O Relatório Krutschov era para ser “secreto”. Não foi. Sabe-se hoje um pouco mais acerca das “inúmeras malfeitorias” atribuidas a…Estaline. Sim…a Estaline! O povo russo, em nome do qual havia um partido que não admitia outros partidos e em nome do qual se cometeram as tais “inúmeras malfeitorias”, não é aqui visto nem achado.
Não é por acaso que Estaline foi apelidado de “pai dos povos”, “O maior filósofo de todos os tempos”, o “gigante do pensamento” e outros ditirambos denunciados no Relatório. Os povos estão num lado e Estaline é o seu pai, dito com toda a solenidade de mentes brilhantes.Logo, não faz sentido culpar o povo russo das “inúmeras malfeitorias” e ninguém, jamais, se atreveu a fazê-lo.
Porém, idêntico critério não se segue para analisar o que se passou na Alemanha dos nazis do partido nacional-socialista. Aí, é todo o povo que tem de comer por junto e não há História por menos que isto. E quem disser o contrário, faz revisão histórica, blasfema e nunca entrará no gotha dos bem pensantes.
Mesmo a “pergunta certa” de Vasco Pulido Valente, hoje no Público, suscita perplexidades. “ Onde estava a Igreja e por que ficou silenciosa?” , é a tal pergunta.
Há um filme de Ingmar Bergman, da década de setenta que parece responder de alguma forma à pergunta. Chama-se O Ovo da Serpente. Relata os alvores do nazismo e as razões pelas quais o povo alemão elegeu a ditadura nacional socialista como modelo de organização do Estado. Onde estava a Igreja, nesta altura? Com o povo, certamente. O povo que elegeu democraticamente os fautores de uma catástrofe mundial. Mas, ao contrário do povo que escolhe o reino, a Igreja tem um reino que não é deste mundo visível: o espiritual.
A melhor forma de o descrever e compreender o que se terá passado na Alemanha nazi, no que à Igreja diz respeito, foi escrito mesmo hoje, no mesmo Público, por João Bénard da Costa, num artigo sublime de Fé inabalável e que reverencio, porque ao melhor nível de um…Ratzinger. Aqui fica um excerto do admirável texto:
Que o Vigário de Cristo na Terra - ou aquele que crê e que muitos crêem ser o Vigário de Cristo na Terra- se dirija a esse mesmo Cristo, Deus Nosso Senhor, para Lhe perguntar por que ficou silencioso, onde estava, como tolerou aquilo, é talvez o que de mais ousado e abissalmente radical me lembro de ter ouvido da boca de um Papa.
Todos conhecemos os paradoxos so- bre Deus, que se é Todo Poderoso não é Todo Bondoso ou se é Todo Bondoso não é Todo Poderoso. Uma célebre passagem dos Irmãos Karamazoff foi citada nos últimos séculos vezes sem conta e vezes sem conta nos atiçaram com a história do Grande Inquisidor ou com a morte de Ivan Illich. Mas essas dúvidas, essas interrogações abissais, vinham de fora para dentro ou das margens para o centro. Em Maio de 2006, em Auschwitz, a questão veio do próprio Centro e a terrível pergunta sobre o silêncio de Deus foi a terrível palavra de um Papa.
Mas não podemos dizer que foi Bento XVI o mais terrível interrogador. Dois mil antes dele, na Cruz, Aquele que ele representa interpelou Deus - que Ele também era - da mesma maneira: "Eli, Eli, lamma sabachtani?" ("Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?"). E nunca ninguém encontrou resposta para essa pergunta impossível, em que o próprio Deus se sentiu abandonado pelo próprio Deus. A quem, ou com quem, falava Jesus Cristo na Cruz? Quem O ouvia ou quem O não ouvia? Quem não O podia ouvir ou quem não O queria ouvir? E a nossa única fuga perante estas terríveis questões é a que consiste em responder que todas elas são vazias de sentido, pois que nada que se diga sobre Deus pode ter sentido. Como escreveu Simone Weil: "Caso de contraditórios verdadeiros. Deus existe, Deus não existe. Qual o problema? Tenho a absoluta certeza que Deus existe, no sentido em que te¬nho a absoluta certeza que o meu amor não é uma ilusão. Mas tenho a absoluta certeza que Deus não existe, no sentido em que tenho a absoluta certeza que nada de real se assemelha ao que posso conceber quando pronuncio esse nome. Só que o que não posso conceber não é uma ilusão."
E foi ainda Simone Weil quem sobre o mal ("o triunfo do demónio" como lhe chamou o Papa) escreveu o que ainda mais me faz deter: "Quando se ama Deus através do mal enquanto tal, ama-se verdadeiramente a Deus." Ou: "Amar Deus através do mal como tal. Amar Deus através do mal que se execra, execrando esse mal. Amar Deus como autor do mal que estamos a execrar."
Mas voltemos ao mistério de Deus com Deus. Não é dele ainda que nos fala S. Paulo (II, Cor, 12, 7-10) quando disse aos Coríntios que por três vezes pediu a Deus que dele se afastasse? Mas Deus lhe respondeu: "A minha Graça te basta. Porque o meu poder se manifesta na fraqueza" ("virtus in infirmitate perfícitur", como diz a Vulgata).
"Se Deus existe, odeio-O", diz uma personagem de Bergman quando a querem fazer aceitar, na morte do amado, a vontade de Deus. Será blasfémia? Quantos não terão dito, ou sentido o mesmo, no horror de Auschwítz? Mas foi nesse horror -aprendi-o há bem pouco tempo -que uma rapariga de vinte e sete anos, que mais procurou Auschwítz do que lhe fugiu, escreveu esta coisa enorme, tão enorme como as palavras do Papa: "Se Deus deixar de me ajudar, eu estarei aqui para ajudar Deus."
Publicado por josé 19:31:00
Um dos textos mais rasteiros que li é da autoria do Rui Tavares. Não sei para que assinou como Historiador, pelo que disse mais valia ter sido franco e assinar como ateu-militante.
Um Historiador assim, é de tomo!
Já tínhamos um, aliás, e que nem cito o nome, para que não se diga que sou para aqui um judeu errante sempre a perseguir o pobre do Historiador encartado.
1 - A igreja católica é uma multinacional que comercializa um produto que não se estraga, não tem custos de armazenamento e raramente paga impostos;
2 - A igreja católica conhece e usa muito bem as técnicas de marketing e publicidade;
3 - Depois de alguns comentários do sr. Ratzinger que não lhe grangearam grande popularidade, teve que ser feita uma manobra de charme, até porque lhe está a ser difícil competir com o papa anterior;
4 - "Onde estava deus..." é de um populismo primário a toda a prova. Auschwitz não é o primeiro sítio onde deus faltou, não será o último. Nem tem que estar, graças a deus. Todas as atrocidades cometidas pelo homem, mesmo aquelas que foram em nome de deus, não carecem da intervenção de deus.
- "Rien ne se passe, personne ne vient, personne ne s'en va, c'est terrible !" (Não se passa nada, ninguém vem, ninguém vai, é terrível !).
- "Le salaud ! Il n'existe pas." (O estafermo (o porco)! Ele não existe.).
Beckett já disse tudo e não é o Papa que vai apagar o que a Igreja fez, durante séculos, nem os silêncios cobardes que praticou.
Só bons sentimentos oportunistas, para melhor dominar os homens que precisam de crer e para lavar, da mesma penada, os crimes da igreja e os dos alemães. Era bem mais santo (laico) o Beckett e outros, também, que toda a hierarquia da Igreja.
Foi sobre isso que João Bénard da Costa escreveu.
Pelos vistos, é uma perspectiva demasiado complexa para espírito práticos.
Então, para os práticos, ficou citado o Relatório( foram dois) Krutschov em cujas páginas se denunciaram as "inúmeras tropelias" de Estaline, o maior génio da humanidade até então.
Sobre estas tropelias, que custaram a vida, literalmente, a milhões de pessoas, pouco há a dizer. Talvez porque o comunismo sendo uma espécie de religião laica, coloca o Homem como deus de si próprio, desde que integerado num Colctivo, encimado por uma Direcção, claro.
Quem fez parte dessas Direcções, directa ou indirectamente, apoiando intelectualmente e acreditando na religião laica, não quer ouvir falar sequer no logro.
Prefere falar do logro do Papa...
Quem acredita, acredita. E quem não tem a Fé, fica mais pobre.
Foi o suplemento de Fé, numa Entidade Superior que se chama Deus ou Aahoommmm ou outro Nome impronunciável que conduziu o destino da Humanidade, sempre.
Se Deus não existisse, para o Homem existiu sempre. O que seria bastante, para se respeitar quem acredita.
Tenho o maior respeito pela fé dos outros. Citando deturpadamente alguém, "posso não estar de acordo com o que tu acreditas, mas estou disposto a morrer para que tenhas a possibilidade de acreditar."
A discussão sobre as religiões é sempre útil, é sempre útil trazer para a luz coisas que preferem ficar na sombra.
Também na sombra querem manter os crimes cometidos pelo Estaline, também em nome de uma coisa maior e melhor. Não é desculpável, é uma mancha que fará qualquer pessoa pensar sempre com desconfiança em relação a uma utopia.
Mas dizer que quem não tem fé fica mais pobre é o mesmo que dizer que grandes obras da literatura não são válidas por terem sido escritas por ateus, não é?
E as pessoas de fé que ficaram mais pobres, foram torturadas, foram obrigadas a retratar-se por dizerem verdades pelos ministros da sua fé?
Até à bem pouco tempo, na verdade.
O papa, como o paizinho dos povos, como o adolfo, como muitos outros tem um ascendente pesadíssimo sobre milhões de pessoas. Para além disso diz que é a voz de deus. Tenho sempre medo dessas pessoas. Até a minha fé, que é esperançosa mas não estúpida, tem muito medo dessas pessoas.
A meu ver, a inutilidade resulta do facto de a Fé ser algo do domínio da razão que a razão desconhece e por isso, racionalizar de modo a demonstrar a falta de razão, é inútil porque não estamos do lado da razão, a discutir. Um círculo de vícios de raciocínio.
As crenças são crenças e há quem diga ( descobertas recentes publicadas na Science et Vie) que o Homem traz inscrito em si mesmo a propensão para acreditar num Ente superior, tal como alguns transportam genes que condicionam de modo muito prático e concreto a saúde.
Porém, o que já não será inútil, é o exercício retórico, mesmo sem destino à vista, ou com ele comprometido logo à partida.
Assim, quando diz que as obras literárias escritas por ateus, demonstram a falsidade da afirmação de quem quem não tem Fé, fica mais pobre.
Ora, não me parece que seja assim.
Se Deus existe, existe, ponto final. É indiferente que acreditem ou não nisso.
Logo, na hipótese concreta de Existir, quem acredita é mais rico por acreditar em algo que existe e dá sentido à existência.
Quem não acredita,fica notoriamente mais pobre, mesmo que seja um génio literário.E a validade das obras não depende só das crenças mas do que transmitem ou criam.
Se Deus não existisse, o Homem que sempre acreditou na Sua existência, não fica mais pobre por isso. Não é a crença numa ilusão que empobrece o espírito, parece-me.
Voltando ao comunismo, quantos e quantos não acreditaram( e continuam a acreditar) nessa ilusão suprema que consiste na crença na plena igualdade do Homem e que os conduz à prática de políticas que o confirmem, em nome desse Ideal que não passará de uma ilusão ou, se se quiser, de uma Utopia?!
Não será isso mesmo, a essência do Homem, a crença em Utopias ou em Ideais?
Quem é que é mais rico espiritualmente? Quem tam algo em que acredita ou quem por cepticismo militante, acredita apenas que nada é válido e que somos todos uns animais que iventamos uma linguagem para nos confundirmos?
Há por aí uma macacóloga que adiantou agora umas teorias sobre a Humanidade, depois de ter passado 40 anos entre os chimpanzés...
Dá muito jeito os genes servirem para um não sei quanto número de coisas de momento a momento.
Não me parece que a evolução consiga imprimir nos genes a necessidade de acreditar num ente superior. A menos que também não acredite na evolução, meu caro José.
Mas eu não estou a discutir a existência ou inexistência de deus. Estou a discutir as construções humanas que usam deus em seu proveito. O deus ao serviço de certos homens.
"Venham a mim os pobres de espírito, pois eles herdarão o reino dos céus."
E não me parece muito defensável a ideia de que a fé, qualquer fé, enriqueça o espírito das pessoas. O que se vê mais por aí é a fé nas igrejas do homem empobrecer os espíritos.
Não sou comunista, não acredito em deus, mas ainda vejo algumas chispas luminosas no fundo do olhar de alguns humanos...tenho de os olhar nos olhos, coisa que a blogosferas não me permite.
A mais valia consiste precisamente nessa humildade. O mal é obra dos homens. Desejar "ajudar Deus" é querer ir além dessa precária e egoísta condição- o oposto da arrogância.
2. A fé paga-se por vezes a preço de ouro ou em sangue.
3. Todo o bem que já vi na terra foi feito por homens, pelos mais variados motivos.
4. Todo o mal que vi também foi feito pelos homens.
5. Há coisas más que acontecem todos os dias a pessoas que não o merecem que não tem nada a ver com a vontade dos homens.
6. Há uma arrogância desmedida em dizer "o meu deus é que é O DEUS. Os outros são falsos."
7. Já se matou, mata-se e matar-se-á em nome de deus.
8. Se pesarmos objectivamente o mal e o bem que a igreja católica já fez ao mundo dos homens, tenho a sensação que o bem não ficará a ganhar.
9. Os leões e as hienas vão para onde andam as zebras.
Tudo o resto cai por arrasto. Na história da humanidade o período de descrença é mínimo.
Todo o passado foi feito entre diversas crenças e contra variadíssimas crenças. Uma delas chamava-se heresia. Os hereges não eram descrentes.
O resto é problema do Poder e dos homens.
Todos os que seguem partidos e ideologias são bem mais cativos que um crente de uma religião.
Sempre foram as ideologias que os obrigaram a largar as crenças para melhor ocuparem o seu lugar.
Ainda hoje é assim O ateísmo militante tem uma componente jacobina muito antiga. Transmitem-na como uma herança. Como pregaminhos.
Não vejo em que medida um ser humano que se torna descrente para entrar na "tribo" no grupo ideológico é mais livre que um que está para além disso tudo.
As crenças não se deviam comparar com os actos dos seres humanos.
Quem o faz actua como se fosse crente num Deus que não gosta. Num Deus que teme mas é incapaz de seguir como Bem.
Antigamente este papel estava entregue aos adoradores do Demo. Hoje estão órfãos e trocam o demo por um ódio mal-são contra os que apenas querem viver em paz. Contra os que respeitam uma Igreja que há muito deixou de ser inquisitorial.
Historicamente as últimas "inquisções" e perseguições são ateias ou islâmicas. Não são cristãs nem católicas.
Do mesmo modo não existem cristãos nem católicos a perseguirem descrentes ou ateus. Mas existem ateus que o fazem. Por que, tal como o fanatismo religioso islâmico, transformaram uma questão de consciência numa causa social e ideológica.
A crença obriga a recolhimento. A galvanização “espiritual” é que leva à ao grupo e ao combate.
O ideal seria contrabalançar dois pólos. O realismo e o espiritualismo. Nem demasiado rude e bestializado nem demasiado espiritual e fanático. Há fanatismos de toda a ordem e o católico será dos últimos.
Quanto ao recolhimento da fé e da reza será sempre neutro para o próximo e pacificador para o próprio.
Nada tenho contra a blasfémia literária e anárquica. Essa é sempre individual e verdadeira. Não se compara à blasfémia doutrinária que usa a religião para fazer propaganda ideológica. A blasfémia inteligente e libertadora nunca será de grupo. As amarras do espírito só se libertam por processo individual.
A Fé, qualquer crente o dirá, é um dom. Uma dádiva, portanto.
A noção de riqueza ou pobreza, relativiza-se através dos valores que se dão às coisas, incluindo as do espírito.
Aquela moça que morreu em Auschwitz e que o João Bénard da Costa, relata no seu escrito como tendo morrido, não só em paz de espírito mas louvando a Deus, era com toda a certeza uma pessoa rica.
Espiritualmente, entenda-se.
Os mártires da Igreja primitiva, cujo testemunho se encontra em Roma, nas catacumbas, por exemplo, eram pessoas ricas, no mesmo sentido.
Há pouco tempo, morreu um dos maiores ateistas de sempre. Convertido à Fé e com toda a certeza mais rico do que era, sem esse dom.
Apanhem lá este mistério que até a mim me impressionou!
Por outro lado, a Fé sem obras é coisa de pouco valor relativo.
É por isso que, por caridade, vou dando desconto a este indivíduo. Até um dia...
Mas...
A Igreja Católica só deixou de perseguir, torturar e matar pessoas porque foi obrigada. Porque foi obrigada. E mal a deixem voltar a usar o punho de ferro, ela largará a hipócrita luva de cetim.
Vós falais da fé cristã. Eu falo-vos da Igreja católica. A mesma que prendeu, torturou, violou e matou quase dois milhões de mulheres sob a estúpida, maldosa e gananciosa desculpa de serem bruxas. A última delas já no Séc. XIX.
Pensam que duzentos anos lavam isto? Pensam que duzentos anos lhes tiram a vontade?
Converter-se à fé na hora da morte sempre me deu vontade de rir. Talvez me passe essa vontade quando também estiver à hora da morte e o medo do vazio e do nada me encher de uma fé esperançosa de haver mais alguma coisa.
Que atire a primeira pedra quem o puder fazer.
A igreja católica mostrou a sua verdadeira face na altura dos estados ditactoriais católicos. Não conseguiu ir longe, mas tentou.