'Um país meio coberto de vergonha'

Moralmente superiores, jornalistas, bloguistas e políticos, temos passado os últimos dias a discutir os atrasos civilizacionais daquelas gentes muçulmanas que obrigam as mulheres a usar burka e, com grande lata, se atrevem a atacar os interesses da civilização europeia.

Por um minuto sejamos capazes de esquecer a burka deles e olhemos para a nossa meia-burka que deixa o sexo de fora para que o país possa regredir à selva. Uma selva em que uma história é apenas uma história e nem sequer faz pensar.

A notícia surgiu hoje no Jornal de Noticias e no Correio da Manhã. Os outros, os jornais de referência, não se podem dar ao luxo de reflectir a vida real. Mesmo o JN e o CM limitam-se a dar a história, sem reflectir muito no que ela significa. Passo a contar:

Um empresário, de 38 anos, com uma situação financeira folgada, é suspeito de abusar sexualmente de uma cunhada com apenas 12 anos. A criança confirma, mas diz que gosta muito do cunhado e não quer que ele vá preso. A criança é de uma família pobre e é irmã da mulher do empresário com quem casou aos 15 anos por estar grávida. O empresário ia buscar a criança à escola todos os dias. Não vale a pena mais pormenores. Toda a gente que girava à volta desta família poderia perceber o que se passava, mas ninguém fez nada.

Esta é também a história de um país que se julga moderno porque tem OPA's, MNE's e discute cartoons. Esta é também a história de uma sociedade que faz de conta que tem vergonha na cara e que, por isso, a tapa, deixando tudo o resto ao deus dará.

Paulo Baldaia

Publicado por Manuel 19:10:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    O falso moralismo de Paulo Baldaia!
    As minhas avós casaram com quinze anos e julgo que os maridos não eram pedófilos!Força Baldaia, força Correio da Manhã!Precisa-se de mais sangue!
    Dr. Assur said...
    Que o nosso país é atrasado, ninguém duvida. Atrasado e hipócrita. Um bom exemplo consiste em sectores da esquerda politicamente correcta lutarem pela defesa do casamento de duas pretensas lésbicas e esquecer as mulheres assassinadas à pedrada por cumprimento de leis medievais nos países islâmicos.

    Evidentemente que não podemos comparar condutas criminosas pontuais puníveis por lei com modos de vida torcionários legalmente institucionalizados. Lamenta-se a tentativa de defender cegamente aquilo que não tem defesa possível. Mas, para conseguir tal proeza, há que procurar argumentação mais condigna com a realidade. Evidentemente tratando-se de uma tarefa praticamente impossível, só resta o recurso ao confronto moral alicerçado entre situações falsamente generalizadas.

    Efectivamente não se trata de atacar os interesses da civilização ocidental mas sim de pura libertação de ódio que, em nome de um pretenso direito ofendido, esconde os verdadeiros motivos. E defender essa violência, digna dos primórdios da humanidade, gratuitamente e de uma forma acéfala é outra forma de demonstrar o atraso de Portugal.

    Que não haja dúvidas: apesar de tudo, somos moralmente superiores e tal permite-nos discutir outras visões do mundo que a não a politicamente correcta. Aquela que nos querem obrigar a tomar como verdade suprema. E tudo isso deve-se a pensadores como Immanuel Kant. Racionalistas que o Islão elimina para fazer perdurar o seu regime teocrático.

    P.s. Não se trata de ataques aos interesses ocidentais mas sim aos valores culturais ocidentais.
    Anónimo said...
    Olhe, Paulo Baldaia

    Tenho duas filhas, ambas casadas.
    Uma delas perdeu a virginade com treze anos(embora menor, era púbere e não era uma criança). Não foi afectada por isso.E a vida familiar também não. O namoro acabou quando tinha quinze anos e casou com o actual marido aos 19. Qual é o problema, Paulo Baldaia?
    Você deve ser daqueles que julga ser dono da castidade das filhas (dos outros?)!
    Anónimo said...
    Paulo Baldaia, não faça ataques pessoais!
    Psicanalise-se, homem! O que é que o atormenta, Baldaia?
    De falsos moralistas está o mundo cheio! Fique-se com as suas convicções sexuais!Se você pudesse, Baldaia, ainda punha as mulheres com burga!Não diga mais disparates!

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