a verdadeira questão

O problema, o verdadeiro problema, do PSD não é um problema de liderança. O verdadeiro problema do PSD é estrutural. O PSD só será uma alternativa 'credível' não quando tiver um 'super-líder', caído dos céus, mas quando se apresentar como um todo capaz e coerente, e com a humildade suficiente para demonstrar que aprendeu com os erros, muitos, do passado. O PSD é hoje uma espécie de clube cujo único objectivo é ganhar - estar no poder - custe o que custar, engula os sapos que tiver de engolir. A cartografia das suas facções faz-se não por particulares querelas ideológicas ou programáticas mas por questões e tricas históricas, amizades e inimizades, por grupos de interesses. Assim não se vai lá, com esta liderança ou com qualquer outra. Não se pense que o problema é novo. Com Cavaco o PSD teve diversas políticas mutuamente exclusivas na educação, na saúde, ao sabor das personalidades e grupos que ocupavam os cargos. Era altura, uma excelente altura, para se clarificarem as águas, para as pessoas se agruparem por modelos, por propostas defendidas, de se comprometerem com políticas concretas e alternativas, mas não. Ao sabor do vento, num Congresso sem história, e que há-de ficar nesta, pela futilidade, a par do último em Braga, optou-se pelas directas, passando ao lado de questões verdadeiramente estruturais como o Programa. Um (novo) líder, seja ele quem for, não faz a primavera. E, enquanto o PSD quiser continuar a querer ser tudo para quase toda a gente, sem se comprometer verdadeiramente com nada, será apenas aquilo que é hoje... a outra metade do bloco central para quem todos se viram não por se reverem nas suas ideias e projectos mas somplesmente quando se cansarem do PS. Não era isto, de certeza, que Sá Carneiro tinha em mente.

Publicado por Manuel 12:00:00  

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