SIGs - Special Interest Groups

José Manuel Fernandes assinou no último número da Atlântico um artigozinho ao qual pesem os esforços do meu amigo Paulo Pinto Mascarenhas não tem sido dado o devido destaque e atenção. A tese do ainda director do Público é simples...

O “caso da Teresa e da Lena” mostrou-nos como um grupo de interesses particular se alia de forma eficiente aos valores do jornalismo dominante para impor ao país uma agenda política que ninguém sufragou

... e tem como alvos nominais o DN e o Expresso. Ora bem, José Manuel Fernandes tem... razão, não tanto pelas premissas ou pelo exemplo que escolheu, há SIGs para todos os gosto, mas pela conclusão que retira (embora não até às últimas consequências). Cada vez mais, a 'agenda dominante' é o somatório de uma série de agendas 'tribais' ligadas a este ou aquele grupo de interesses deixando de existir todo qualquer sentido de equílibrio. Basicamente e por oposição a um discurso centrista capaz de agradar a todas opta-se por um tipo de discurso focalizado, e se possível sensacionalista q.b.. Noutras bandas chama-se a isto ceder aos lobbyes, aos 'Special Interest Groups', chama-se a isto deixar de fazer jornalismo e passar a fazer propaganda. Por cá, como se continua a não saber distinguir onde acaba a opinião e começa a notícia, a coisa vai passando. De qualquer forma o texto do José Manuel Fernandes foi uma boa tentativa, particularmente vinda de quem nem no Jornal que dirige consegue, desde há muito, evitar a tal deriva (detalhezinho que a Fernanda Câncio recorda a matar) ... como quando a propósito do infeliz morto por um bando de menores o melhor que conseguiu fazer foi escarrapachar na capa 'Como foi possível ?'...

Publicado por Manuel 19:16:00  

2 Comments:

  1. Alexandre said...
    Sem esquecer que durante edições a fio levámos com a estucha de ter artigo após artigo, assinados por uma tal Sofia Branco, sobre como o caso iria ao conservador; como seria já amanhã a ida; como foi que as coisas se passaram no notário; e por aí fora ad nauseam. No Público não se assistiu a uma deriva; assistiu-se, isso sim, a um autêntico massacre do leitor sobre um fait-divers.
    PPM said...
    Então não tem sido dada a devida atenção. Pois se até tu, caro Manuel, já escreves sobre o assunto...

    Abraço,

    PPM

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