sobre mais uma abrupta pulhice

Sem grande tempo disponível, e ainda sobre a última prosa do Dr. Pacheco, ontem no Público, não há muito mais a dizer, excepto que há, por lá, uma nuance , insidiosa e terrorista, que não deve passar em claro. Pacheco usando de técnicas soezes da velha cartilha que no passado professou, e de que nunca se libertou, associa en passant os blogueiros diletantes, que se atrevem a escrever - porventura até disparates - em vez de ler os profissionais como ele, a uma série de eventos criminosos, ocorridos no estrangeiro. Uma pura e absoluta pulhice. É que sendo verdade que o que se passa na blogosfera não é uma transposição exacta de uma conversa informal entre desconhecidos quer esta seja num café, ou num estádio de futebol, sendo verdadade que não é exactamente o Fórum da TSF ou a Bancada Central, também da TSF, anda infinitamente mais perto disso do que da visão delirante e apocalíptica descrita por Pacheco.

Mais uma vez veio ao ler o texto do Dr. Pacheco me veio à cabeça um livro de Umberto Eco, bastante conhecido por sinal, O Nome da Rosa. Lá um velho monge assassinou uma boa parte dos personagens impreparados para perceberem uma obra perdida de Aristóteles - sobre o Riso. Só os ungidos é que estariam preparados ler o Mestre. Crueldade das crueldades, Eco quis que o velho monge - guardião da ortodoxia, e o único com acessou ao tesouro, o único exemplar - fosse cego. No caso presente a única assassinada é o que resta(va) da credibilidade do Dr. Pacheco.

Publicado por Manuel 13:01:00  

2 Comments:

  1. maloud said...
    Essa nuance fez-ma notar o meu marido. Eu sou sempre a mesma ingénua incurável.
    José Fernandes dos Santos said...
    O monge cego foi uma referência de Umberto Eco a Jorge Luis Borges, o homem da bibilioteca única, cuja obra o teria influenciado bastante.
    Também acho que o JPP exagerou bastante no seu post e não acho correcto filtar a publicação dos comentários que recebe por e-mail.
    Um abraço,
    José

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